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ZIMBABUÉ: Em dioceses quase do tamanho de Portugal, a ajuda da Fundação AIS tem sido vital na luta contra a pandemia
A Igreja tem procurado auxiliar as populações em maior dificuldade, mas em muitos casos esse é um trabalho quase impossível. Algumas das oito dioceses do país têm uma dimensão de tal forma gigantesca que são comparáveis no tamanho com países como a Bélgica ou Portugal continental, que tem cerca de 92 mil quilómetros quadrados. É o caso das dioceses de Chinhoyi e de Masvingo.
Chinhoyi, por exemplo, tem actualmente 142 trabalhadores pastorais, incluindo sacerdotes, irmãs, diáconos e religiosos. Eles são a mão-de-obra da Igreja para dar resposta aos problemas mais urgentes que se colocam às populações em áreas tão diversas como escolas, hospitais, centros pastorais, paróquias e missões que se espalham por um território de aproximadamente 50 mil quilómetros quadrados.
Masvingo é uma diocese ainda maior. Tem cerca de 70 mil quilómetros quadrados, o dobro do tamanho da Bélgica. Neste caso, o Bispo conta com o trabalho de 66 padres, 83 irmãs e 2 religiosos. Todos estão envolvidos no trabalho pastoral e educativo, mas também dão apoio em 3 hospitais e 5 clínicas.
São números esmagadores que dizem bem do esforço imenso de tão poucas pessoas face aos inúmeros problemas que se colocam em territórios tão vastos.
O aumento de casos de Covid19 está a ser seguido com preocupação e até alguma angústia, tanto mais que as estruturas de saúde do país dificilmente conseguirão dar resposta adequada caso se mantenha um elevado ritmo de propagação do vírus.
No início de Julho, havia cerca de 60 mil casos confirmados e quase duas mil mortes, sendo que a esmagadora maioria refere-se à variante identificada pela primeira vez na África do Sul.
Perante este cenário, e para permitir que a Igreja possa continuar a exercer a sua missão junto das populações, a Fundação AIS fez chegar uma ajuda especial à Igreja do Zimbabué para o fornecimento de equipamentos de proteção individual, nomeadamente máscaras, viseiras faciais, luvas, fatos, botas e desinfectante.
“Como o Arcebispo de Bulawayo nos disse recentemente, a nossa ajuda chegou mesmo a tempo, antes da terceira vaga”, explica Ulrich Kny, responsável de projectos da Fundação AIS para o Zimbabué. “Em muitos países africanos, os cuidados médicos são completamente inadequados. Malária, SIDA, cólera e outras doenças estão muito difundidas. Se acrescentarmos a isto uma pandemia como o Covid19, o desastre é inevitável”, acrescenta Ulrich.
O Zimbabué é um país africano que atravessa tempos difíceis que se reflectem numa crise humanitária que tem crescido nos últimos anos também por causa de alguns desastres naturais, como foi o caso do Ciclone Idaí, que atingiu a região em 2019.
O país registou nessa altura uma taxa recorde de inflação de 786%. No ano passado, mais de um terço de toda a população, cerca de 15 milhões de habitantes, dependia ainda de ajuda alimentar. A Igreja, através dos seus agentes pastorais, tem procurado dar respostas a todas as comunidades, a todas as famílias que se encontram numa situação mais difícil.
“Ficou claro para mim que para a igreja local poder continuar a dar a sua ajuda e manter o seu trabalho pastoral, tínhamos de ajudar”, explica ainda Ulkrich Kny. “Mas agora tornou-se necessário não só a ajuda de subsistência, mas também um subsídio de sobrevivência! Os padres e irmãs só podem continuar a visitar os doentes, moribundos e necessitados, aqueles que estão especialmente dependentes da assistência espiritual na solidão do confinamento, se eles próprios estiverem devidamente protegidos”, conclui Kny.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt