A Diocese de Enugu pede as orações de todos os fiéis pela libertação do sacerdote Marcellinus, raptado por homens armados no passado Domingo quando viajava pelo sul do país. Outras seis pessoas foram também sequestradas.
O Padre Marcellinus Obioma Okide estava a caminho da sua paróquia, de Santa Maria, em Amofia-Agu Affa, em Udi, Diocese de Enugu, quando foi raptado no passado Domingo, dia 17, por homens armados que, segundo a imprensa local, seriam militantes fulani. Seis outras pessoas, que viajavam juntamente com o sacerdote, foram também sequestradas. Numa mensagem enviada para a Fundação AIS Internacional, a Diocese explica que o rapto ocorreu pelas 17 horas [hora local] na estrada Eke-Egede-Affa, quando “o Padre Okide estava a caminho da sua paróquia”. Classificando mais este rapto de um sacerdote na Nigéria como um “acontecimento angustiante”, a Diocese pede “aos fiéis e ao público em geral para que rezem, esperando que o Padre Okide seja libertado rapidamente e em segurança”.
Queimado vivo
Este rapto acontece praticamente apenas uma semana depois da morte horrível de um seminarista na Diocese de Kafanchan. Na’aman Ngofe Danlami, de 27 anos de idade, foi “devorado pelas chamas”, como a Fundação AIS noticiou, em consequência de um ataque à reitoria da Paróquia de São Rafael, onde se encontrava. Na origem desta tragédia, da responsabilidade ao que tudo indica de pastores fulani, esteve mais uma tentativa de rapto de um sacerdote. Neste caso em concreto, como os bandidos não conseguiram entrar no edifício, deitaram-lhe fogo que acabaria por ceifar a vida do jovem seminarista.
Dias de cativeiro
O ambiente de violência na Nigéria parece imparável e a comunidade cristã continua a ser uma das principais vítimas dos terroristas e dos grupos armados que, com cada vez mais frequência, sequestram pessoas exigindo por vezes avultadas quantias de dinheiro em troca das suas vidas. Um dos casos mais recentes envolvendo a Igreja ocorreu em Agosto com o rapto, no dia 3, de um padre e de um seminarista. O Padre Paul Sanogo e o seminarista Melkiori Dominick Mahinini foram vítimas destes grupos e estiveram em cativeiro durante 21 dias. O Padre Sanogo é originário do Burkina Faso, enquanto o seminarista é tanzaniano. Segundo o Padre Pam Dennis, superior provincial dos Missionários de África para o Gana e a Nigéria, tanto o sacerdote como o seminarista estavam bem, quando foram libertados a 23 de Agosto, apesar “da experiência traumatizante que passaram às mãos dos raptores”, ao longo de três semanas.
Violência contínua
Infelizmente, a violência contra os cristãos parece ter-se tornado no padrão normal da vida na Nigéria nos últimos tempos. Ainda recentemente, a 10 de Agosto, a Fundação AIS dava conta de um ataque à comunidade cristã em Heipang, situada perto da cidade de Jos, na região centro-norte do país. Nesse ataque, de extrema violência, da responsabilidade também de militantes fulani, registaram-se 21 mortos e mais de uma dezena de feridos. Masara Kim, um jornalista que vive em Jos, explicou então à Fundação AIS que, depois de incendiarem as casas, os extremistas apontaram as suas armas aos que tentavam fugir. Kim, que visitou o local depois do crime e fala de uma cena “de partir o coração”. Cerca de metade das vítimas “estavam queimadas de forma irreconhecível” e pelo menos cinco eram crianças. “Foram enterrados numa vala comum encharcada pela chuva. Trata-se de aldeões pobres que nem sequer têm dinheiro para comer, quanto mais para caixões.”