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Conheça a história de Janada Marcus
Tem apenas 22 anos, mas parece carregar todo o sofrimento do mundo. Janada Marcus é cristã e está a fazer terapia no Centro de Trauma da Diocese de Maiduguri, uma estrutura da Igreja, erguida com o apoio da Fundação AIS, para auxiliar pessoas que viveram experiências dramáticas, nomeadamente como consequência de ataques do grupo terrorista Boko Haram, muito activo no norte da Nigéria.
Janada foi apenas uma das vítimas do Boko Haram, um grupo terrorista, temível, que quer implantar pela força um “califado” na região norte da Nigéria. A organização terrorista roubou a vida ao seu pai e tentou esmagar a sua alma. Ela está agora a recuperar de todo o trauma por que passou durante os dias em que esteve em cativeiro, após ter sido raptada. Janada foi capturada há pouco mais de dois anos, no dia 9 de Novembro de 2020, quando andava na rua.
A 15 de Novembro de 2020 foi libertada. Quando regressou, passou alguns dias com a mãe, que depois a trouxe para o Centro de Trauma, gerido pela Diocese de Maiduguri e apoiado pela Fundação AIS. É aí, no Centro, que Janada Marcus fala com a Fundação AIS e conta todo o calvário que tem sido a sua vida.
Se os seis dias em cativeiro deixaram uma marca profunda na sua vida, houve outros episódios muito traumáticos que dificilmente alguma vez conseguirá superar na totalidade.
Levaram-me para o mato e torturaram-me severamente, emocional, física e mentalmente durante seis dias. Sofri muitas experiências terríveis e perversas – sem explicação – que fizeram com que esses seis dias parecessem seis anos.”
Janada Marcus e a sua família já tinham escapado a dois ataques do Boko Haram uma vez, abandonando a sua casa na região do Lago Chade, em Baga, e uma segunda vez, fugindo da sua nova casa em Askira Uba, no sul do Estado de Borno, que foi incendiada, sendo vários familiares mortos pelos extremistas.
Acabaram por se dirigir para Maiduguri, mas o pior ainda estava por vir. Estávamos felizes por todos os pesadelos que tínhamos vivido terem finalmente chegado ao fim. Mas no dia 20 de Outubro de 2018, um grupo de terroristas do Boko Haram apareceu nos arredores da cidade de Maiduguri, num pedaço de campo que a família cultivava. Eles fizeram o impensável…
“Apontaram uma catana ao meu pai e disseram-lhe que nos libertariam se ele fizesse sexo comigo. Eu não conseguia conter as lágrimas! Ele olhou para mim e para a minha mãe, (…) baixou a cabeça em submissão para ser morto e respondeu: ‘Eu não posso dormir com a minha própria carne e sangue, a minha própria filha, eu prefiro morrer a cometer essa abominação.’”
A experiência no Centro de Trauma está a ser
muito importante para este processo
Esta jovem cristã está agora no Centro de Trauma da Diocese de Maiduguri. Trata-se de uma estrutura que foi erguida com o apoio da Fundação AIS para o tratamento psicológico e reabilitação das vítimas do terrorismo na Nigéria.
Janada, entretanto, inscreveu-se na Universidade e espera vir a tornar-se num membro activo da sociedade. Para já, vai ganhando também algumas competências, nomeadamente ao nível do artesanato e da costura. Mas o mais importante foi o que já conseguiu emocionalmente. “Aprendi a largar o meu passado; aprendi a arte de curar, largando a minha dor. A minha fé fortaleceu-se”, diz, embora tenha admitido que chegou a estar afastada de Deus nos momentos de maior tribulação. Conseguiu reaproximar-se de Deus e até já conseguiu perdoar aos terroristas que a violentaram há dois anos.
“É difícil perdoar e esquecer e, com tudo aquilo por que passei às mãos do Boko Haram, nem consigo acreditar que sou eu que digo isto, mas perdoei-lhes no meu coração, e rezo pela redenção das suas almas.”
A ameaça do Boko Haram pode ter diminuído na Diocese de Maiduguri, mas os horrores infligidos pelo grupo permanecem sob a forma de feridas físicas e psicológicas nas pessoas que sofreram violência.
A educação é a principal arma nesta nova luta. “Esta é uma prioridade para a nossa diocese, especialmente para os refugiados que regressaram. Assumimos a responsabilidade de assegurar que as crianças recebam uma educação, desde a escola primária até, se possível, à universidade. Esta é a chave para derrotar o Boko Haram. Quando as pessoas têm formação para garantir o seu sustento, então não irão matar pessoas”, diz D. Oliver Doeme, Bispo de Maiduguri.
Os terroristas do Boko Haram são responsáveis pela morte de 75 mil nigerianos nos últimos 13 anos. “Podem destruir as nossas casas, as nossas igrejas, mas não a nossa fé. A nossa fé está viva… e na perseguição somos purificados.” Disse-nos D. Oliver Dashe Doeme, juntamente com centenas de pessoas deslocadas internamente.
Até 2022, 103 milhões de pessoas em todo o mundo abandonaram as suas casas em busca de refúgio devido à guerra ou à violência de grupos terroristas.
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Apoio e cura de centenas de jovens e mulheres vítimas do Boko Haram no Centro de Trauma em Maiduguri.*
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