UCRÂNIA: “Ajudar as pessoas nesta situação de guerra é uma obra de misericórdia”, diz chefe de projectos da AIS

UCRÂNIA: “Ajudar as pessoas nesta situação de guerra é uma obra de misericórdia”, diz chefe de projectos da AIS

Na Ucrânia há um povo que sonha com a paz. Magda Kaczmarek, responsável pelos projectos da Fundação AIS, regressou recentemente de mais uma viagem a este país invadido em Fevereiro do ano passado pela Rússia e descreve uma sociedade que está a sofrer, fala dos milhões de refugiados e deslocados, das crianças que apenas querem brincar e ter os seus pais de volta, e explica que ajudar os ucranianos é uma obra de misericórdia e um desafio para a Igreja…

“Não se pode prever o fim da guerra, pelo que ninguém pode responder a essa pergunta”, diz Magda Kaczmarek, responsável de projectos da Fundação AIS para a Ucrânia, quando Filipe d’Avillez lhe pergunta qual é o estado de espírito das pessoas que encontrou no país que tinha acabado de visitar pela terceira vez desde que os primeiros soldados russos deram início à invasão em 24 de Fevereiro do ano passado. “As pessoas apenas desejam a paz e a Igreja reza constantemente com elas pela liberdade; as famílias querem viver juntas e não estar divididas; as crianças querem ter os seus pais de volta, estar com os seus amigos e brincar com eles, e não viver com medo, longe das suas casas. A sua vida mudou para sempre e nunca mais voltará a ser a mesma.” De facto, a vida dos ucranianos mudou para sempre. A guerra deu origem a uma das mais significativas ondas de refugiados dos tempos modernos. Foram milhões os que cruzaram as fronteiras em busca de abrigo, fugindo dos bombardeamentos, de uma guerra que se mostrou feroz logo nos primeiros instantes. A eloquência dos números é desarmante. “Quinze milhões de pessoas deixaram a Ucrânia oriental, sete milhões estão na Polónia ou na Europa Ocidental, um milhão foi para a Rússia, e sete milhões estão deslocadas internamente na Ucrânia ocidental ou central”, recorda Magda, sublinhando que, desses milhões, “oitenta por cento eram mulheres com crianças, idosos e doentes que tentaram abandonar o país ou sobreviver nos seminários, mosteiros e casas paroquiais que lhes abriam as portas”. Hoje, acrescenta ainda a responsável de projectos da Fundação AIS, “há menos refugiados no Ocidente, mas mais na Ucrânia central”.

Toda a sociedade está a sofrer”
Há os que partiram, há os que ficaram. Todos são ucranianos e todos estão em dificuldades. Para a Fundação AIS, que se mobilizou a nível internacional para dar resposta aos inúmeros apelos vindos deste país, não há distinções entre católicos, ortodoxos ou outros. “Toda a sociedade está a sofrer. Milhões de pessoas perderam os seus meios de subsistência e tiveram de abandonar as suas casas. O seu mundo desabou, não têm trabalho. Ajudar as pessoas nesta situação é uma obra de misericórdia e um grande desafio para as igrejas católicas locais”, explica Magda Kaczmarek. Ajudar a Ucrânia tem sido e vai continuar a ser um grande desafio a nível material, dada a brutal destruição que a guerra está a provocar, mas também ao nível psicológico. E aqui, sublinha a responsável de projectos da AIS, a Igreja tem um papel fundamental. “O maior desafio para a Igreja local será curar as feridas na alma de tantas pessoas, especialmente das crianças. A reabilitação é um grande desafio, assim como a formação psicológica dos padres e religiosas relacionada com o cuidado pastoral. De acordo com o Arcebispo Maior Sviatoslav Shevchuk, chefe da Igreja Católica Grega Ucraniana, 80% da população necessita deste tipo de ajuda. A Fundação AIS está pronta para os apoiar.”

Continuar a ajudar a Igreja
A ajuda, toda a ajuda, tem de continuar da mesma forma que a guerra prossegue o seu caminho destrutivo. Como enfatiza Magda Kaczmarek, “a Ucrânia está a experimentar uma Via Sacra, onde tantas pessoas inocentes estão a morrer e a sofrer”, e por isso “é importante garantir que não nos cansamos de ajudar, e que continuamos a apoiar sacerdotes e religiosos para que possam sobreviver e continuar o seu trabalho pastoral, pregando o Evangelho e evangelizando aqueles que procuram a Deus”. A Fundação AIS está, a nível global, empenhada em manter a Urânia na linha da frente desta batalha solidária que começou também na madrugada de 24 de Fevereiro do ano passado quando teve início a invasão das tropas russas. Em Portugal, esse compromisso foi agora reforçado com o envio, para casa de milhares de benfeitores, de um Boletim onde se explica o que tem vindo a ser feito ao longo destes 14 meses de trabalho. No conjunto, os benfeitores da AIS contribuíram com mais de 9,5 milhões de euros que permitiram pôr em marcha mais de 290 projectos em toda a Ucrânia. Uma solidariedade que, apesar da sua dimensão, é apenas uma pequena gota na imensidão das necessidades das populações mais afectadas pela guerra. Por isso, é preciso continuar. Magda Kaczmarek está confiante de que os benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre não vão abandonar o povo ucraniano. “Felizmente, os nossos benfeitores ainda são muito generosos, e compreendem quem sofre e vive em sofrimento. Compreendem que as igrejas católicas locais ajudam todos os que chegam à sua porta, à procura de comida ou abrigo”, diz a responsável não só pelos projectos da AIS na Ucrânia mas também na Bielorrússia, Bulgária e outros países da região dos Balcãs. “Podemos assegurar-lhes que as nossas irmãs e irmãos na fé rezam todos os dias pelos benfeitores e suas famílias” acrescentou.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

O maior desafio à liberdade religiosa na Ucrânia é a situação nos territórios ocupados. Na área controlada pelas autoridades de Kiev, os casos de discriminação religiosa são, até à data, sobretudo incidentes perpetrados contra indivíduos, e não violações sistémicas da liberdade religiosa.
Tragicamente, a guerra parece ter-se enraizado cada vez mais. As violações dos direitos humanos, incluindo as violações da liberdade religiosa, não diminuirão. As perspectivas continuam a ser negativas.

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