PORTUGAL: Bispo de Aveiro destaca a “a coragem e a firmeza da fé” dos cristãos perseguidos em iniciativa da Fundação AIS

Na sessão de apresentação na Diocese de Aveiro do relatório sobre a Liberdade religiosa no Mundo, da responsabilidade da Fundação AIS, D. António Moiteiro disse admirar “a coragem e a firmeza da fé” dos cristãos perseguidos e sublinhou a importância do trabalho da instituição na consciencialização e denúncia destas situações, mas também na ajuda concreta às comunidades religiosas.

A sala dos Bispos, no Seminário de Santa Joana Princesa, em Aveiro, foi o palco, ontem à noite, 16 de Maio, da apresentação, do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, produzido pela Fundação AIS. D. António Moiteiro presidiu à sessão e teve palavras de apreço pelo trabalho que a instituição desenvolve no mundo.

A Fundação AIS tem tido ao longo da sua existência a preocupação de ajudar a fazer formação quer promovendo a formação de novos padres, construção de edifícios religiosos, ajuda às populações e eu penso que este ponto é fundamental porque quando nós estamos a ajudar os nossos irmãos na fé, nós estamos a realizar aquilo que o Evangelho nos pede. Que é esta comunhão de vida com todos aqueles que vivem também connosco a mesma fé”, disse o prelado no início da sua intervenção. 

“Nós sabemos que a ajuda que esta fundação realiza chega realmente àqueles que precisam. E chega, de facto, atingindo as suas finalidades para as quais ela angariou os fundos. Portanto, esta ajuda é muito importante”, acrescentou o Bispo de Aveiro.

ATROCIDADES EM ESPANHA

D. António Moiteiro teve também palavras de enorme admiração pelo testemunho de fé dos cristãos perseguidos nos dias de hoje, algo que é evidenciado pelo próprio Relatório sobre a Liberdade Religiosa.

É de admirar a perseverança e constância da fé destes nossos irmãos. Eles vivem a sua fé e nós vemos às vezes, quando temos a possibilidade de conhecer algum país destes onde a liberdade religiosa é posta em causa, como as igrejas têm de estar quase amuralhadas, como o acesso aos templos é tão difícil, mas isso prova a coragem e prova a firmeza da fé desta gente. Isto é aquilo que me admira muito, a mim, que é dar a vida. Porque isto não é apenas dos primeiros cristãos”

D. António Moiteiro lembrou o exemplo “das atrocidades que se cometeram” por exemplo em Espanha durante os tempos da guerra civil. “Atrocidades que se fizeram a pessoas inocentes porque eram cristãos, porque viviam a sua fé”.

AIS, “UM TRABALHO BONITO”

O prelado sublinhou ainda que a perseguição por motivos religiosos é algo que continua infelizmente a ser muito actual, afecta milhões de pessoas e ocorre em inúmeras regiões do planeta.

“É preciso dizer que estas realidades acontecem hoje”, disse D. António Moiteiro dando o caso concreto de Moçambique que acompanha com particular interesse e preocupação por estar lá “uma missionária leiga muito amiga, na paróquia de Ocua”, geminada com a Diocese de Braga. Nestes países, nestes lugares onde há guerra, perseguição, violência, “vive-se a fé na convicção da presença de Cristo vivo e ressuscitado”. “E este é que é o tesouro”, disse o Bispo.

Em toda a intervenção, D. António Moiteiro fez questão de destacar a importância da missão da fundação pontifícia nas suas várias vertentes. Informar, ajudar e rezar. E disse que este era “um trabalho bonito”, sublinhando, contudo, a importância da oração. 

A oração é muito, muito importante para que estas pessoas sejam sustentadas na sua fé, para que a fé possa ser neles uma fé mais forte, mais convicta. E eles [os cristãos perseguidos] devem ser exemplo para nós, para as nossas comunidades que às vezes são umas comunidades que se preocupam, deixem passar a expressão, com coisas que não prestam para nada, que são às vezes questões de lana-caprina, se uma procissão vai por esta rua ou não vai, se isto acontece ou não, quando para tantos a questão não se põe aí. A questão põe-se na vida ou morte, no testemunho da fé. Penso que isto é importante e gostava de o dizer, porque a Fundação ao ajudar está a evangelizar”.

SESSÕES DE SENSIBILIZAÇÃO

O Relatório da Fundação AIS sobre a Liberdade Religiosa no Mundo foi apresentando nos seus pontos essenciais por Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado português da fundação pontifícia, que incentivou os presentes a “uma leitura mais atenta” do documento, o que pode ser feito em www.fundacao-ais.pt.

Antes de Aveiro, o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo foi já apresentado nas Dioceses de Lisboa, Porto, Santarém, Coimbra, Braga, Évora, Madeira e Setúbal, sempre na presença dos respectivos Bispos.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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No período em análise não se registaram casos significativos de discriminação por motivos religiosos nem abusos da liberdade religiosa que pudessem ser imputáveis ao Estado ou a outras entidades governamentais. Além disso, certos fenómenos nas sociedades ocidentais chegaram a Portugal, nomeadamente a progressiva marginalização da religião na vida pública e a legalização de certas práticas, como a eutanásia, que são contrárias aos princípios de várias religiões.

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