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UCRÂNIA: “Muitas pessoas foram mortas”, relata bispo após bombardeamento na cidade de Kharkiv
A cidade de Kharkiv tem sido palco de constantes bombardeamentos por parte das forças russas, havendo relatos de enorme destruição em zonas residenciais. Na terça-feira, por exemplo, um ‘rocket’ caiu na casa de D. Pavlo Honcharuk, Bispo Romano-Católico, abrindo um buraco no telhado, embora sem causar feridos. Infelizmente, noutras zonas da cidade, muitos blocos de edifícios foram atingidos provocando um número já elevado de mortos e de pessoas que tiveram de receber cuidados hospitalares.
Num curto vídeo enviado para a Fundação AIS nas últimas horas, o prelado refere-se ao ‘rocket’ que atingiu a sua casa como “um presente”, sublinhando que, apesar de toda a violência testemunhada, procura-se manter em toda a casa o ritmo de trabalho assistencial normal, preparando-se, por exemplo, o envio de refeições quentes para duas estações do metropolitano que foram, entretanto, convertidas em ‘bunkers’ subterrâneos, e onde estão centenas de pessoas abrigadas.
Na cidade sitiada pelos bombardeamentos, a Igreja tem dado provas de grande solidariedade. O Bispo Honcharuk tem visitado, juntamente com o Bispo Mytrofan, da Igreja Ortodoxa ucraniana, as populações refugiadas nos abrigos, tal como têm distribuído alimentos ou visitado feridos nos hospitais.
Mas a situação é muito delicada. Na curta mensagem de vídeo enviada para a Fundação AIS, D. Pavlo Honcharuk fala numa enorme destruição e mostra um conjunto de prédios de habitação muito danificados situados em frente a uma fábrica que foi, entretanto, destruída. “Ali eram apartamentos. Todas as janelas foram arrancadas. Muitas pessoas foram mortas. Os cabos aéreos de uma linha de autocarros foram destruídos”, descreve o bispo ao mesmo tempo que vai filmando a rua com o seu telemóvel.
São visíveis vários carros queimados e buracos, autênticas crateras causadas pelas explosões. Enquanto vai gravando as imagens, o bispo cruza-se com um homem, já idoso, que caminha ao longo da estrada, e pede-lhe para ter cuidado, para ser cauteloso. Noutro instante, olhando para um automóvel destruído, o prelado indica ter havido ali tiros. “Há sangue por aqui…”
Tal como D. Pavlo Honcharuk, outros bispos e sacerdotes têm enviado nos últimos dias mensagens para a Fundação AIS que atestam a importância crucial da presença da Igreja junto das populações nestes dias terríveis em que o território da Ucrânia está sob ataque feroz do exército russo.
De facto, a Ucrânia vive uma situação dramática, mas a solidariedade do mundo tem-se feito também sentir não só no acolhimento aos refugiados – há já cerca de 1 milhão – como no apoio às populações que continuam a viver no país enfrentando bombardeamentos e ataques de extrema violência.
Uma solidariedade que foi reafirmada também pela Ajuda à Igreja que Sofre logo no primeiro dia de guerra, a 24 de Fevereiro, com a fundação pontifícia a assumir o compromisso de enviar apoio de emergência no valor de 1 milhão de euros e que se destina, como explicou na ocasião Thomas Heine-Geldern, para os sacerdotes e religiosas que trabalham com refugiados, em orfanatos e em lares para idosos em todo o país.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt
