Assinalou-se, a 24 de Fevereiro, um ano de guerra na Ucrânia. Desde a primeira hora que a Fundação AIS tem vindo a mobilizar, em todo o mundo, os seus benfeitores e amigos para diversas iniciativas de solidariedade para com a Igreja deste país. Por estes dias está a chegar a casa dos portugueses uma pequena revista com histórias e exemplos concretos dessa ajuda.
Foram geradores e aquecedores, automóveis e carrinhas, fornos portáveis, roupa, alimentos e medicamentos. Quando se faz a lista do que foi distribuído pela Fundação AIS junto das populações ao longo dos primeiros 12 meses de guerra na Ucrânia, fica-se com a ideia de que foi muita coisa. E foi. No conjunto, os benfeitores da AIS contribuíram com mais de 9,5 milhões de euros que permitiram pôr em marcha mais de 290 projectos em toda a Ucrânia…. Foi muito, mas, na verdade, é apenas uma gota na imensidão das necessidades das populações mais afectadas pela guerra. Desde que soaram os alarmes de que a Ucrânia estava a ser invadida, na madrugada de 24 de Fevereiro de 2022, a Fundação AIS mobilizou-se de imediato, a nível internacional, para auxiliar o trabalho da Igreja na assistência aos civis. Foram já mais de 12 meses de trabalho constante que permitiu auxiliar directamente mais de 15 mil pessoas, sendo que muitos delas têm estado empenhadas também em acções de voluntariado junto das populações atingidas pelos ataques armados, pelos bombardeamentos. Conventos, seminários e outros edifícios da Igreja abriram as suas portas às famílias que fugiram do conflito e a Fundação AIS ajudou também esse esforço de acolhimento.
Mão amiga junto das populações
Porque a guerra continua e não é possível baixar os braços da solidariedade, a Fundação AIS está a enviar, por estes dias, para casa dos seus benfeitores e amigos em Portugal, uma pequena revista, um Boletim, em que se procura mostrar algumas das iniciativas que foram concretizadas, quem foi ajudado e quais as necessidades mais urgentes ainda no apoio às populações. Um dos dados em maior destaque é a ajuda dada a congregações religiosas, a irmãs e a sacerdotes. Eles são, no terreno, a mão amiga que tem socorrido os que estão em maiores dificuldades. Por isso, a Fundação AIS sublinha a importância deste apoio que tem sido disponibilizado através, por exemplo, dos estipêndios de missa que muitas vezes são também a única fonte de subsistência de sacerdotes e, através deles, das suas comunidades. Ao longo deste longo ano de guerra, os benfeitores da Fundação AIS mandaram celebrar quase 6.600 missas que se traduziram, depois, em ajuda preciosa principalmente em zonas onde falta quase tudo.
“Não se esqueçam de nós!”
Mas a ajuda que é dada através da generosidade dos benfeitores da AIS não se confina apenas a questões materiais. Há também a considerar o apoio psicológico e assistencial que a Igreja tem procurado dar às populações que, de um dia para o outro, viram morrer familiares e amigos e viram as suas casas, as suas aldeias e cidades serem arrasadas pelos bombardeamentos. Como sublinha D. Sviatoslav Shevtchuk, Arcebispo primaz da Igreja Greco-Católica Ucraniana, tão importante como dar de comer e de abrigo, é sarar as feridas. As palavras deste líder da Igreja ucraniana são recordadas no Boletim da Fundação AIS pois elas traduzem a urgência da ajuda que tem de continuar a chegar a este país no coração a Europa e que há 14 meses enfrenta uma guerra brutal em grande parte do seu território. “A prioridade mais importante, aquilo que colocamos em primeiro lugar, é a assistência pastoral para ajudar a sarar as feridas das pessoas”, explica D. Sviatoslav. “Quase 80% das pessoas na Ucrânia precisam de algum tipo de reabilitação, precisam de ajuda para superarem os seus traumas psicológicos, físicos ou outros. A nossa tarefa, como Igreja, é ajudar a curar as feridas da nossa nação”, acrescentou o prelado. A nossa tarefa, aqui em Portugal, é ajudar os padres e as religiosas nesta missão junto de todos os que mais sofrem por causa da guerra na Ucrânia. Como também diz D. Sviatoslav Shevtchuk, a “Ucrânia pode já não estar tanto nas notícias, mas, por favor, não se esqueçam de nós! Sem a vossa ajuda, não sobreviveremos…”