NIGÉRIA: Dois padres foram sequestrados na Diocese de Sokoto em incidente que poderá ser ataque terrorista

NIGÉRIA: Dois padres foram sequestrados na Diocese de Sokoto em incidente que poderá ser ataque terrorista

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NIGÉRIA: Dois padres foram sequestrados na Diocese de Sokoto em incidente que poderá ser ataque terrorista

Quinta-feira · 26 Maio, 2022

Dois sacerdotes foram sequestrados na madrugada de ontem, 25 de Maio, “por homens armados” quando se encontravam na reitoria da Igreja Católica de São Patrício, em Gidan Maikambo, no estado de Katsina. Além dos dois padres, Stephen Ojapa e Oliver Okpara, foram raptados ainda dois jovens que se encontravam também no local.

Em mensagem enviada para a Fundação AIS, o Padre Chistopher Omotosho, director de Comunicação da Diocese de Sokoto, afirma que não houve qualquer pedido de resgate e não há qualquer dado também sobre o paradeiro dos dois sacerdotes e dos dois jovens. “Peço que rezem pela segurança deles e pela rápida libertação”, acrescentava a mensagem.

Apesar da escassez de informações, a Associação Cristã da Nigéria já descreveu o incidente como “ataque terrorista”. Por sua vez, a Agência Fides revelou que “os sequestradores, armados, chegaram em grande número e não foram vistos a andar de motocicletas, como é comum nos roubos e sequestros na Nigéria”.

NIGÉRIA: Dois padres foram sequestrados na Diocese de Sokoto em incidente que poderá ser ataque terrorista
Dois sacerdotes foram sequestrados na madrugada de ontem, 25 de Maio.

Este caso volta a colocar na ordem do dia o problema da insegurança na Nigéria e muito especialmente também na Diocese de Sokoto. O Bispo local, D. Mathew Hassan Kukah, tem sido uma das vozes mais activas contra a violência neste país africano, tendo recentemente denunciado o cruel assassinato a 12 de Maio de Deborah Samuel Yakubu, uma jovem estudante cristã, por “suposta blasfémia” numa mensagem enviada através das redes sociais.

Este crime brutal – a jovem foi apedrejada e queimada até à morte – foi denunciado também pelo presidente executivo internacional da Fundação AIS. Thomas Heine-Geldern classificou o assassinato da estudante cristã como um ataque “bárbaro” que revela um “nível de extremismo e violência absolutamente aterradores”.

Num comunicado emitido na sede da instituição na Alemanha, Heine-Geldern lembrou que “quase todas as semanas há notícias de raptos e dezenas de mortos” na Nigéria, e que, como pano de fundo de toda esta onda de violência, está a questão do extremismo religioso e da consequente falta de liberdade religiosa no país.

“O extremismo religioso que conhecemos tão bem [da responsabilidade] do Boko Haram, e que tem causado tantas vítimas inocentes, parece estar a espalhar-se e a polarizar uma parte cada vez maior da sociedade. Existe uma grave crise de liberdade religiosa, que não é apenas causada por terroristas”, alertou o responsável da Fundação AIS. “O governo nigeriano deve reflectir profundamente para onde esta violência está a arrastar o país, e como pode defender os direitos de todos os seus cidadãos”, disse ainda Heine-Geldern.

O sequestro dos dois sacerdotes, na madrugada desta quarta-feira, 25 de Maio, é apenas o caso mais recente ocorrido na Nigéria envolvendo figuras da Igreja. Há apenas duas semanas, a Fundação AIS denunciava o assassinato de um sacerdote, o Padre Joseph Aketeh Bako, de 48 anos, após ter sido raptado quando se encontrava na residência paroquial na Igreja de são João, em Kudena. No mês de Março, dois outros sacerdotes foram raptados: o Padre Felix Zakari Fidson, da Diocese de Zaria, e o Padre Leo Ozigi, pároco da Igreja de Santa Maria, no Estado do Níger. Tanto Zakari como Ozigi acabariam por ser libertados.

Além dos sacerdotes, vítimas de sequestro, tem havido também casos de ataques a religiosas. A 14 de Março, por exemplo, um mosteiro beneditino situado no sul do país foi alvo de ataque por homens armados tendo raptado quatro religiosas. As irmãs seriam libertadas ao fim de alguns dias. Praticamente um mês antes, a 24 de Fevereiro, a Irmã Esther Nkiru Ezedinachi foi alvo de uma tentativa de emboscada ao fim da tarde quando o carro em que circulava, na zona de Oko, Estado de Anambra, foi atacado por homens armados.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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A liberdade religiosa na Nigéria está gravemente ameaçada. As vítimas são predominantemente cristãs, mas também muçulmanas e de religiões tradicionais, líderes religiosos e fiéis que sofrem às mãos dos terroristas, grupos armados jihadistas e criminosos nacionais e transnacionais.

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