NOTÍCIAS
SÍRIA: “Uma gota de leite” para as crianças, “é dos projectos mais acarinhados pelos portugueses”, diz directora da AIS
A Síria está em guerra desde há dez anos. A data foi assinalada no passado dia 15 de Março. Desde 2011 que os sírios vivem num país massacrado pela morte, destruição e pobreza. Nesta década de provação, a Fundação AIS tem procurado ajudar a minimizar o sofrimento da comunidade cristã. E entre todos os projectos solidários da Ajuda à Igreja que Sofre, há um que se destaca: a campanha “uma gota de leite” para as crianças da Síria.
Recentemente, a Irmã Maria Lúcia Ferreira, uma religiosa portuguesa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, e que vive num mosteiro na vila de Qara, afirmava que a Síria caminha para uma situação insustentável, “como a Venezuela”.
A falta de pão é sinal deste precipício em que se encontra o país. “Começa a faltar o pão. Há muita gente que sobrevivia porque o governo tabelou o preço muito baixo para que todos pudessem ao menos comer pão. O preço continua baixo, relativamente baixo, mas o pior é que começa a não haver para todos. É preciso esperar quatro dias para se ter um saco de pão que tem oito pães achatados. Ora, uma grande família não pode subsistir assim”, explicava esta religiosa em mensagem gravada enviada para Lisboa para a AIS.
Neste cenário tão difícil, a que se junta também o racionamento de combustíveis ou as falhas sistemáticas no fornecimento de electricidade, ganha relevo o trabalho humanitário que algumas instituições têm vindo a realizar junto das populações mais vulneráveis. É o caso da campanha “Uma Gota de Leite”, que a Fundação AIS promove desde 2015 em Homs e, desde 2017, em Alepo. É uma campanha emblemática.
Na cidade de Alepo, considerada mártir pela violência dos combates que reduziram a escombros quase bairros inteiros, a Fundação AIS lançou esta campanha graças ao empenho de um grupo de voluntários de que se destaca o médico Nabil Antaki. Todos os meses é distribuído leite para cerca de 3 mil crianças e bebés.
Não se podendo devolver a infância roubada pelos traumas da guerra é possível no entanto ajudar a minimizar as suas consequências. Como explica Nabil Antaki, esta campanha, assegurada pela generosidade dos benfeitores da Fundação AIS em todo o mundo, apesar de ser “um desafio enorme é também um sinal de esperança”.
“Este projecto tem sido um dos mais acarinhados” pelos benfeitores portugueses da Fundação AIS, explica Catarina Martins de Bettencourt. “É raro o dia em que não recebemos uma carta ou um telefonema de alguém a querer ajudar as crianças de Alepo ou de Homs, a querer dar leite para os meninos da Síria”, diz ainda a directora da AIS em Portugal.
“A vinda ao nosso país da Irmã Annie Demerjian, que tem sido uma verdadeira heroína junto das populações mais atingidas pela crise na Síria, ajudou também a divulgar este projecto entre os portugueses”, acrescenta a responsável do secretariado português. “Estou certa de que, se depender de nós, da generosidade dos portugueses, esta campanha irá continuar sempre a alimentar as necessidades destas crianças e bebés.”
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt