UCRÂNIA: Militares russos estão a torturar “sem piedade” os dois padres detidos em Donetsk, afirma Bispo de Kiev

UCRÂNIA: Militares russos estão a torturar “sem piedade” os dois padres detidos em Donetsk, afirma Bispo de Kiev

Um terceiro sacerdote foi detido e posteriormente libertado pelas forças russas em Melitopol, na região de Zaporijia

Os padres Ivan Levitskyi e Bohdan Geleta, ambos redentoristas, foram detidos a 16 de Novembro pelas autoridades russas na cidade ucraniana de Berdyansk e estarão a ser “torturados sem piedade”, segundo o arcebispo greco-católico de Kiev.

“De acordo com os métodos clássicos de repressão estalinista – afirma D. Sviatoslav Schevchuk, citado pelo Vatican News – deles são extraídas confissões de crimes que não cometeram. De facto, os nossos dois heroicos pastores são diariamente ameaçados de morte sob tortura.”

Esta denúncia mereceu já uma reacção por parte do presidente executivo internacional da Fundação AIS, em que exige a libertação imediata dos dois sacerdotes.

Numa nota de Imprensa, Thomas Heine-Geldern lembrou que ambos os sacerdotes nunca abandonaram os seus fiéis, “apesar de todos os riscos que correram ao permanecerem, para confortar o seu povo e rezar pela paz”.

“Responsabilizar padres por sabotagem e espionagem lembra as horas mais sombrias e os piores momentos dos regimes totalitários. Então, exigimos que as autoridades envolvidas libertem esses religiosos e tomem as providências necessárias. Pedimos também a todos os nossos benfeitores que rezem pelos padres Levitskyi e Geleta”, diz Hein-Geldern.

A prisão dos dois sacerdotes mereceu duras críticas. O Exarcado Católico Grego de Donetsk, na Ucrânia, emitiu um comunicado, no último dia de Novembro, sobre a situação em que ambos se encontram, alertando precisamente para o facto de quererem forçá-los a confessar que tinham armas na sua posse quando foram detidos.

No texto, que foi enviado para a Fundação AIS Internacional, pode ler-se que tal confissão seria necessária para “legitimar uma decisão judicial que dela resultaria”, bem como a condenação ilícita dos dois padres.

No comunicado adverte-se ainda que o Padre Bohdan Geleta “tem uma doença crónica e precisa tomar medicamentos específicos regularmente”, e que “a prisão e a tortura” ameaçam “muito seriamente a sua vida”.

Uma fonte local da Igreja explicou à Fundação AIS que o Padre Ivan rezava diariamente ao meio-dia com os crentes na Praça da Câmara Municipal de Berdyansk. No dia 16 de Novembro, as autoridades pró-russas detiveram não só o sacerdote mas também duas mulheres que estavam ali em oração, embora elas tenham sido libertadas pouco tempo depois.

Mais tarde, as autoridades pró-russas chegaram ao mosteiro e prenderam o segundo padre, Bohdan Geleta. Sobre ambos pende a acusação, segundo as forças leais a Moscovo, de que teriam sido descobertas armas e munições, bem como documentos e propaganda em língua ucraniana. Entre esses documentos estaria um mapa de um suposto plano de batalha, embora, na verdade, se tratasse de um mapa de 2015, que mostrava o percurso de uma Via Sacra.

Entretanto, foi já libertado um terceiro sacerdote que havia sido também detido na Ucrânia por forças russas. O Padre Oleksandr Bogomaz foi levado à força por alguns soldados russos que entraram na paróquia após a celebração da missa em Melitopol, na região de Zaporijia, logo no início de Dezembro. A sua libertação foi prontamente saudada pelo Arcebispo Sviatoslav Shevchuck, que acusou as forças russas de estarem a “perseguir os padres greco-católicos nos territórios ocupados”.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

O maior desafio à liberdade religiosa na Ucrânia é a situação nos territórios ocupados. Na área controlada pelas autoridades de Kiev, os casos de discriminação religiosa são, até à data, sobretudo incidentes perpetrados contra indivíduos, e não violações sistémicas da liberdade religiosa.
Tragicamente, a guerra parece ter-se enraizado cada vez mais. As violações dos direitos humanos, incluindo as violações da liberdade religiosa, não diminuirão. As perspectivas continuam a ser negativas.

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