MOÇAMBIQUE: “Os rios arrastaram pessoas, casas, bens”, diz Bispo de Quelimane após a passagem da tempestade tropical Ana

MOÇAMBIQUE: “Os rios arrastaram pessoas, casas, bens”, diz Bispo de Quelimane após a passagem da tempestade tropical Ana

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MOÇAMBIQUE: “Os rios arrastaram pessoas, casas, bens”, diz Bispo de Quelimane após a passagem da tempestade tropical Ana

Sexta-feira · 28 Janeiro, 2022

O balanço da passagem da tempestade tropical Ana pela região centro e norte de Moçambique está ainda por concluir. Até ao momento, há a registar pelo menos 14 mortos, mais de 24 mil pessoas afectadas, quase três mil casas destruídas, assim como inúmeras infraestruturas como pontes, estradas, escolas, centros de saúde.

Nampula, Zambézia e Tete foram as províncias mais afectadas. D. Diamantino Antunes, Bispo de Tete, reconhece que a diocese foi particularmente atingida, mas não se verificou, apesar de tudo, um grau de destruição como o que ocorreu em 2019, com a passagem do Ciclone Idai.

“Esta foi uma situação triste, uma réplica do que aconteceu em 2019 com o Idai, mas, graças a Deus, desta vez foi de dia e as populações conseguiram proteger-se mais. Do ponto de vida humano, 2019 foi mais dramático.”

MOÇAMBIQUE: “Os rios arrastaram pessoas, casas, bens”, diz Bispo de Quelimane após a passagem da tempestade tropical Ana
O balanço da passagem da tempestade tropical Ana pela região centro e norte de Moçambique está ainda por concluir.

O missionário português, que está à frente dos destinos da Diocese de Tete há quase três anos, explicou ainda que “os afluentes do rio Zambeze transbordaram e ficou destruída uma ponte vital para a ligação ao norte da província”, embora o balanço geral das consequências da passagem da tempestade tropical esteja ainda longe do fim.

Tal como D. Diamantino Antunes, também D. Hilário Massinga, Bispo de Quelimane, fez, para a Fundação AIS, um ponto da situação dos estragos do mau tempo. Em mensagem enviada para Ulrich Kny, responsável de projectos da Ajuda à Igreja que Sofre para Moçambique, o prelado lembrou que a tempestade começou a fazer-se sentir já no sábado, dia 22 de janeiro.

“Chovia torrencialmente desde o dia 22, as bacias dos rios encheram-se e os rios transbordam arrastando tudo, desde pessoas, casas e outros bens até as machambas…” Tal como na Diocese de Tete, também em Quelimane e no resto do território de Moçambique será necessário aguardar ainda alguns dias até se poder fazer um retrato mais definitivo das consequências da intempérie.

No entanto, D. Hilário refere que há prejuízos avultados, nomeadamente ao nível das infraestruturas. “Começamos a receber notícias das nossas paróquias e comunidades. Estamos ainda com sérias dificuldades para avaliar as situações porque os distritos estão isolados: estradas cortadas ou ainda galgadas pela água, árvores tombadas nas estradas e sobre as casas, e muitas casas desabadas.”

Em relação às estruturas da Igreja em si, o Bispo de Quelimane anotou que só ontem, quinta-feira, os seminaristas iriam regressar para o início de mais um período escolar. Mas nem todos vão seguramente poder fazê-lo. Pelo menos seis, explicou na mensagem enviada ao responsável de projectos da Fundação AIS, “ainda estão isolados sem poder chegar a Quelimane para tomar o transporte para ir para Maputo”.

No início da semana, quando a tempestade começava a fazer-se sentir com toda a intensidade, os Bispos de Nacala e de Nampula já se mostravam profundamente inquietos com as consequências do mau tempo, especialmente sobre as populações mais desfavorecidas que vivem em condições precárias.

D. Alberto Vera, Bispo de Nacala dizia, em mensagem enviada também para a Fundação AIS, que todos estavam a rezar para que não sucedesse “outro desastre”, pois são sempre “os mais pobres os que mais sofrem”.

D. Inácio Saure, Bispo de Nampula, também reportou ao responsável de projectos da Ajuda à Igreja que Sofre uma situação difícil, mostrando-se particularmente preocupado com o evoluir dos acontecimentos na região costeira. “Nos distritos costeiros é que, de facto, a coisa é muito séria”, escreveu D. Inácio.

Todos os Bispos – Tete, Quelimane, Nacala e Nampula – agradeceram a preocupação manifestada pela Fundação AIS em mais esta situação climatérica adversa neste país africano.

Há um ano, precisamente em Janeiro, Moçambique assistiu à passagem do ciclone Eloise, que afectou então quase 300 mil pessoas e provocou 12 mortos. Entre os anos de 2018 e 2019, os ciclones Idai e Kenneth foram ainda mais severos causando centenas de vítimas mortais e deixado um impressionante rasto de destruição.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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