Numa homilia de Natal dirigida aos colaboradores da Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Kurt Koch convidou a instituição a seguir o exemplo de São José e a “viver como estrelas que apontam para Cristo, o sol da salvação, e tornar-se cada vez mais transparentes para Ele”. Regina Lynch, presidente executiva da AIS Internacional sublinha, em mensagem enviada aos diversos secretariados, a lealdade dos benfeitores da AIS e Catarina Martins de Bettencourt, directora da AIS em Portugal, agradece a todos os que, com a sua generosidade, têm permitido que a fundação pontifícia possa “continuar a socorrer os irmãos em sofrimento e em maior necessidade”.
O recém-nomeado presidente da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS/ACN), Cardeal Kurt Koch, disse à instituição que deveria tomar como modelo São José, pai adoptivo de Jesus. Numa homilia da Missa de Natal, o cardeal comparou São José a uma estrela que “embora desapareça diante do sol e recue para segundo plano, tornou-se assim transparente para o sol de Cristo”.
Também hoje precisamos de mulheres e homens que ofereçam ajuda silenciosa, que escutem a palavra de Deus, que participem na Sua obra de salvação e, assim, se tornem uma bênção para os outros. O anjo de Deus certamente procurará esses homens e mulheres de ajuda silenciosa entre vós, os colaboradores da instituição Ajuda à Igreja que Sofre, e estou certo de que os encontrará. Pois, no vosso trabalho, sois chamados, como São José, a viver como estrelas que apontam para Cristo, o sol da salvação, e a tornar-vos cada vez mais transparentes para Ele.”
“Também e especialmente no vosso importante trabalho, sois chamados a viver a verdade cristã escondida na sabedoria popular: quanto mais brilha o sol, mais as estrelas se desvanecem. Esta é a verdade mais íntima do tempo do Advento cristão”, acrescentou o Cardeal Koch.
Regina Lynch sublinha a lealdade dos benfeitores da AIS
O ano que agora chega ao fim foi marcado por mudanças importantes, tanto para a Igreja como para a AIS Internacional. Um novo Papa foi eleito, numa altura em que a peregrinação internacional da instituição estava a decorrer em Roma, e o Papa Leão, que foi parceiro de projectos da AIS no Peru, elogiou o trabalho da fundação durante uma audiência para apresentar as conclusões do Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2025.
Numa mensagem aos colaboradores da AIS, a presidente executiva Regina Lynch recordou que “a mensagem do Papa Leão para nós foi de apoio e encorajamento: ‘Queridos amigos, agradeço a cada um por este trabalho de solidariedade. Não se cansem de fazer o bem, pois o vosso serviço dá frutos em inúmeras vidas e dá glória ao nosso Pai no Céu’”.
“Partilho estas palavras convosco”, continuou Regina Lynch, “pois é graças aos vossos esforços e aos dos secretariados nacionais que conseguimos prestar o mesmo nível de apoio aos nossos parceiros de projectos que no ano passado. De facto, no final de Novembro, tínhamos os terceiros resultados mais elevados da história da AIS. Os dois anos com melhores resultados – 2022 e 2023 – foram marcados pelo início da guerra na Ucrânia e pelo terramoto na Turquia e na Síria, respectivamente. Em 2025, não houve crises significativas. Por isso, é especialmente encorajador testemunhar a lealdade de tantos benfeitores e o crescimento constante a nível global do número de novos benfeitores”, explicou.
Conhecer “em primeira mão” o sofrimento dos cristãos
O Papa Leão também aceitou a renúncia do ex-presidente da AIS, Cardeal Mauro Piacenza – a quem, segundo Regina Lynch, “estaremos eternamente gratos pela sua sabedoria e orientação espiritual” – e nomeou como seu sucessor, o Cardeal Koch. “Sob a sua liderança e com o vosso trabalho e apoio, continuaremos a ajudar a Igreja nestes tempos difíceis, em que a falta de liberdade religiosa aumenta e as guerras continuam.”
Por fim, o ano também viu a saída do secretário-geral Phillipp Ozores, após 12 anos de serviço. “Durante o seu tempo aqui, Philipp foi responsável por iniciar e acompanhar anos de importante crescimento da AIS, quando vimos o nosso potencial para ajudar a Igreja que sofre ou é perseguida quase duplicar. Estamos muito gratos a ele por tudo o que fez pela AIS”, disse Regina Lynch na sua carta.
Enquanto a instituição aguarda um 2026 repleto de desafios, a presidente executiva da instituição expressou esperança para o futuro. “Embora, no momento em que escrevemos, pareça estar a manter-se um cessar-fogo em Gaza, sabemos em primeira mão do sofrimento crescente das comunidades cristãs na Terra Santa e dos desafios em tantas regiões do mundo: as consequências das guerras na Ucrânia e em Mianmar, a rápida propagação do jihadismo em África e os governantes cada vez mais autocráticos em alguns países da América Latina e da Ásia.”
A presidente executiva da AIS, Regina Lynch, concluiu que, “no entanto, à medida que nos aproximamos da Festa do Nascimento de Cristo, a esperança e a paz são oferecidas ao mundo e é com as próprias palavras do Papa Leão que gostaríamos de agradecer mais uma vez e concluir esta carta: ‘A paz que Jesus traz é como um fogo e exige muito de nós. Exige-nos, em primeiro lugar, que tomemos uma posição. Perante a injustiça, a desigualdade, onde a dignidade humana é pisada, onde os mais frágeis são silenciados: tomar uma posição. Esperar é tomar uma posição. Esperar é compreender nos nossos corações e mostrar nas nossas acções que a situação não pode continuar como antes.’”
“Somos uma família”, diz Catarina Bettencourt
Tal como Regina Lynch, também a directora do secretariado português da Fundação AIS sublinha a dedicação de todos os que têm contribuído para que a Ajuda à Igreja que Sofre cumpra com a sua missão de socorro dos cristãos perseguidos no mundo. E destaca que isso só é possível porque todos, benfeitores, amigos e colaboradores da Fundação AIS são como uma verdadeira família.
“Somos a família AIS, uma família de pessoas que cuidam dos que mais sofrem, dos que são perseguidos pela sua fé, dos mais pobres e necessitados. Somos uma família em que queremos bem uns aos outros e em que nos preocupamos uns com os outros”, diz Catarina Martins de Bettencourt. “É com esta certeza e em nome de toda a equipa da Fundação AIS que desejo a todos os que têm colaborado com a Ajuda à Igreja que Sofre, voluntários, benfeitores e amigos, os votos mais profundos de um Santo Natal e um agradecimento muito forte, de coração mesmo, pela vossa generosidade, pelas vossas orações, pela vossa presença constante e que o Deus menino continue a abençoar a nossa missão para podermos continuar a socorrer os nossos irmãos em sofrimento e em maior necessidade”, concluiu.
Filipe D’Avillez e Paulo Aido
Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt




