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CHINA: Padre Stephen Tong, nascido em Macau e com nacionalidade portuguesa, foi nomeado provincial dos jesuítas na China
O Padre Stephen Tong, sj, nascido em 1963 em Macau e oriundo de uma família não católica, foi nomeado novo Provincial da Província Chinesa da Companhia de Jesus, que inclui a China continental, Taiwan, Hong Kong e ainda a antiga colónia portuguesa.
O novo responsável substitui no cargo o jesuíta Stephen Chow, que o papa Francisco nomeou em Maio como Bispo de Hong Kong. Tong tem nacionalidade portuguesa e chinesa, foi baptizado aos 18 anos e ingressou na Companhia de Jesus em 1990, após ter estudado engenharia civil. Recebeu a ordenação sacerdotal em 2000. Estudou nos Estados Unidos e trabalhou na formação de novos padres em Manila. Desde 2004, é director do Centro Espiritual S. Francisco Xavier, em Hong Kong.
A escolha deste macaense deixou particularmente feliz o Padre Luís Sequeira, de 72 anos, também jesuíta, uma das figuras mais carismáticas do território e que em Julho de 2019 completou 50 anos de sacerdócio. “Não posso deixar de me alegrar igualmente por ser ele ‘filho da terra’.
Nasceu, viveu e estudou em Macau, na Cidade do Nome de Deus. Frequentou mesmo a escola primária do Colégio ‘Mateus Ricci’, orientado pelos Jesuítas… Mais: sinto-me unido a ele como amigo e companheiro”, afirma o padre Sequeira em mensagem enviada para Lisboa para a Fundação AIS, em que sublinha a proximidade entre os dois. “Por caminhos que o Senhor lá sabe, fui chamado a acompanhá-lo no discernimento da sua vocação à Companhia de Jesus… Mais tarde, a 24 de Junho de 2000, pude abraçá-lo como Sacerdote, na Catedral de Macau…”
Sobre as tarefas que esperam o novo Provincial, e que tomará posse do cargo a 1 de Novembro, o Padre Luís Sequeira é optimista embora reconheça que se trata de um cargo exigente. “Embora sentindo a exigência, as dificuldades e os desafios da Missão que o espera como Provincial da Província Chinesa da Companhia de Jesus, tenho muita confiança que o Padre Stephen Tong desempenhará as suas responsabilidades com competência, onde o vigor, a inteligência e a criatividade interagirão”, diz ainda Luís Sequeira.
As qualidades que o Padre Sequeira reconhece no novo responsável dos jesuítas para a província chinesa serão especialmente importantes face aos tempos futuros e ao desenvolvimento da fórmula “um país, dois sistemas”, que está em vigor na República Popular da China. Essa, diz, Sequeira, “é a grande Interrogação e o desafio mais sério das suas novas responsabilidades”. “Esta Fórmula com o seu quê de genial há tempos atrás, hoje apresenta um tremendo desafio quando encarada numa perspectiva mais pragmática e muito concretamente na sua estrutura sociopolítica.” E deixa uma pergunta: “Como se pode concretizar um ‘país’ com ‘dois sistemas’, isto é, um sistema guiado pela ideologia marxista e governado pelo regime comunista e outro sistema guiado pela ideologia liberal, capitalista e governado por um regime supostamente democrático? Como colocar a Companhia de Jesus nesta situação?”
A resposta a isto, diz ainda o Padre Luís Sequeira na mensagem enviada para a Fundação AIS, está no próprio ‘ADN dos jesuítas. “Quanto a nós, Jesuítas, chamados sempre às situações de fronteira e de vanguarda, temos de redescobrir o dom próprio da nossa vocação o Discernimento que nos ajudará a ser homens audazes e criativos na acção…”
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