O Santo Padre manifestou ontem a sua solidariedade para com as vítimas do atentado terrorista na Igreja de Santo Elias, em Damasco, a capital da Síria, que fez, no Domingo, mais de 80 vítimas, entre mortos e feridos. Entretanto, o Bispo maronita de Alepo pede orações aos benfeitores da Fundação AIS e diz que a população “não está tranquila”. A Irmã Myri, que vive num mosteiro na vila de Qara, volta a pedir também as orações dos portugueses.
O Santo Padre classificou como “tragédia” o atentado terrorista que atingiu no domingo, dia 22 de Junho, uma Igreja em Damasco, a capital da Síria, provocando mais de 80 vítimas, entre mortos e feridos.
Em mensagem do secretário de Estado refere-se que “o Papa Leão XIV ficou profundamente entristecido ao saber da perda de vidas e da destruição causadas pelo ataque à Igreja Ortodoxa Grega de Santo Elias, em Damasco, e expressa a sua sincera solidariedade a todos os afetados por esta tragédia”, refere o texto divulgado ontem, terça-feira pelo Vaticano e assinada pelo Cardeal Pietro Parolin. “Ao encomendar as almas dos falecidos à misericórdia amorosa do nosso Pai Celestial, sua santidade também reza por aqueles que choram a sua perda, pela recuperação dos feridos e invoca os dons do Todo-Poderoso de consolação, cura e paz sobre a nação”, acrescenta o texto.
POPULAÇÃO “NÃO ESTÁ TRANQUILA”
No atentado terrorista, recorde-se, um homem entrou aos tiros durante a celebração litúrgica da tarde de domingo na igreja de Santo Elias, na capital da Síria, e depois fez-se explodir, causando pelo menos 25 mortos e mais de 60 feridos. O ataque foi também condenado “categoricamente” pelos patriarcas e chefes das Igrejas Cristãs em Jerusalém.
“Exortamos o governo provisório da Síria a não só capturar os agressores que fugiram e levá-los à justiça, mas também a tomar medidas abrangentes para proteger a vida e a liberdade religiosa de todos os cristãos e outros grupos religiosos”, indicam os responsáveis, em comunicado conjunto citado pela Agência Ecclesia.
Entretanto, também ontem, o Bispo maronita de Alepo enviou uma mensagem para a Fundação AIS Internacional em que agradece toda a solidariedade da Ajuda à Igreja que Sofre. D. Joseph Tobji pede também as orações de todos os benfeitores da fundação pontifícia pela Síria que vive um momento difícil. “A situação não está estável” e a população “não está tranquila”, diz o prelado. “Então, [por isso], as vossas orações são sempre muito importantes”, acrescenta na curta mensagem.
“REZAI POR NÓS”, PEDE A IRMÃ MYRI
Também ontem à noite, a Irmã Maria Lúcia Ferreira – mais conhecida como Irmã Myri – e que é a única religiosa portuguesa a viver na Síria, enviou mais uma mensagem para a Fundação AIS em Lisboa a dar conta do ambiente que se vive no país, em que as cerimónias fúnebres das vítimas do atentado terrorista têm-se transformado também numa afirmação de fé e coragem da comunidade cristã.
“O dia a dia é o medo ou a fé”, diz a irmã, que pertence à congregação das Monjas de Unidade de Antioquia. “Morrer, todos morremos, de uma maneira ou de outra. É pior ficar cá a sofrer. Mas pronto, é preciso ter cuidado. É preciso ter cuidado…”, repete na mensagem, concluindo com mais um pedido de oração aos portugueses: “rezai por nós!”.
O atentado terrorista, que as autoridades sírias asseguraram ter sido da responsabilidade de um extremista do Estado Islâmico, mereceu também, e logo nas primeiras horas, a expressão da mais profunda solidariedade da Fundação AIS Internacional. “Estamos profundamente chocados com este acto de violência, trágico e sem sentido”, disse Regina Lynch, presidente executiva internacional da AIS, num comunicado emitido desde a sede da instituição na Alemanha.
Os nossos corações estão com as vítimas, as suas famílias e toda a comunidade cristã na Síria. Estamos em total solidariedade com os nossos irmãos e irmãs na fé e repetimos o apelo urgente de Sua Beatitude, o Patriarca João X, para proteger os locais de culto e pôr fim a qualquer ciclo de violência.”
Regina Lynch
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt