MÉXICO

Quando a escola é refúgio

Por estes dias, em Portugal, milhares de crianças iniciam o seu regresso às aulas. São manhãs de entusiasmo, cadernos novos, livros a estrear, famílias reunidas à porta da escola. Mas, enquanto aqui celebramos o privilégio da educação em segurança, noutros lugares do mundo as aulas recomeçam debaixo de tiros, ameaças e medo.

Em Zamora de Hidalgo, no estado de Michoacán, uma das regiões mais violentas do México, vivem-se histórias que poucos ousariam enfrentar. Mas há quem permaneça. Há quem leve consolo, fé e esperança onde quase só há dor. As Irmãs Operárias da Sagrada Família, religiosas que decidiram dar a vida pelos mais frágeis: crianças e famílias marcadas pela violência extrema.

Estas mulheres de Deus escolheram não virar as costas ao sofrimento e ao medo. “O mais difícil é dizer a uma criança que mataram o pai”, partilha connosco a Irmã Rosalina, com a dor ainda viva na voz. Em comunidades assoladas pelo crime organizado, esta é uma realidade frequente. “Uma das nossas crianças viu matarem o pai. Noutro caso, três crianças assistiram ao assassinato da mãe, mesmo à porta de casa. Viram tudo.” Estas crianças vivem nas redondezas de Zamora, uma cidade marcada pela violência, onde a taxa de homicídios é uma das mais altas do país, com mais de 100 mortos por 100 mil habitantes.

A Irmã Rosalina lembra-se bem do medo e das ameaças brutais que escutou: “Numa das aldeias, lembro-me do pânico que se sentia nas famílias. Uma das piores ameaças foi dizerem que iam fazer um terço com as cabeças das crianças e colocá-las na rotunda da aldeia.” Um horror difícil de imaginar…

Uma missão no meio da dor

É neste cenário desolador que nasce uma missão de esperança. As irmãs não acolhem apenas: protegem, ensinam e inspiram. Trabalham numa escola com cerca de 300 alunos, onde o desafio é muito mais do que dar aulas: é reconstruir vidas. “Tentamos ajudá-los a serem mais resilientes e a não terem medo”, diz a Madre Josefina Peña, superiora da congregação. Mesmo quando as balas perdidas entram pelo edifício, elas permanecem firmes. “Nos rostos dessas famílias via o medo. As outras irmãs e eu dissemos-lhes que, connosco, as crianças estavam em segurança.” Ainda assim, a dor não desaparece. “É horrível. É muito doloroso presenciar este tipo de situações, porque é verdade que trazemos connosco o maior tesouro, que é a fé em Deus, mas humanamente gostávamos de poder fazer muito mais.”

Milhares de crianças regressam à escola graças a si!

35€

Material escolar para 3 alunos

75€

Apoio para o salário de 1 professor

140€

Propina anual para 1 criança

Noviças preparadas para servir

Também as jovens que chegam ao noviciado carregam feridas profundas. “Assim que chegam, oferecemos primeiro ajuda humana e psicológica para que possam curar-se, perdoar e renascer dessa violência e desses sofrimentos internos”, explica a Irmã Miriam, mestra de noviças. “Ajudamo-las a discernir, acompanhamo-las com um apoio integral: espiritual, humano e emocional. Só depois as preparamos para irem para as pequenas comunidades.”

Graças também ao apoio dos benfeitores da Fundação AIS, esta formação é possível. “Estamos muito agradecidas a todos vós e, desde sempre, à Fundação AIS. Rezamos muito por vocês, pelas vossas famílias, por todos os que estão, os que virão e os que já partiram”, afirma, com emoção, a Madre Josefina.

“Porque continuam? Porque não vão embora?”, é a pergunta que muitas vezes lhes fazem. “O que nos dá força e coragem é a oração e o apoio entre nós”, responde sem hesitar a Irmã Rosalina. “As irmãs mais velhas, que estão doentes, rezam muito por nós. Fugir não está nos nossos planos. Queremos estar ali, com as pessoas. Acompanhar quem sofre. Nós não vamos embora.” Mais do que protecção, oferecem presença.

Querem ser ponte e consolo para os que vivem o horror da violência. “Deus pode chamar-nos a qualquer momento, por isso é preciso estar bem com Ele, estar bem entre nós e criar relações de paz. Não vamos deixar sozinhas as pessoas que precisam de nós. Ser um raio de luz e esperança dá-nos força e agradecemos a missão que nos foi confiada: acompanhar os nossos irmãos nestas aldeias. Ser uma família.”

Além do México, em países como o Líbano, Nigéria, Sudão ou Síria, entre tantos outros, milhares de crianças só conseguem estudar graças ao apoio de religiosas, padres e leigos que não as deixam sozinhas, mesmo quando a violência ameaça tudo. Nestes países, a escola é muito mais do que um lugar de aprendizagem: é um refúgio! Desde jardins de infância, escolas e até universidades, milhares de estudantes só conseguem estudar graças a programas financiados pela Fundação AIS.

Este apoio, para além da ajuda directa aos padres e religiosas, traduz-se na oferta de material escolar e no pagamento de propinas e dos salários dos professores.

Una-se a esta corrente de amor e partilha. À semelhança das Irmãs Operárias da Sagrada Família, o seu donativo ajudará centenas de religiosas e padres a levar fé, educação e dignidade às crianças e jovens que dependem da nossa ajuda para a sua formação.

O seu donativo permitirá manter a esperança de um futuro melhor para milhares de crianças e jovens que vivem em países onde enfrentam pobreza extrema, violência e perseguição.

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