Vem aí o CineFé, o Festival Internacional de Cinema de Temática Religiosa Cristã. A ideia é acabar com o preconceito de que os filmes de temática cristã são apenas destinados a pessoas crentes. O Festival está agendado para Setembro do próximo ano, mas este sábado, dia 17, será dado o pontapé de arranque com a sua apresentação e a exibição de um documentário da Fundação AIS.
Tem data marcada para Setembro de 2026, mas a apresentação vai decorrer já neste sábado, dia 17, em Fátima, nos Missionários da Consolata. O CineFé – Festival Internacional de Cinema de Temática Religiosa Cristã – quer acabar com o “preconceito de que estes filmes, de temática religiosa, só são destinados a pessoas religiosas”, explica à Fundação AIS Ricardo Filipe, um dos responsáveis da Ensaio Imperdível, a associação de artes cinematográficas que está na origem deste projecto pioneiro em Portugal.
Erick Jesus, outro dos responsáveis da iniciativa, explica que o festival nasceu de “uma inquietação” pelo facto de saber que existem “produções muito boas” nesta área mas que “não têm visibilidade no mercado tradicional”. O CineFé nasce assim como “um espaço” que permita o diálogo e “quebrar um pouco do preconceito que existe sobre essas obras”. Paralelamente, o festival pretende ser também um espaço, um palco para que novos autores, novos criadores possam mostrar os seus trabalhos. “Queremos ser uma porta de entrada para que esses novos realizadores tenham um espaço para mostrar as suas obras ao mundo”, diz Erick Jesus.
Ricardo Filipe sublinha estas ideias. O festival, pretende, acima de tudo, ser “um espaço para divulgação de primeiras obras, mas também para ‘workshops’ de produção, realização e edição vídeo e sonoplastia para os que se aventuram no mundo dos audiovisuais ou para criadores de conteúdos digitais”, afirma Ricardo Filipe. E ambos esperam que o CineFé “venha a ter muito sucesso”.
UM DOCUMENTÁRIO DA AIS SOBRE A ALBÂNIA
Para a apresentação do festival, vão ser exibidos neste sábado, dia 17, o documentário “Ângelo”, produzido pela Fundação AIS sobre a Albânia, e a curta-metragem “New Tomorrow”, obra realizada pelos alunos da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.
Além da exibição de filmes e documentários, o Festival vai procurar acolher ainda “Master Classes” de produção, realização e edição com profissionais na área, além de que terá espaço para diversas palestras sobre a mensagem religiosa e o cinema.
A exibição do documentário “Ângelo” é um exemplo das parcerias que os responsáveis da Ensaio Imperdível pretendem estabelecer para a promoção deste festival com a fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre. O documentário mostra com profundidade uma Albânia que viveu décadas de ditadura em plena Europa e que chegou a ser declarado como o único Estado ateu no mundo. Foram tempos de perseguição feroz aos cristãos, de miséria e também de obscurantismo desde 1945 até 1990. Os cristãos que viviam então na Albânia foram particularmente perseguidos, mas resistiram. A religião era proibida, mas a fé, apesar disso, manteve-se viva, embora de forma clandestina.
O protagonista do documentário é o padre franciscano Ângelo de Padova. Através dele vai ficar-se a conhecer este país e histórias, relatos de pessoas que viveram nos anos duros da ditadura. São estas histórias de violência, mas também de perdão que dão corpo ao documentário produzido pela Fundação AIS e que vai ser apresentado este sábado, a partir das 16 horas, no primeiro acto público do CineFé, o Festival Internacional de Cinema de Temática Religiosa Cristã.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt