Via Sacra

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Via Sacra

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Origens

A Via Sacra é uma das mais antigas formas de se meditar a Paixão de Cristo. A expressão vem do latim e significa “caminho sagrado”: literalmente, não é mais do que o trajecto percorrido por Jesus com a Cruz às costas, desde o pretório de Pilatos, onde foi condenado à morte, até ao Calvário, onde foi crucificado.

Segundo uma piedosa tradição, foi a Virgem Maria quem deu início a este santo exercício: após a morte do seu divino Filho, sozinha ou na companhia das santas mulheres, terá refeito constantemente a via Crucis, isto é, o “caminho da Cruz”.

Ainda hoje, segundo o Manual das Indulgências, “concede-se indulgência plenária ao fiel que fizer o exercício da via-sacra, piedosamente”.

I. O piedoso exercício deve-se realizar diante das estações da via-sacra, legitimamente erectas.

II. Requerem-se catorze cruzes para erigir a via-sacra; junto com as cruzes, costuma-se colocar outras tantas imagens ou quadros que representam as estações de Jerusalém.

III. Conforme o costume mais comum, o piedoso exercício consta de catorze leituras devotas, a que se acrescentam algumas orações vocais. Requer-se piedosa meditação só da Paixão e Morte do Senhor, sem ser necessária a consideração do mistério de cada estação.

IV. Exige-se o movimento de uma estação para a outra. Mas, se a via-sacra se fizer publicamente e não se puder fazer o movimento de todos os presentes ordenadamente, basta que o dirigente se mova para cada uma das estações, enquanto os outros ficam nos seus lugares.

+ Pelo sinal da Santa Cruz

+ Livre-nos Deus Nosso Senhor

+ Dos nossos inimigos.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ámen.

Ó meu Jesus, preparo-me neste instante para Vos acompanhar na Vossa Via Sacra. Nela Vos encontrarei chagado, sem forças e ensanguentado. Forte expressão usa a Escritura ao referir-se à Vossa Paixão: “Eu porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjecção da plebe” (Sl 21, 7). Muito diferente está a Vossa Divina figura d’Aquela que os Apóstolos contemplaram no Tabor, ou caminhando sobre as águas, ou curando os enfermos. Nessa divina tragédia verei estampada a feiura e a maldade dos meus pecados. Aos Vossos pés deposito as minhas misérias e peço-­Vos perdão pela enorme culpa que tenho pelos Vossos tormentos! Recorro, para isso, à intercessão da Virgem Dolorosa. Que Ela me cubra com o seu maternal manto, auxiliando-me a unir-me a Vós e também a abraçar a minha cruz.
Ámen.

1ª estação

Contemplemos como Jesus Cristo, já flagelado e coroado de espinhos, foi por fim injustamente condenado à morte por Pilatos.

Oração. — Ó Jesus adorável, não foi Pilatos, mas a minha vida iníqua que Vos condenou à morte. Pelo mérito deste tão penoso itinerário, no qual entrais rumo ao monte Calvário, peço-Vos que benignamente me acompanheis no caminho pelo qual a minha alma se dirige à eternidade. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor, mais do que a mim mesmo, e do fundo do coração me arrependo de Vos ter ofendido. Não permitais que me separe novamente de Vós. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes. O que Vos for agradável também o será para mim.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

2ª estação

Contemplemos como Jesus Cristo, levando a Cruz aos ombros, lembrava-se no caminho de oferecer por nós ao Pai eterno a morte que havia de sofrer.

Oração. — Ó amabilíssimo Jesus, abraço todas as adversidades que, por Vossa vontade, hei de tolerar até à morte e, pelo duro sofrimento que suportastes carregando a Cruz, peço-Vos que me deis forças para que também eu possa carregar, com ânimo forte e paciente, a minha própria cruz. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que me separe novamente de Vós. Dai-me o amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

3ª estação

Contemplemos a primeira queda de Jesus sob o peso da Cruz. Tinha Ele a carne, por causa da cruel flagelação, ferida de muitos modos e a cabeça coroada de espinhos; derramara ainda tanto sangue que mal podia mover os pés por falta de forças. E porque era oprimido pelo grave peso da Cruz e açulado sem clemência pelos soldados, por isso lhe aconteceu cair muitas vezes por terra ao longo do caminho.

Oração. — Ó meu Jesus, não é o peso da Cruz, mas o dos meus pecados que de tantas dores Vos cobre. Rogo-Vos, por esta Vossa primeira queda, que me protejais de toda a queda em pecado. Amo-Vos, ó Jesus, de todo o meu coração; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não me permitais cair novamente em pecado. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

4ª estação

Contemplemos como deve ter sido o encontro, neste caminho, do Filho e da Mãe. Jesus e Maria olharam um para o outro, e os olhares mudos que trocaram foram outras tantas setas que atravessaram o coração amante de ambos.

Oração. — Ó amantíssimo Jesus, pela dor acerba que experimentastes neste encontro, tornai-me, eu Vos peço, verdadeiramente devoto de Vossa Mãe Santíssima. E vós, ó minha dolorosa Rainha, intercedei por mim e alcançai-me uma tal memória dos suplícios de vosso Filho, que a minha mente esteja para sempre detida na piedosa sua contemplação. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não me permitais pecar novamente contra Vós. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

5ª estação

Contemplemos como os judeus obrigaram Simão de Cirene a carregar a Cruz atrás do Senhor, vendo Jesus quase a expirar a cada passo devido ao cansaço, e temendo, por outra parte, que morresse no caminho Aquele que queriam ver pregado na Cruz.

Oração. — Ó dulcíssimo Jesus, não quero, como o Cireneu, repudiar a Cruz. De bom grado a abraço e tomo sobre mim; abraço especialmente a morte que para mim estabelecestes, com todas as dores que ela trará consigo. Uno a minha morte à Vossa e, assim unida, ofereço-a a Vós em sacrifício. Vós morrestes por amor a mim; quero também eu morrer por amor a Vós, com a intenção de Vos agradar. Porém, ajudai-me com a Vossa graça. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

6ª estação

Contemplemos como aquela santa mulher, Verónica, vendo Jesus abatido pelas dores, com o rosto banhado em suor e sangue, lhe estendeu um pano em que, purificada a face, deixou impressa a sua imagem.

Oração. — Ó meu Jesus, formosa era antes a Vossa face; mas agora não aparece assim, tão deformada está por feridas e sangue! Ai de mim, como era formosa também a minha alma, quando recebi a Vossa graça pelo Baptismo: mas, pecando, tornei-a disforme. Somente Vós, meu Redentor, lhe podeis restituir a antiga beleza. Para que o façais, rogo-Vos pelo mérito da Vossa Paixão. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

7ª estação

Contemplemos a segunda queda de Jesus sob o peso da Cruz, na qual se lhe aprofundam todas as chagas da venerável cabeça e de todo o corpo, e se renovam todas as angústias do doloroso Senhor.

Oração. — Ó mansíssimo Jesus, quantas vezes me concedestes o perdão! Eu, porém, recaí nos mesmos pecados e renovei as minhas ofensas contra Vós. Pelo mérito desta Vossa nova queda, ajudai-me a perseverar na Vossa graça até à morte. Fazei, em todas as tentações que avançarão contra mim, que me refugie sempre em Vós. Amo-Vos de todo o meu coração, ó Jesus, meu Amor; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

8ª estação

Contemplemos como estas mulheres, vendo Jesus morto de cansaço e coberto de sangue, são tocadas de comiseração e choram copiosamente. Mas, voltando-se para elas, diz: “Não choreis por mim; antes, chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos”.

Oração. — Ó doloroso Jesus, choro os pecados que cometi contra Vós, não só pelas penas de que me fizeram digno, mas sobretudo pela tristeza que Vos causaram a Vós, que tanto me amastes. Ao choro me move menos o inferno que o amor a Vós. Ó meu Jesus, amo-Vos mais do que a mim mesmo; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

9ª estação

Contemplemos a terceira queda de Cristo sob o peso da Cruz. Caiu porque era demasiada a Sua fraqueza e excessiva a crueldade dos algozes, que lhe queriam acelerar a marcha, embora Ele mal pudesse dar um passo.

Oração. — Ó Jesus tão maltratado, pelo mérito desta falta de forças que quisestes padecer no caminho do Calvário, confortai-me, eu Vos peço, com tanto vigor, que já não tenha respeito algum às opiniões dos homens e domine a minha natureza viciosa: porque ambas as coisas foram a causa pela qual desprezei outrora a Vossa amizade. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor, de todo o meu coração; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

10ª estação

Contemplemos com que violência arrancaram as vestes a Cristo. Como o traje interior estivesse muito pegado à carne, aberta pelos flagelos, os carnífices, ao puxarem-lha, rasgaram-lhe também a pele. Tenhamos compaixão de Nosso Senhor e falemos-Lhe assim:

Oração. — Ó inocentíssimo Jesus, pelo mérito da dor que padecestes nesta espoliação, ajudai-me, eu Vos peço, a despir-me de todo o afecto às coisas criadas e, com toda a inclinação da minha vontade, converter-me somente a Vós, que sois tão digno do meu amor. Amo-Vos de todo o meu coração; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

11ª estação

Contemplemos como Jesus é arremessado sobre a Cruz e, de braços estendidos, oferece a Sua vida ao Pai eterno em sacrifício pela nossa salvação. Os carnífices pregam-no à Cruz e, depois de a erguerem, deixam-no levantado num infame patíbulo, abandonado a uma morte cruel.

Oração. — Ó Jesus tão desprezado, pregai o meu coração aos Vossos pés, para que, com vínculo de amor, eu permaneça sempre a Vós ligado e jamais seja de Vós separado. Amo-Vos mais do que a mim mesmo, arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

12ª estação

Contemplemos Jesus preso à nossa Cruz. Após três horas de luta, consumido enfim pelas dores, deu o corpo à morte e, de cabeça inclinada, entregou o Seu espírito.

Oração. — Ó Jesus morto, movido por íntimos afetos de piedade, beijo esta Cruz em que Vós, por minha causa, cumpristes o curso da Vossa vida. Pelos pecados cometidos, mereço uma morte infeliz; mas a Vossa morte é a minha esperança. Pelos méritos da Vossa morte, concedei-me, eu Vos peço, que, abraçado aos Vossos pés e abrasado de amor por Vós, eu entregue um dia o meu espírito. Amo-Vos de todo o meu coração; arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

13ª estação

Contemplemos como dois dos discípulos de Jesus, José e Nicodemos, o tiram exânime da Cruz e o colocam nos braços da Sua Mãe dolorosa, que recebe o Filho morto com grande amor e o abraça ternamente.

Oração. — Ó Mãe das Dores, pelo amor com que amais o vosso Filho, recebei-me como vosso servo e rogai a Ele por mim. E Vós, ó meu Redentor, porque por mim morrestes, fazei, benignamente, com que eu Vos ame; a Vós somente desejo nem quero nada fora de Vós. Amo-Vos, ó Jesus, meu Amor, e arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

14ª estação

Contemplemos como os discípulos levam Jesus exânime ao lugar da sepultura. Triste, a Mãe acompanha-os e acomoda, com as próprias mãos, o corpo do Filho à sepultura. Fecham, por fim, o sepulcro, e todos se vão embora.

Oração. — Ó Jesus sepultado, beijo esta pedra que Vos acolheu; mas, após três dias, haveis de ressurgir! Pela Vossa ressurreição, fazei-me, eu Vos peço, ressurgir glorioso convosco no último dia e ir para o Céu, onde, unido a Vós para sempre, hei de Vos louvar e amar por toda a eternidade. Amo-Vos e arrependo-me de Vos ter ofendido. Não permitais que Vos ofenda novamente. Dai-me amor perpétuo a Vós e fazei de mim o que quiserdes.

Pai Nosso e Avé Maria

V. Nós Vos adoramos e Vos bendizemos, ó Jesus.
R. Porque pela Vossa santa cruz remistes o mundo.

ORAÇÃO FINAL

Ó Virgem Dolorosa, em vós recordo a síntese de todos os episódios por mim meditados. Que graças místicas não vos devem ter sido concedidas por meio daquelas angústias! Graças de sentir em vós mesma as próprias dores do Redentor. Não é sem razão que vós podeis ser chamada de Co­-Redendora.
É a vós que “recorro e de vós me valho, gemendo sob o peso de meus pecados”, na inabalável convicção de que “nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa protecção, implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por vós desamparado”.
Mãe Dolorosa, é a vós que recorro, imploro e reclamo pelo perdão dos meus pecados, pela minha salvação eterna e pela total santificação da minha alma.
E muito vos peço ainda pela sociedade em geral, e pela própria Santa Igreja Católica Apostólica e Romana, para que cheguem à plenitude do seu esplendor e graça, e possa assim ser realizada a proclamação universal do triunfo do vosso Imaculado Coração: “Por fim o meu Imaculado Coração triunfará!”
Ámen.

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