Não foram dadas explicações detalhadas à Igreja Católica, mas as autoridades argelinas mandaram encerrar, de forma completa e definitiva, as actividades da Cáritas no país já a partir deste sábado, dia 1 de Outubro.
Fontes locais, contactadas pela Agência Fides, especulam que a Cáritas foi submetida a medidas restritivas por ser considerada uma organização não governamental estrangeira, acabando assim por ser abrangida pela política geral que tem vindo a ser aplicada às ONG’s não argelinas.
Com esta decisão, as autoridades não tiveram em consideração o carácter único que a Cáritas representa como braço caritativo da Igreja Católica e pelo relevante papel que desempenha em todos os países onde está presente.
Presente na Argélia desde Junho de 1962, país onde a esmagadora maioria da população é muçulmana [cerca de 97 por cento], a Cáritas desenvolvia um trabalho assistencial junto dos sectores mais vulneráveis da sociedade, como é o caso dos migrantes, sem nunca ter assumido ou tomando qualquer posição política.
Num comunicado, em que se anuncia a decisão governamental de encerramento das actividades da Cáritas, a Igreja Católica diz que vai, “naturalmente, permanecer fiel à sua missão caritativa ao serviço da fraternidade”, em união “com todos os homens de boa vontade”.
O texto foi assinado pelo arcebispo emérito de Argel e presidente da Associação Diocesana da Argélia, D. Paul Desfarges. No documento, a Igreja faz questão de “agradecer a todas as pessoas que contribuíram ao longo dos anos, e de diversas formas, para fazer viver esta obra ao serviço dos mais vulneráveis e do povo argelino”.
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