PORTUGAL: Bispo de Pemba envia comovente agradecimento à cabeleireira que deu um dia de trabalho para Cabo Delgado

No dia 13 de Maio, a cabeleireira Sílvia Duarte abriu as portas do seu salão no Estoril e ofereceu o dia de trabalho para o sofrido povo de Cabo Delgado, em Moçambique, através da Fundação AIS. Este gesto teve um enorme impacto: entre o trabalho efectuado no salão e donativos, Sílvia recolheu cerca de 3 mil euros. O Bispo de Pemba, sabendo deste gesto solidário, enviou uma comovente mensagem de agradecimento em que diz que “para ajudar, não precisamos de ser muito ricos, mas sim de abrir o nosso coração”.

Depois de uma dura prova de atletismo, no ano passado, em que chamou a atenção dos portugueses para o drama que está a ocorrer em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde grupos terroristas têm lançado sucessivos ataques e provocando uma enorme crise humanitária, Sílvia Duarte decidiu realizar uma nova acção solidária, e abriu as portas do seu salão de cabeleireiro, no Estoril, para oferecer através da Fundação AIS o seu trabalho, o seu próprio ganha-pão, para assim ajudar a matar a fome destas populações.

Foi no dia 13 de Maio. A data, para Sílvia, que tem uma profunda devoção à Mãe de Jesus, foi escolhida propositadamente. “Com Maria, tudo se consegue”, diz Sílvia, assumindo uma ligação muito forte a Fátima.  “Escolhi esta data tão especial, em que Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos, para agradecer também à Mãe de Deus tudo o que tem feito por mim ao longo da minha vida.”

Durante o dia 13, em que uma multidão de fiéis, bem mais de 200 mil, segundo as contas do próprio Santuário, rezava à Virgem de Fátima, no salão de Sílvia, muito perto do Casino Estoril, pintavam-se e cortavam-se cabelos, arranjavam-se unhas, fazia-se o habitual num cabeleireiro. Pequenos cartazes, com o símbolo da Fundação AIS, e até uma pequena bandeira da fundação pontifícia eram os únicos sinais de que, por ali, algo de diferente estava a acontecer.

O resultado foi muito bom. No conjunto, entre o trabalho realizado no salão e donativos de pessoas que não podendo estar presentes decidiram associar-se também ao gesto solidário por Cabo Delgado, esta iniciativa rendeu aproximadamente 3000€. “Foi mesmo um pequeno milagre”, diz, já em jeito de balanço, Sílvia Duarte. “Foi fantástico. Mesmo que o valor tivesse sido muito menor, já teria valido a pena, pois o mais importante foi mesmo chamar a atenção dos portugueses para o drama humanitário que se está a viver em Cabo Delgado, onde as populações são atacadas, são forçadas a fugir e vivem constantemente com o coração nas mãos”, diz Sílvia Duarte à Fundação AIS.

Saber que esta minha iniciativa vai ajudar a aliviar o sofrimento de muitas famílias é o maior prémio que poderia desejar. Saber que lá longe, em Moçambique, algumas pessoas vão ser socorridas graças a isto, enche a minha alma. Fico feliz só por saber que isto que fizemos permitiu aliviar o sofrimento de alguns irmãos moçambicanos que, estando longe, estão perto do meu coração.”

“PRECISAMOS DE TER UM CORAÇÃO GRANDE…”

Mas o gesto de Sílvia voltou a galgar fronteiras e voltou a sensibilizar D. António Juliasse, o Bispo de Pemba, que já no ano passado fez questão de se encontrar com a cabeleireira do Estoril para lhe agradecer pessoalmente toda a sua generosidade para com o povo mártir de Cabo Delgado.

Desta vez, estando longe, o Bispo decidiu agradecer enviando uma mensagem através da Fundação AIS. Uma mensagem comovente em que salienta os gestos simples, “mas profundamente significativos”, que Sílvia tem protagonizado para com as populações do norte de Moçambique, vítimas de constantes ataques terroristas. E sublinhou esse ponto: “Os ataques do terrorismo jihadista têm estado, desde 2017, a provocar mortes, destruição, deslocados internos, e a provocar miséria e muito sofrimento”.

Esta é a dura realidade para as populações que enfrentam a ameaça terrorista. Em cada notícia de um novo ataque há sempre a certeza de pessoas em fuga, de famílias em desespero, de novos deslocados que ficam com as mãos ainda mais vazias e que passam a depender totalmente da ajuda da Igreja, da Cáritas ou de outras instituições presentes no terreno.

É face a esta realidade que as iniciativas de Sílvia Duarte fazem a diferença. Até agora, a cabeleireira do Estoril já protagonizou duas acções de solidariedade para com as vítimas do terrorismo em Cabo Delgado e sempre também em favor da Fundação AIS, instituição que tem como missão apoiar a Igreja que Sofre, apoiar os cristãos perseguidos por causa da sua fé.

Sílvia participou no ano passado numa dura prova de atletismo em Lisboa, e agora abriu as portas do seu próprio cabeleireiro para oferecer o seu trabalho por Cabo Delgado. E agora, e uma vez mais, o Bispo de Pemba fez questão de enaltecer estes gestos que dizem muito sobre o coração de Sílvia. “Aprendi da Sílvia Duarte que para ajudar o outro ser humano em sofrimento só precisamos ter um coração grande, um coração que percebe que o sofrimento do outro ser humano, como nós, nunca nos deve deixar ficar indiferentes”, diz D. António Juliasse numa mensagem de voz enviada para a Fundação AIS em Lisboa. Uma mensagem em que faz questão de salientar que podemos e devemos “estender a nossa mão” mesmo a quem está distante geograficamente. “É assim que a Sílvia faz com as suas corridas e do seu salão de cabeleireiro: uma oportunidade de dar um sorriso de alívio”.

O Bispo de Pemba sublinha ainda que os gestos de Sílvia são muito mais valiosos do que toda a ajuda material que ela tem conseguido reunir, pois são gestos de amor. E isso não tem preço. “Para ajudar, não precisamos ser muito ricos e ter dinheiro que não nos faz tanta falta. Precisamos é de abrir o nosso coração”, afirma D. Juliasse, acrescentando que o facto de a iniciativa solidária ter decorrido num dia 13 de Maio é algo de significativo. “Que Nossa Senhora de Fátima interceda junto de seu filho por este povo de Cabo Delgado e todos aqueles que sofrem por causa da guerra e vivem na miséria”, diz D. Juliasse, terminando a mensagem com uma expressão calorosa: “Força sempre, Sílvia Duarte”.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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