ONU: Dia Internacional para lembrar as vítimas da violência religiosa foi assinalado pela terceira vez pela ONU

ONU: Dia Internacional para lembrar as vítimas da violência religiosa foi assinalado pela terceira vez pela ONU

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ONU: Dia Internacional para lembrar as vítimas da violência religiosa foi assinalado pela terceira vez pela ONU

Segunda-feira · 23 Agosto, 2021
Domingo, dia 22 de Agosto, as Nações Unidas lembraram pelo terceiro ano consecutivo as vítimas da violência religiosa ou de crença. A data, instituída em Junho de 2019 pela Assembleia Geral da ONU, pretende ser uma chamada de atenção para a responsabilidade de os Estados promoverem e protegerem os direitos humanos, incluindo os direitos das minorias religiosas, nomeadamente para exercerem a sua religião ou crença livremente.

Na sua página oficial na Internet, as Nações Unidas lembram que “aumentaram nos últimos anos e ocorreram mesmo durante a pandemia” ataques a locais de culto “como igrejas, mesquitas e sinagogas”, e que “indivíduos em todo o mundo são assassinados por causa da fé que professam”. Isto apesar – recorda ainda a ONU – de a liberdade e religião, opinião e expressão, assim como o direito pacífico de associação serem garantidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

A tomada de poder nos últimos dias pelos Talibãs no Afeganistão é um sinal de alerta para o risco que as populações, nomeadamente as mulheres e as pessoas pertencentes às minorias religiosas, correm em países onde a violência impera e os direitos humanos não são protegidos.
Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da Fundação AIS, afirmou-o no final da semana passada num comunicado divulgado desde a sede da instituição, na Alemanha a propósito da situação no Afeganistão. “Todos aqueles que não abraçam as visões islâmicas extremistas dos Talibãs estão em perigo, até mesmo os sunitas moderados. Os xiitas (10%), a pequena comunidade cristã e todas as outras minorias religiosas, já ameaçadas, sofrerão uma opressão ainda maior”, disse Heine-Geldern.
ONU: Dia Internacional para lembrar as vítimas da violência religiosa foi assinalado pela terceira vez pela ONU
A tomada de poder nos últimos dias pelos Talibãs no Afeganistão é um sinal de alerta.
“Este é um grande retrocesso para todos os direitos humanos e, principalmente, para a liberdade religiosa no país”, acrescentou, pedindo, em nome da Fundação AIS, a mobilização da comunidade internacional na defesa dos direitos humanos “de todos os cidadãos do Afeganistão”.

O Dia Internacional proclamado pela ONU para lembrar as vítimas de actos de violência baseados na religião ou crença, permite recordar também os alertas do Relatório publicado em Abril deste ano pela Fundação AIS.

Actualmente, pode ler-se neste documento, cerca de 67% da população mundial, ou cerca de 5,2 mil milhões de pessoas, vivem em países onde existem graves violações à liberdade religiosa, incluindo as nações mais povoadas, China, Índia e Paquistão. Em muitas delas, as minorias religiosas são as mais visadas.

De acordo com o Relatório, a perseguição religiosa por parte de governos autoritários também se intensificou. A radicalização do continente africano, especialmente na África subsariana e Oriental, onde tem havido um aumento dramático da presença de grupos jihadistas, é outra das principais conclusões desse documento, em que se enfatiza o facto de as violações à liberdade religiosa, incluindo perseguições graves, tais como assassínios em massa, ocorrerem actualmente em 42% de todos os países africanos.

No entanto, esta radicalização não afecta apenas o continente africano. O relatório da Fundação AIS revela um aumento das redes islamitas transnacionais que se estendem do Mali a Moçambique, das Comores, no Oceano Índico, às Filipinas no Mar do Sul da China, com o objectivo de criação de um “califado transcontinental”.

O documento destaca ainda outra nova tendência: o abuso da tecnologia digital, redes cibernéticas, e vigilância em massa com base na inteligência artificial (IA) e tecnologia de reconhecimento facial para aumentar o controlo e a discriminação em algumas das nações com o pior historial de liberdade religiosa. Isto é mais evidente na China, onde o Partido Comunista Chinês tem vindo a oprimir grupos religiosos com a ajuda de 626 milhões de câmaras de vigilância e scanners para smartphones optimizados com IA.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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