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NEPAL: Sobrevivência do clero ficou mais difícil com a pandemia do coronavírus, alerta bispo
O Nepal é um país maioritariamente hindu, cerca de 66% dos cerca de 30 milhões de habitantes, e a comunidade cristã é bastante reduzida, não ultrapassando os 4,2%. No entanto, apesar desta expressão tão diminuta, a Igreja Católica tem procurado estar presente de foram activa, procurando mobilizar os cerca de 8 mil fiéis presentes no país.
A pandemia do coronavírus afectou profundamente o Nepal, tal como a Índia, com quem partilha uma grande parte da sua fronteira. Se a sobrevivência do clero era já problemática no dia-a-dia, tornou-se ainda mais difícil com as consequências decorrentes da pandemia da Covid19.
Perante esta situação complexa, D. Paul Simick, vigário apostólico do Nepal, pede ajuda para os 31 sacerdotes existentes no país, especialmente os que estão colocados nas paróquias mais pobres e distantes.
Para o prelado, os estipêndios de missa são uma forma concreta de se auxiliar a Igreja do Nepal nestes tempos mais difíceis marcados pela crise económica. “Os estipêndios de Missa são o único meio de apoio aos nossos sacerdotes, às suas necessidades pessoais e médicas e a quaisquer pequenos projectos pastorais ocasionais que possam procurar fazer nas suas paróquias”, explica o vigário apostólico. Para D. Simick, esta ajuda concreta será “uma benção” para a Igreja do Nepal.
Além das dificuldades económicas, a comunidade cristã nepalesa enfrenta também alguns desafios decorrentes da legislação em vigor que proíbe, expressamente, a conversão de pessoas de uma religião para outra. No mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação AIS e divulgado em Abril, explica-se que “as estruturas sociais nepalesas ainda se baseiam de muitas maneiras nos valores, normas, costumes e rituais tradicionais da religião hindu” e que a esmagadora maioria das pessoas professam o Hinduísmo.
“A Constituição do Nepal define o secularismo de uma forma que obriga o Estado a proteger as tradições religiosas ‘imemoriais‘ e indígenas do país, ou seja, o Hinduísmo”, pode ler-se também no relatório, concluindo-se que “Cristãos, Muçulmanos, Budistas e outras minorias religiosas” são susceptíveis de enfrentar importantes desafios e limitações legais e sociais nos próximos anos.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt