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SEMINARISTAS VENEZUELA: A vocação deles também é nossa
José Gregorio Romero, um jovem do estado de Guárico na Venezuela, sempre foi apaixonado pela política. Não o tipo de política que significava procurar o seu próprio interesse, enriquecer e adquirir o poder, mas a política como ciência para servir e ajudar os outros. “Via a política como o mais alto meio de exercício de caridade, porque significava pensar nos outros, pensar nos que precisavam e procurar todas as formas possíveis de os ajudar”, explica este jovem de 24 anos.
Foi uma paixão que o levou a estudar e a licenciar-se em Relações Internacionais, na Universidade de Caracas, uma qualificação que conseguiu com a distinção magna cum laude. Começou de imediato a trabalhar no Gabinete de Relações Internacionais do Instituto Nacional de Navegação Civil. “Estava a fazer o que amava, estava feliz… Mas sentia que ainda me faltava alguma coisa”, recorda José Gregorio. Vindo de uma família com valores cristãos profundos, decidiu seguir um caminho diferente, que era igualmente ao serviço dos outros, ma com o objectivo de se tornar não um ministro do Governo, mas um ministro de Deus, ou seja, o sacerdócio.
“Durante os meus estudos aprendi o valor da paz.” José Gregorio sabia bem que a paz é muito mais do que a ausência de guerra. A humanidade é chamada a viver em paz. Mas há muitos ruídos externos e precisamos da paz que vem apenas de Deus. “Queria trabalhar para que homens e mulheres pudessem viver em paz, em paz com os nossos irmãos e irmãs, e acima de tudo em paz com Deus. Sei que o mundo precisa de muito amor e que precisa de esperança. O mundo perdeu o seu sentido de orientação; é incapaz de se encontrar, porque esqueceu Deus.”
Esta é a missão à qual José Gregorio pretende agora dedicar-se resolutamente, a de se tornar ministro, padre, homem de Deus. Um homem chamado a proclamar Deus, a aproximá- l’O, a fazê-l’O presente junto dos outros neste mundo, através do trabalho das suas mãos, através da oração, através das suas acções.
“O povo Venezuelano está a enfrentar enormes problemas simplesm nte para satisfazer as necessidades mais básicas, como alimentação, transportes, cuidados de saúde, etc. Mas isso não nos roubou a alegria, nem o sonho de construirmos um país melhor no futuro”, insiste o jovem seminarista.
“Quero servir as pessoas com alegria, onde quer que a Igreja precise de mim. Rezo ao Senhor para que me dê a coragem e a força para Lhe responder com um ‘Sim’ e colocar-me inteiramente à Sua disposição – seja numa paróquia ou nas várias outras actividades ou missões que a Igreja oferece.”
Para José, os jovens venezuelanos são verdadeiros heróis modernos. “Sabemos como nos levantar e construir algo belo, algo melhor, face às adversidades. Os nossos jovens são corajosos, não só aqueles de nós que foram forçados a deixar o país, que são muitos milhares, mas também aqueles que decidiram ficar na Venezuela: nós somos lutadores.”
É uma luta que, como descreve, exige superar os obstáculos diários que os estudantes enfrentam para completar até a simples tarefa de chegar à universidad , percorrer longas distâncias ou levantar-se quatro ou cinco horas antes, simplesmente para poder chegar às aulas a tempo, porque os transportes públicos ou não existem ou estão completamente sobrelotados.
Muitos alunos vão às aulas de estômago vazio, ou têm de trabalhar ao mesmo tempo que estudam, para poderem ajudar as suas famílias a satisfazer as necessidades básicas. Mas, mesmo assim, insiste, “somos lutadores; não desistimos e não abandonamos os nossos sonhos. Através dos nossos estudos, da nossa criatividade e dinamismo, continuamos a acender uma chama no meio da escuridão”.
VOCAÇÃO
“Tenho 24 anos. A minha infância foi típica de um jovem a viver na Venezuela na altura. Passava muito tempo com os meus amigos, ia a festas, a reuniões e estudava. Lembro-me de que quando era criança não escolhia ser um super-herói, um polícia ou um bombeiro, como os meus amigos. Brincava aos sacramentos, à Missa, à Eucaristia. A parte mais difícil para mim foi dar um passo e dizer: “Sim, Senhor, aqui estou.” Ainda me lembro do dia em que contei à minha mãe, lembro-me das lágrimas a correrem-lhe pelo rosto. O meu pai disse-me: “Embora eu não quisesse isto para ti, apoio-te e quero que sejas feliz.” O mundo precisa de esperança. Neste momento, a Venezuela está a viver uma situação muito difícil, uma crise económica, uma crise política, uma crise social.
Sem o vosso apoio, o seminário provavelmente teria de encerrar.“
Seminarista José Romero
A luz particular que José Gregorio quer ser capaz de levar é a luz dos sacramentos, que, defende, são o aspecto mais sublime do ministério sacerdotal.“Acredito que esta é a coisa mais maravilhosa que se pode fazer nesta terra, porque é comunicar a graça de Deus, alimentar a pessoa humana com a Sua Palavra, o Seu Corpo e o Seu Sangue. É o perdão dos pecados, é o consolo dos doentes, é demonstrar às pessoas através de sinais sensíveis que Deus está perto de nós, que Deus não nos abandona, que Deus, apesar das nossas próprias infidelidades e fraquezas, está sempre presente.”
No entanto, José Gregorio sabe bem que, dada a sit ação económica que o seu país atravessa, seria impossível para os jovens seminaristas continuarem a sua formação sem a ajuda de organizações como a Fundação AIS.
“Sem o apoio dos nossos benfeitores, a nossa vocação estaria em perigo e, possivelmente, o seminário teria mesmo de fechar as portas, uma vez que não teríamos o suficiente para sobreviver.”
> Por favor, apoie hoje mesmo um seminarista da igreja perseguida e necessitada. Eles dependem unicamente de nós!
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