MOÇAMBIQUE: “Estamos aqui em missão, estamos aqui por causa de Jesus”, afirma D. Juliasse em entrevista à Fundação AIS

MOÇAMBIQUE: “Estamos aqui em missão, estamos aqui por causa de Jesus”, afirma D. Juliasse em entrevista à Fundação AIS

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MOÇAMBIQUE: “Estamos aqui em missão, estamos aqui por causa de Jesus”, afirma D. Juliasse em entrevista à Fundação AIS

Sexta-feira · 17 Setembro, 2021

É o rosto da Igreja em Cabo Delgado. Em entrevista em exclusivo à Fundação AIS, o Administrador Apostólico de Pemba faz um balanço dos últimos sete meses desde que substituiu o Bispo D. Luiz Fernando Lisboa. Um balanço em que fala da sua “disponibilidade total” para assumir em plenitude a Diocese de Pemba, se essa for a vontade do Santo Padre, mas em que aborda também a situação dramática que se vive na província de Cabo Delgado, palco de ataques armados desde 2017. D. António Juliasse comenta igualmente a recente ofensiva das forças de segurança de Moçambique que permitiu desalojar os insurgentes – como os terroristas são denominados localmente – de locais tão emblemáticos como Mocímboa da Praia, e diz o que sentiu quando viu as imagens da igreja local transformada praticamente num monte de entulho. Sobre a autoria da destruição da Igreja dessa vila, reduzida agora a uma quase total ruína, assim como de outros templos e edifícios paroquiais, o prelado diz ter algumas dúvidas: foram os insurgentes ou os mercenários sul-africanos contratados pelo governo de Maputo? Ao longo de mais de uma hora de conversa, o Bispo falou também da necessidade imperiosa de a ajuda humanitária continuar a chegar às populações e teve, sobre isso, palavras de grande elogio e apreço pelo trabalho desenvolvido pela Fundação AIS em apoio à Igreja na sua diocese. “Nós temos uma mão amiga sempre presente e sinto desde que estou cá em Cabo Delgado que o interesse da Ajuda à Igreja que Sofre por Cabo Delgado tem sido muito especial.

MOÇAMBIQUE: “Estamos aqui em missão, estamos aqui por causa de Jesus”, afirma D. Juliasse em entrevista à Fundação AIS
É o rosto da Igreja em Cabo Delgado.

BALANÇO DOS PRIMEIROS SETE MESES À FRENTE DA DIOCESE DE PEMBA

Penso que o balanço é favorável porque nas várias frentes que a diocese tem foi possível dar também a minha contribuição. Cheguei um mês depois do ataque à vila Palma, e [isso] agravou o sentimento de insegurança em toda a província de Cabo Delgado. Naquele momento ficámos todos abalados. Houve muitos telefonemas dos superiores gerais para poderem entender se aconselhavam a retirada ou não dos seus membros presentes na diocese de Pemba. Penso que passámos juntos [por isto] e foi bom encontrar um caminho em contraluz e que Deus nos acompanhou nessa altura para fazermos uso de um discernimento mais aprofundado e também de encontrarmos aquela perspectiva mais profunda da nossa missão e da nossa entrega, da nossa resposta também à dimensão do martírio, sendo que o martírio ninguém pede mas pode acontecer em qualquer momento…

Podíamos estar realmente expostos ao risco mas, ao mesmo tempo, estamos aqui em missão e estamos por causa de Jesus e temos de continuar aqui. E eu fiquei muito sensibilizado ao ouvir respostas desse tipo bem formuladas e claramente ditas a partir de missionários que estão cá e também dos seus superiores. E portanto, no campo da Igreja, foi muito bom. Mas depois havia outra frente, mais humanitária, em que eu não participei directamente na primeira grande chegada dos deslocados, mas participei na segunda grande chegada, e que eram deslocados de Palma e de outras zonas que estavam sendo atacadas.

AS RECENTES VITÓRIAS MILITARES NA LUTA CONTRA OS INSURGENTES PERMITEM PENSAR JÁ NUM REGRESSO DOS PADRES E DAS RELIGIOSAS ÀS MISSÕES DE ORIGEM?

Não, para já. Primeiro, não sei se constitui verdade que todas as zonas estão libertadas. Nós precisamos ainda de evidências. Uma coisa é o Presidente que fala, pode falar para animar o país, e isso é muito bom, pode falar para criar um certo sentido de esperança para o país, o que também tem o seu sentido, mas na prática, no terreno, ainda há muito que se deve fazer.

“A SEGURANÇA AINDA É PRECÁRIA”

Nós tivemos há pouco tempo o nosso padre missionário, director da rádio, Padre Fonseca, que esteve nos dois lados, esteve em Mocímboa da Praia e esteve em Palma… Tanto num [caso] como no outro, a questão da segurança ainda é precária. Há um avanço dos militares dessa força conjunta dos ruandeses e também acompanhados pela força de defesa e segurança de Moçambique, há um avanço em termos de penetrar nas zonas que eram de domínio só deles, dos insurgentes, mas não existe ainda garantia de segurança, de que realmente aquelas zonas estão seguras. Pode ser que num lado estejam eles e noutro estejam também os ditos insurgentes… E nem sequer nós, como Igreja, vamos aconselhar [ainda o regresso].

A primeira coisa de que temos realmente de garantir é que o povo pode voltar em segurança e retomar a sua vida em segurança nesses lados. Mas eu penso que ainda precisamos [de tempo]. Na medida em que o povo regressar então nós também equacionaremos a possibilidade de os missionários retornarem para lá. Mas, para nós, o termómetro será compreendermos efectivamente no terreno de que existe segurança. Não se podem expor as pessoas que já saíram do sofrimento e estão com traumas para voltarem para situações de drama, de novo de conflito, serem maltratadas como aconteceu. Portanto, vai exigir um pouquinho mais de tempo.

O PAPEL DA IGREJA NA PROTECÇÃO DOS MENORES

A Igreja trabalha em estreita ligação com vários organismos que estão cá em apoio humanitário, organismos das Nações Unidas. E trabalha-se em coordenação no sentido de oferecer-se sinergias em que se uns estão neste campo, outros estão no outro. Aqui temos várias organizações que estão a trabalhar na protecção de menores e em toda essa problemática de vigilância para com essas crianças, que são bastantes. O gráfico da população mostra e nos acampamentos [isso] é normal [haver] mais crianças e adolescentes e jovens e menos idosos. Tenho apreciado bastante {esse trabalho], tenho estado em diálogo com essas organizações, que quando vêm reportam o que têm e que projectos têm…Como Igreja, apoiamos [isso]. A dimensão do trabalho é tão grande, tão grande, que nós não podemos estar em todas as áreas de forma efectiva… Estamos a falar em 800 mil [pessoas], não 80 mil nem oito mil… Então, nós estamos a trabalhar estrategicamente apoiando e dialogando com todas as organizações que têm mais meios para poderem verificar estas condições em todos os campos de reassentamento.

Neste momento não há casos reportados de ter havido tráfico de menores ou até abusos. Uma coisa boa e que acontece várias vezes é a protecção das famílias, no sentido de que a família proteja os seus membros. Essa rede tem funcionado como um suporte muito grande para que não aconteçam coisas mais graves no sentido da violação destes direitos tanto da criança como da mulher. No futuro, o que nós vamos trabalhar é no fortalecimento dessas redes familiares, se tivermos as condições para isso. Mas não estamos [a fazer] um trabalho intenso nesse campo porque confiamos plenamente e porque também estamos a ver a capacidade real das outras organizações intervirem nesta área e que estão a fazê-lo muito bem.

APOSTA NO APOIO PSICOSSOCIAL

A Igreja está muito envolvida nesse trabalho de apoio psicossocial. Nós temos equipas treinadas e que estão a ir a todos os lados onde estão os deslocados. Entendemos que nem sempre é fácil porque o apoio psicossocial exige um pouquinho mais daquilo a que nós chamamos de ‘caminhar juntos’. E é imensa gente! Nós não temos capacidade material para estarmos com todos ao mesmo tempo. Mas aonde se vai é [para] descobrir quem tem mais necessidade, então aí vai-se um pouco específico para poder ajudar, não é? Mas, ao mesmo tempo, o apoio psicossocial funciona no fortalecimento das redes familiares, das redes comunitárias que existem, para essas redes funcionarem como também mecanismo de cura para os seus membros.

OS AUTORES DA DESTRUIÇÃO DAS IGREJAS, NOMEADAMENTE EM MOCÍMBOA DA PRAIA: OS TERRORISTAS OU OS MERCENÁRIOS SUL-AFRICANOS?

A destruição veio de cima, dos bombardeamentos dos helicópteros [da DAG, Dyck Advisory Group, empresa militar privada sul-africana, que desde Abril de 2020 auxilia as Forças de Defesa e Segurança no combate à insurgência em Cabo Delgado], ou veio dos que estiveram lá a ocupar [a zona]? Tanto em Muidumbe como em Mocímboa da Praia, a questão é a mesma: quem foi que destruiu? Se eu tivesse a certeza de que a destruição foi feita pelos insurgentes, o nosso sentimento seria um. Mas se não sabemos então o nosso sentimento é outro. E fica-nos a dúvida ainda por tentar resolver. […] Fica difícil fazer uma leitura. Na vila de Palma, quando eles [os insurgentes] entraram, a igreja ficou intacta. Não tocaram na igreja, nem entraram lá dentro, inclusivamente na casa dos padres. Os insurgentes não tocaram em nada. Nós tínhamos ainda pessoas lá e que testemunharam isso. Nós estamos nessa dúvida [sobre] quem é que está a vandalizar as coisas, inclusivamente as coisas da Igreja católica. Quando tivermos a clareza, então manifestaremos o nosso sentimento a quem de direito. As destruições não são tão recentes, mas as imagens são recentes. Aí temos de ter cuidado.

Por exemplo a destruição da missão de Muidumbe não é recente. Foi há bastante tempo quando D. Luiz estava cá. Também de Mocímboa da Praia ninguém tinha imagem. Não podemos dizer se o período de destruição é recente ou aconteceu naquela altura em que estavam [a operar] os helicópteros do grupo mercenário da África do Sul e que apoiavam as forças de defesa e segurança de Moçambique. Tudo é possível que tenha acontecido naquela altura nas perseguições e provavelmente, sabendo que [os insurgentes] poderiam estar refugiados lá dentro, [tenham provocado] a destruição. Mas também é possível que os insurgentes, estando lá em Mocímboa da Praia, fossem destruir o templo porque não lhes dizia respeito… Essa é a dúvida que permanece e não foi resolvida. Nós temos imagens mas essas imagens por si não falam nem dizem em que período é que isso aconteceu e como aconteceu. Ainda precisamos encontrar uma resposta nesse sentido.

A URGÊNCIA NA DIGITALIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS PAROQUIAIS

Desde que soube da destruição da igreja de Muidumbe, a grande igreja de Nangololo, e também do centro paroquial, das infraestruturas paroquiais […] em que nós perdemos toda a documentação, iniciou-se a nossa preocupação ao nível da diocese de começarmos a digitalizar todos os arquivos das paróquias, sobretudo os registos de baptismo, de matrimónio, das primeiras comunhões… Começámos a fazer isso para guardar esses registos de outra forma porque agora fica muito difícil reconstituir os registos de toda uma paróquia que tem muitos anos e com muitos cristãos em todo o país e a quem agora vamos ter dificuldade em oferecer a documentação.

NECESSIDADES MAIS URGENTES NA DIOCESE DE PEMBA

Há muitas coisas que são urgentes. Não estou a priorizar as urgências mas a alimentação e a saúde continuam a ser uma urgência para este grande número de deslocados. Tem havido falta de medicamentos em todo o lado. Ainda há pouco tempo, o padre Fonseca conseguiu ir a Palma e deu-me uma imagem de como há imensa gente com problemas de saúde e que tentam aceder ao posto de saúde para encontrar ajuda. Mas este é um cenário que nós encontramos em vários outros postos de saúde. Visitei um campo de reassentamento no distrito de Palama e fui vendo que havia muitas famílias deitadas na sombra das suas casas e eu ia lá visitá-las e estavam doentes. E perguntava se tinham ido ao posto de saúde e se estavam a tomar a medicação e todos diziam que foram mas não tinham lá medicação… Esta parte da assistência também é uma urgência pois senão [podem] surgir certos surtos nos campos de reassentamento e teremos um problema gravíssimo. Mesmo as vacinas para o Covid19… também é urgente a sua disponibilização para estas pessoas que estão em grande número porque quando há distribuições nos campos de reassentamento as pessoas aglomeram-se naturalmente para poderem ouvir o seu nome e receber os produtos.

Quanto à alimentação… as pessoas comem e no dia seguinte precisam de comer e assim sucessivamente. Não é algo que se oferece uma só vez, tem de ser [permanente] até que as famílias ganhem autonomia a partir da [sua própria] produção. As campanhas [agrícolas] de produção vão iniciar-se daqui a pouco com as chuvas, sobretudo a produção do milho, da mandioca e de outros produtos que mais se consomem. Há necessidade de garantir que as famílias tenham meios e isso significa terem enxada, machados, tudo o que for necessário para trabalhar o campo mas, ao mesmo tempo, deve haver esforços e estamos também a trabalhar nesse sentido com os nossos grupos de apoio que participam em reuniões para verificar se têm espaços de terra para produzir.

A ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL TAMBÉM COMO PRIORIDADE

Outra prioridade que nós verificamos como Igreja é a assistência espiritual. A assistência psicossocial está a acontecer mas agora temos de entrar também na assistência espiritual […]. Esta é uma prioridade ao nível da igreja com uma Pastoral de Integração dos deslocados para a vida cristã e religiosa nos lugares onde se encontram.

TENSÕES ENTRE AS POPULAÇÕES LOCAIS E OS DESLOCADOS

Há pouco tempo estávamos a trabalhar no campo das tensões que existem entre as populações locais e as que acolheram deslocados, que receberam deslocados… Este é também um dos aspectos que a Igreja quer contribuir a partir das lideranças cristãs influenciando as lideranças locais para a boa convivência entre os deslocados e aqueles que já estavam no terreno.

AS CHAMADAS DE ATENÇÃO DO PAPA PARA A QUESTÃO DE CABO DELGADO

O contexto que nós vivemos agora em Cabo Delgado não é o mesmo que D. Luiz viveu e fez bem em encontrar vias para fazer conhecer ao mundo o que estava a acontecer por aqui. Isso foi bem feito e a colaboração do Papa Francisco foi de um valor que é difícil de calcular. Quando ele se fez presente e se fez muito próximo desta situação de Cabo Delgado, todo o mundo também se fez próximo de Cabo Delgado. A chamada do Santo Padre, o telefonema que ele fez a D. Luiz não significou apenas palavras. Significou a presença dele e ao mesmo tempo o convite para que os outros também se fizessem presente. Isso foi feito e agradecemos imensamente este coração do Santo Padre de encontrar sempre dentro da sua agenda a oportunidade de estar próximo daqueles que mais sofrem. Sabemos que o Santo Padre está interessado, interessa-se, escuta, acompanha, mas no momento que ele achar que é apropriado, porque as circunstâncias exigem que ele diga alguma coisa, ele irá fazê-lo e pronto. Temos ao nível da diocese essa presença do Santo Padre. Aquele discurso que ele fez, aquele telefonema que ele fez, isto também é presença neste momento que vivemos. Não é só no passado mas continua a acompanhar-nos no momento que estamos a viver até agora.

DE ADMINISTRADOR APOSTÓLICO A BISPO DE PEMBA?

Como eu tenho dito, quando nós nos entregamos a Jesus respondemos que a nossa vida é para Ele. Foi o que eu fiz, não tem reservas. Neste caso, não depende do meu querer. Digo sempre assim: onde Deus achar que eu posso ser útil, só Ele pode saber, a minha resposta é que eu estou aqui. E vou. Foi dessa forma que respondi para vir para Cabo Delgado e se for essa a indicação de Deus pelas vias que a Igreja acredita e usa, se o Santo Padre indicar, eu estou na disponibilidade total, seja para continuar a ser Bispo auxiliar de Maputo ou então assumir uma outra missão que achar que eu estou à altura de colaborar e oferecer a minha vida para isso. É uma abertura total quanto a isso. Esse tem sido o meu princípio. Não há condicionalismos.

A SOLIDARIEDADE PARA CABO DELGADO ATRAVÉS DA FUNDAÇÃO AIS

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre é de muita importância no nosso contexto. A Fundação tem sido uma companheira amiga, muito amiga, muito próxima, que caminha, que sempre caminhou com a Igreja em Moçambique e neste momento particular sempre caminha com a igreja em Moçambique, seja desde Portugal ou desde a Alemanha. Nós temos uma mão amiga sempre presente e sinto desde que estou cá em Cabo Delgado que o interesse da Ajuda à Igreja que Sofre por Cabo Delgado tem sido muito especial. Tanto pelas mensagens que passam pela rádio, a focalização no drama humanitário que acontece em Cabo Delgado, e também a maneira como faz chegar isso às pessoas, que podem também olhar para este problema e partilhar o que têm. Tem sido de uma força excepcional. E eu quero, em nome da Diocese de Pemba, e do povo de Cabo Delgado, agradecer todas as ajudas que recebemos em valores monetários, todas as ajudas que recebemos com orientações específicas e também todas as ajudas que recebemos através daquilo que não se vê, através da oração. Certamente as pessoas que contribuem, boa parte dessas pessoas fazem-no através da oração. O pouco de seu que têm mas também dizem a oração em favor de Cabo Delgado.

Quero agradecer a todos os nossos irmãos na fé, a todas as pessoas de boa vontade, a todas as pessoas que olham para Cabo Delgado através da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e colaboram para minorar o sofrimento deste povo. Agradeço profundamente e vamos continuar a agradecer porque estou no local e a gente sente o que isso significa: não estamos sozinhos. Alguém me perguntou no outro dia se [me] sinto abandonado, se sinto que Cabo Delgado é muito distante do mundo, e eu disse que pode ser distante geograficamente de Portugal, do povo português, do povo da Alemanha, dos outros povos que nos apoiam, mas sentimo-nos muito próximos porque estão presentes com o que partilham com este povo daqui. E queremos continuar a sentir essa proximidade porque o problema continua grande aqui em Cabo Delgado, com imensos rostos de sofrimento.

Quando caminhamos pelos campos de reassentamento, vemos pessoas de todo o tipo, crianças, adolescentes, adultos, idosos… cada um tem uma história para contar e uma história difícil porque é uma história de sofrimento. Cada um quer também ser escutado e escutar as suas preocupações e essas preocupações começam pelas necessidades básicas. Há muita necessidade para a alimentação, para melhorar a qualidade da água, para que tenham água potável, para a situação da saúde, para além de outras dimensões que podem melhorar a qualidade de vida destes nossos deslocados. Na dimensão no interior da pessoa, seja na parte psicológica seja na parte espiritual… Para isto nós contamos com muita mão amiga. Mais uma vez, agradeço por tudo o que nós temos recebido da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, dessa fundação amiga e ao mesmo tempo continuo a dizer que o nosso problema ainda está aí presente e o drama ainda está a precisar dessa mão amiga.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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