O Rei Carlos III, cuja cerimónia de coroação, no sábado, dia 6 de Maio, foi seguida em directo por milhões de pessoas em todo o mundo, tem alertado, ao longo da sua vida pública, para o drama dos cristãos perseguidos, defendendo intransigentemente a liberdade religiosa, e tem tido também diversas manifestações de apreço e proximidade para com a Fundação AIS.
No passado sábado, dia 6 de Maio, Carlos III foi coroado como monarca do Reino Unido numa cerimónia com pompa e circunstância que foi seguida, em todo o planeta, por milhões de pessoas. O Rei Carlos III é, seguramente, uma das personalidades mais importantes e influentes a nível global. É Chefe de Estado de um dos países mais poderosos do mundo e tudo o que diz ou faz é citado e observado por jornais, rádios e televisões com toda a atenção. Ao longo dos últimos anos, como Príncipe de Gales, Carlos tem erguido a sua voz em defesa não só da liberdade religiosa, mas também e muito especificamente dos cristãos perseguidos. E tem manifestado também uma enorme proximidade e afecto para com a Fundação AIS.
O episódio mais recente ocorreu já perto do Natal do ano passado, quando se encontrou com elementos da comunidade cristã vítimas de perseguição religiosa na Nigéria, num evento em Londres e em que participou também a Fundação AIS. Carlos recebeu na ocasião um exemplar do relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, que a fundação pontifícia publicara semanas antes, e escutou, entre outros, o testemunho do Padre Alfred Ebalu, um sobrevivente a uma situação de rapto e de ameaças de morte e de violência no mais populoso país de África. O encontro, dia 8 de Dezembro, decorreu na King’s House e contou com a participação também de uma delegação do secretariado britânico da Fundação AIS, nomeadamente a directora, Caroline Hull, o Padre Dominic Robinson, Assistente Eclesiástico, e ainda John Pontifex, responsável pelo departamento de comunicação e que foi quem apresentou as testemunhas ao monarca. No final, a directora do secretariado britânico da AIS sublinhou a importância do encontro com Carlos III, por este ter escutado de viva-voz testemunhos concretos do que significa a perseguição aos cristãos em alguns países de África. “Estamos muito gratos ao Rei por nos ter dado a oportunidade de o apresentar a testemunhas de perseguição cristã”, disse Caroline Hull. “É tão importante que estas histórias sejam ouvidas”, acrescentou a responsável.
Mensagens de proximidade
Mas mais importante ainda do que este sinal claro de proximidade, foi a declaração que gravou, no seu gabinete oficial, na véspera de Natal de 2019. Nessa mensagem em vídeo, gravada expressamente para a Fundação AIS, o então Príncipe de Gales sublinhava a situação extremamente difícil em que se encontravam as comunidades cristãs vítimas de perseguição religiosa em diversos países do mundo, nomeadamente Iraque, Síria e Sri Lanka. O filho de Isabel II referia esses países como exemplo de lugares onde “inúmeras pessoas enfrentam terríveis perseguições ou são forçadas a fugir de suas casas” por causa da intolerância religiosa. Na mensagem, de quase três minutos, Carlos citava o relatório da Fundação AIS, lançado em Outubro desse ano, e lembrava que o mundo se preparava para celebrar uma vez mais o nascimento de Jesus, e que era também por isso “de vital importância” não esquecer “todos aqueles que sofrem perseguição por causa da sua fé cristã”.
Lembrar ao mundo o sofrimento das comunidades cristãs vítimas da perseguição religiosa foi também o tema principal da mensagem de Páscoa do ano anterior, 2018. Essa mensagem ocorreu após encontros entre o então herdeiro da coroa britânica e diversos líderes cristãos do Médio Oriente que se realizaram através da colaboração da Fundação AIS. Na referida mensagem, o Príncipe de Gales assegurava a proximidade do seu “coração” aos que são “perseguidos” no mundo “por motivos religiosos”. Foram, de facto, diversas as vezes em que Carlos revelou publicamente a sua proximidade para com os cristãos perseguidos e pelo trabalho desenvolvido por instituições de solidariedade como a Fundação AIS. Em Dezembro de 2015, por exemplo, o então Príncipe de Gales – na sequência de uma recepção de Advento, cujo anfitrião foi o Cardeal Vincent Nicholas, Arcebispo de Westminster – entregou um donativo à Fundação AIS, cujo montante não foi revelado. Já no ano anterior, 2014, sensibilizado com a situação terrível em que se encontravam as comunidades cristãs no Iraque, forçadas a fugir após as suas aldeias terem sido ocupadas pelos jihadistas do ‘Estado Islâmico’, o Príncipe Carlos fez também uma doação através da Ajuda à Igreja que Sofre.