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BURQUINA FASSO: Ameaça terrorista leva Igreja a transferir seminário existente em Pama para o vizinho Togo
A insegurança que se vive no Burquina Fasso, por causa da ameaça constante de ataques terroristas, levou a Igreja a transferir provisoriamente para o Togo um dos noviciados que estava a funcionar na localidade de Pama.
Segundo o Irmão Alain Tougma, da Fraternidade Missionária Rural, em mensagem enviada para a Fundação AIS, esse noviciado “estava situado no centro destes conflitos, em Pama”. “Devido às circunstâncias, não nos foi possível mantê-lo por lá. Fomos obrigados a deslocá-lo temporariamente para o Togo, porque a área ao redor da propriedade não tem vedação.”
Não é a primeira vez que a ameaça terrorista se faz sentir sobre a comunidade cristã nesta região do Burquina Fasso. Em 2019, o Padre de Pama explicava à Fundação AIS que havia recolher obrigatório e que se sentia um “clima cada vez pior”. “Como católicos, somos os mais vulneráveis, porque representamos uma instituição centralizada e, portanto, um alvo fácil…”
A insegurança que levou agora a Igreja a transferir o noviciado para o Togo, um dos países que faz fronteira com o Burquina Fasso, era já uma realidade há dois anos, quando o padre F. Soubeiga falou com a Fundação AIS. As próprias autoridades tinham imposto regulamentos muito rígidos. Dizia o Padre de Pama que as deslocações estavam “proibidas em algumas áreas”. “Em janeiro, no espaço de duas semanas, tive que evacuar todos os catequistas de Diabiga, Kompenbiga e outra aldeia, a cerca de 50 milhas (78 km) de Pama…”
A ameaça terrorista é cada vez mais constante. Em Junho de 2020, Rafael D’Aqui, responsável de projectos da Fundação AIS para esta região de África, afirmava que os grupos jihadistas estão a transferir do Médio Oriente para a região do Sahel o plano para a edificação de um Califado Islâmico. “E o seu objetivo – afirma – é eliminar todos os vestígios do Ocidente na região, isto é, a educação, a liberdade religiosa e assim por diante…”
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