Dois sacerdotes que estavam a exercer o seu ministério na cidade portuária russa de Berdiansk, no sudoeste da Ucrânia, desde Fevereiro deste ano, foram presos no final da semana passada por elementos de uma milícia russa e estão acusados de preparação de acto terrorista. O Padre Ivan Levitskyi, pároco da Igreja da Natividade da Virgem Maria na cidade de Berdiansk, e o Padre Bohdan Heleta, capelão da mesma igreja, ambos redentoristas, foram capturados por elementos afectos à administração russa estabelecida nos territórios ocupados.
Em declaração enviada para a Fundação AIS Internacional, o Bispo Stepan Meniok, do Exarcado de Donetsk da Igreja Greco-Católica Ucraniana, afirma que a detenção dos dois sacerdotes foi “infundada e ilegal”. Na mensagem é afirmado que a acusação que pende sobre os dois padres é baseada em falsidades e que os alegados explosivos encontrados numa busca realizada aos edifícios da igreja são uma prova forjada e tudo não passa de uma matéria propagandística.
“No momento da busca ao edifício da igreja, da reitoria adjacente e das instalações técnicas da paróquia, ambos os sacerdotes já se encontravam sob custódia, o que significa que não podiam controlar estas instalações, nem, de forma alguma, as acções da Rosguard [Guarda Nacional da Rússia]”, assinala o bispo na carta enviada à AIS.
“Apelamos à mais ampla divulgação possível desta informação, a fim de se libertar os padres encarcerados. Apelamos às autoridades e a todas as pessoas de boa vontade com um pedido para se juntarem à causa da libertação dos padres, bem como para uma maior oração”, apela ainda o bispo.
Numa nota de Imprensa divulgada ontem à tarde, Maria Lozano, directora de comunicação internacional da Fundação AIS, diz que foi “com profunda consternação” que a Ajuda à Igreja que Sofre tomou conhecimento da detenção destes dois sacerdotes, manifestando a proximidade da instituição para com toda a Igreja ucraniana e pedindo “a todos os benfeitores e amigos para que rezem pela rápida libertação do Padre Ivan Levytsky e do Padre Bohdan Heleta”.
Lozano diz ainda que a AIS “acompanha estes tristes acontecimentos com grande preocupação, tendo em conta as repetidas notícias sobre o desrespeito pelos princípios básicos dos direitos humanos por parte dos serviços especiais russos, que levaram os clérigos sob custódia”, e pede que sejam dadas garantias para que ambos os sacerdotes “possam continuar a servir as necessidades espirituais dos fiéis católicos que vivem em Berdiansk, sem impedimentos”.