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PORTUGAL: Papa denuncia drama “inaceitável” da perseguição religiosa em vídeo com o apoio da Fundação AIS
“Como é possível que hoje muitas minorias religiosas sofram discriminação ou perseguição?” Começa assim, com estas primeiras palavras, o “vídeo do Papa” com a intenção de oração para o mês de Janeiro. O tema escolhido pelo Santo Padre foi a discriminação e perseguição religiosa, convidando todas as pessoas a escolherem o “caminho da fraternidade”. Caso contrário, caso não sejamos irmãos, alerta Francisco, “todos perdemos”. “Como permitimos que nesta sociedade altamente civilizada existam pessoas que são perseguidas simplesmente por professar publicamente a sua fé?”, pergunta o Papa neste vídeo que tem o apoio da Fundação AIS. “Isso não só é inaceitável, é desumano, é insano”, acrescenta o Santo Padre.
Ao iniciar o ano de 2022 com esta poderosa mensagem sobre o drama da discriminação religiosa, o Papa ajuda a realçar a importância do trabalho e da missão da Fundação AIS. Esta instituição pontifícia publicou em Abril do ano passado um Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo onde se constata precisamente que em um terço dos países do mundo existe perseguição ou discriminação por causa da religião e que isso corresponde a um universo de cerca de 5,2 mil milhões de pessoas. Nesse mesmo Relatório, verifica-se que mais de 646 milhões de cristãos vivem em países onde a liberdade de culto não é respeitada.
Estes dados, explica o presidente executivo internacional da Fundação AIS, acabam por não surpreender pois traduzem uma realidade que vem em crescendo de ano para ano, desde há séculos. “Esta situação vem crescendo há séculos, a partir das raízes da intolerância, passando pela discriminação, até à perseguição”, diz Thomas Heine-Geldern. “Acreditamos firmemente que o direito de ser livre para praticar ou não qualquer religião é um direito humano fundamental que está directamente relacionado com a dignidade de cada pessoa. Pode parecer óbvio, mas mesmo quando os direitos humanos estão na boca de todos, a liberdade religiosa geralmente tem uma existência obscura”, acrescenta este responsável pela fundação pontifícia.
Defender o direito à liberdade religiosa, defender os direitos da comunidade cristã é, de facto, o ponto de partida da missão da Fundação AIS. As palavras do Papa Francisco neste primeiro vídeo do ano de 2022 são um alerta também para uma maior consciencialização do papel de todos na defesa do direito à liberdade religiosa como um direito fundamental que está, aliás, expresso no artigo décimo oitavo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, das Nações Unidas: “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos”.
No seguimento da publicação pelo Santo Padre deste vídeo, Thomas Heine-Geldern alerta ainda para a importância da defesa da liberdade religiosa como caminho imprescindível para a paz entre as nações. “O mundo deve estar ciente de que as perspectivas de uma coexistência pacífica serão sombrias se a liberdade de religião ou de crença não for respeitada como um direito humano fundamental baseado na dignidade humana de cada pessoa”. Com este vídeo do Papa sobre a problemática da liberdade religiosa, iniciou-se o sétimo ano em que Francisco confia mensalmente à Igreja, através da Rede Mundial de Oração do Papa, uma intenção de oração.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt