Vamos rezar pelos Mártires,
a Elite da Igreja
Viver a Fé até ao limite
Milhares de cristãos em todo o mundo são perseguidos ou discriminados por causa da sua fidelidade a Jesus Cristo. Muitos dão a sua vida. Eles são autênticos guardiões da fé, da nossa fé. Estão na linha da frente da Igreja. É por isso que a Fundação AIS, graças aos benfeitores, os acompanha e apoia para que possam continuar a ser luz no meio de tantas adversidades.
As palavras de Jesus “Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vós” (Jo 15, 20) nunca deixaram de se cumprir. Comos nos recorda muitas vezes o Papa Francisco, “ainda hoje, em pleno séc. XXI, há mais cristãos perseguidos do que nos primeiros séculos do Cristianismo”.
São quase incontáveis os cristãos que deram a vida por causa da sua fé só neste século. Seguramente que são já milhares. Iraque, Paquistão, Nigéria, Burquina Fasso, Síria, Moçambique… em muitos países do mundo, em África, na Ásia, no Médio Oriente, os Cristãos continuam a ser perseguidos, violentados e mortos. São mártires. Ser Cristão, querer rezar, ir à Missa, ser baptizado… pode significar a morte. Outros, sabendo que estavam a colocar a sua vida em perigo, optaram por viver uma vida heróica.
Face a um Ocidente secularizado, os Cristãos perseguidos estão a ser verdadeiros evangelizadores do séc. XXI. Têm uma fé à prova de bala, assente na oração, uma fé corajosa e capaz de perdoar, exposta a insultos, ao ridículo e à violência física. Não se envergonham da sua fé, mas vivem-na como um compromisso para transmitir o amor de Deus aos que os rodeiam. A Igreja Católica, apesar de ser muito pobre em lugares de perseguição e conflito, desempenha um papel fundamental como transmissora da paz, do diálogo inter-religioso e da reconciliação, oferece estabilidade às comunidades, através da defesa da dignidade humana, da ajuda de subsistência, da educação e dos cuidados de saúde. Ajudar esta Igreja é a missão da Fundação AIS!
Nestes países, seja ajudando os mais necessitados ou lutando contra a injustiça pelo amor de Cristo, os bispos, padres, religiosas e leigos sabem que estão a arriscar a sua vida. Mas, mesmo assim, decidem ficar junto da sua comunidade.
Os testemunhos que recebemos diariamente transmitem-nos o essencial: o amor e a esperança inabalável em Deus!
Os Cristãos perseguidos são a Elite da Igreja. E contam consigo. Contam com a sua oração.
Ao longo dos últimos anos, tem crescido em África de forma acentuada a ameaça extremista contra os Cristãos. E, de todos os países, isso é particularmente visível na Nigéria. É por lá que mais fiéis são assassinados, que mais padres e religiosas foram raptados. É por lá também que vive o Padre Thaddeus, da Diocese de Abuja. Ele sabe bem o que é viver com medo, pois até já recebeu ameaças, mas, mesmo assim, não desiste, não deixa de cumprir com a sua missão.
Ser Padre, hoje em dia, é uma das missões mais perigosas do mundo. É assim em muitos países, e é assim particularmente na Nigéria. Este é um dos países em destaque sempre que se fala em raptos, em ataques, em violência contra as comunidades cristãs. Se em África o flagelo do terrorismo parece estar a espalhar-se como uma infecção quase descontrolada, na Nigéria
esse é apenas um dos problemas que os fiéis enfrentam diariamente.
Aos ataques do Boko Haram, um perigoso grupo jihadista que actua na região norte do país, onde procura instaurar um califado, soma-se uma criminalidade cada vez mais frequente, em que grupos armados raptam pessoas procurando extorquir-lhes dinheiro em troca das suas vidas. E a Igreja passou a ser um dos alvos destes criminosos. O medo é geral. O Padre Thaddeus Anasigwe, pároco de São Marco, na Diocese de Abuja, não esconde o receio, principalmente desde que começou a receber mensagens no seu telemóvel.
Um destes dias, leu no ecrã do telefone um texto que o deixou amedrontado: “Para onde quer que vás, um dia havemos de te apanhar”. Sabendo que é um alvo, sabendo que andam atrás dele, o padre viu-se forçado a tomar medidas de segurança.
É muito frequente os sacerdotes da Nigéria confessarem à Fundação AIS que passou a ser perigoso andar, por exemplo, de motorizada ou de bicicleta, pois na eventualidade de um possível ataque, de um assalto, dessa forma será quase impossível escapar aos criminosos. O Padre Thaddeus lança mesmo um alerta que é também um pedido de ajuda à Fundação AIS: “Sem meios de transporte seguros, o padre torna-se um alvo para os criminosos e assassinos em nome da religião”.
Só desde 2022, 76 padres e religiosas foram raptados ou assassinados na Nigéria. É um número brutal.
Meia centena de mortos no Natal
Se é verdade que os padres e os seminaristas são um dos alvos dos criminosos e dos terroristas, há também a considerar a ameaça dos pastores nómadas fulani, que estão também cada vez mais radicalizados e têm vindo a assaltar violentamente as propriedades dos agricultores cristãos.

Na verdade, na Nigéria ninguém está a salvo. Todos os Cristãos estão na mira dos extremistas, todos os fiéis têm a sua vida em risco.
Sinal disso, foi o que aconteceu no estado de Benue. Por lá, ainda se escutam os lamentos, as lágrimas dos que viram as suas vidas destroçadas numa série de ataques na época natalícia. Na Diocese de Gboko, precisamente no Dia de Natal, ocorreu o mais mortífero de todos os ataques. Houve quase meia centena de mortos, incluindo crianças. Ninguém foi poupado.
Foi na localidade de Anwase. O Padre Isaiah Ter, disse à Fundação AIS que, para além das vítimas, os agressores causaram ainda uma enorme destruição material: “Queimaram as oito igrejas católicas da Paróquia de Santa Maria, incluindo a casa paroquial, clínicas, escolas e outras casas”, explicou.
Sem padres não haveria Igreja
Tanto o pároco como o seu assistente “fugiram e permaneceram no mato durante um dia inteiro”, antes de terem sido resgatados. O Estado de Benue situa-se no chamado Cinturão Médio da Nigéria, uma região que divide o sul, de maioria cristã, e o norte, de maioria muçulmana, e que tem sido palco de muitos conflitos ao longo das últimas décadas.
Só na Diocese de Gboko, houve já a destruição de mais de 20 comunidades e 32 igrejas. Tudo isto é trágico e gera também um profundo sentimento de orfandade entre os Cristãos.
É que a esmagadora maioria destes ataques, destes raptos, de toda esta violência… não é sequer conhecida. Não há notícias, não se fala disto. É como se o sofrimento dos Cristãos da Nigéria fosse um problema só deles.
Perante este terrível cenário, o Padre Thaddeus Anasigwe pede as nossas orações, agradece a nossa ajuda e lembra-nos que sem sacerdotes não haveria Igreja.
Precisamos de padres porque, sem eles, não haveria consagração, não haveria Eucaristia e, sem a Eucaristia, não haveria Igreja. Por favor, rezem por nós e ajudem-nos mais, pois através do vosso apoio esperamos chegar às nossas comunidades em segurança. Muito obrigado.
É por causa de tudo isto que a solidariedade da Fundação AIS é tão importante. O apoio aos sacerdotes, às religiosas, aos catequistas e seminaristas permite sustentar uma Igreja que resiste, apesar das ameaças, e que é exemplo para todo o mundo, apesar do martírio dos seus fiéis.
Transforme o sofrimento em Esperança!
Esperança sobre Rodas em Ekwulobia, Nigéria
A Diocese de Ekwulobia, localizada no sudeste da Nigéria, enfrenta uma crise humanitária alarmante. Desde 2019, ataques brutais têm devastado a região: atacam os agricultores, destroem terras, incendeiam casas, matam homens, violam mulheres e comunidades inteiras são forçadas a fugir. Sem acesso às suas terras, muitas famílias passam fome, e as crianças estão a abandonar a escola. Os deslocados internos vivem escondidos, sem abrigos seguros, sem alimento e com medo constante de novos ataques.
As Servas do Menino Jesus têm uma missão clara: transformar vidas através da fé e do
apoio humanitário a centenas de deslocados:
• Distribuição semanal de alimentos para 400 pessoas
• Visitas e assistência médica a doentes em casa e no hospital
• Apoio psicológico para vítimas de trauma
“Encontro a minha maior alegria em servir Cristo nos pobres – exercendo o ministério para o qual Ele me chamou. ‘Eis a Serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a Sua vontade.’”
Irmã Appolonia Anulumko

► Um automóvel para as Servas do Menino Jesus chegarem aos deslocados e poderem continuar a sua missão de alimentar, cuidar e dar esperança a centenas de vítimas de perseguição.
» 22.400€
Quem viu não esquece. O rasto de destruição deixado pelos terroristas em Moçambique parece não ter fim. Começou em Outubro de 2017, num ataque em Mocímboa da Praia, e provocou, até aos dias de hoje, mais de cinco mil mortos e cerca de 1 milhão de deslocados. Inicialmente, os terroristas islâmicos atacaram instituições governamentais e espalharam terror indiscriminadamente, mas, nos últimos anos, realizaram ataques dirigidos contra os Cristãos em Cabo Delgado.
O ataque foi em Novembro de 2020. Foi brutal, impiedoso, nada foi poupado. Da Missão católica de Nangololo, a segunda mais antiga da Diocese de Pemba, em Cabo Delgado, nada restou. Do que havia, desde a igreja, ao edifício paroquial, à rádio, às escolas, creche e casas dos cristãos, ficaram apenas paredes. Vestígios de um tempo em que por ali se escutavam cânticos e orações, em que o povo vivia em comunidade. Os terroristas destruíram, mataram, obrigaram as populações a fugir.
Também o Padre Edegard Silva teve de fugir perante a chegada iminente dos homens armados que reivindicam pertencer ao Daesh, o grupo Estado Islâmico. Um ano depois, em Novembro de 2021, uma equipa da Fundação AIS foi encontrar este sacerdote em Mieze, na Paróquia de Nossa Senhora do Carmo.
O Padre Edegard foi também um deslocado, uma das vítimas dos radicais que ostentam nos seus ataques a bandeira negra do jihadismo e foi para Mieze. Por ali foi erguido junto à igreja um espaço para a oração, um espaço onde sobressai uma cruz pequena feita da madeira queimada da casa de um dos cristãos de Nangololo.
E nessa cruz está a imagem de um Cristo em pedaços. Uma imagem violentada que faz lembrar os milhões de moçambicanos perseguidos, martirizados pelos terroristas. É uma imagem poderosa, de um Cristo desamparado, em sofrimento, como sublinha o Padre Edegard.

O Padre Edegard foi também um deslocado, uma das vítimas dos radicais que ostentam nos seus ataques a bandeira negra do jihadismo e foi para Mieze. Por ali foi erguido junto à igreja um espaço para a oração, um espaço onde sobressai uma cruz pequena feita da madeira queimada da casa de um dos cristãos de Nangololo.
E nessa cruz está a imagem de um Cristo em pedaços. Uma imagem violentada que faz lembrar os milhões de moçambicanos perseguidos, martirizados pelos terroristas. É uma imagem poderosa, de um Cristo desamparado, em sofrimento, como sublinha o Padre Edegard.
A Cruz de Cristo em pedaços representa todos os homens, mulheres e crianças que foram mortos, que viram também os seus corpos mutilados, decapitados por catanas por esta guerra muito cruel.”
Um ataque à missão de Ocua
Ao longo destes quase cinco anos tem havido momentos de silêncio e períodos de grande intensidade terrorista. Como aconteceu, por exemplo, em Fevereiro de 2024, fez agora um ano. Na missão de Ocua estava a missionária Fátima Castro, que hoje é coordenadora da catequese na Arquidiocese de Braga. Ela relatou à Fundação AIS o que aconteceu nesses dias perante o rumor, cada vez mais insistente, de que os terroristas se estavam a aproximar da missão católica.
Era a segunda vez que isso acontecia por aqueles lados… “Seria possível chegarem a Ocua? Na dúvida, o melhor era afastarmo-nos. Essa era a regra”, recorda Fátima Castro: “Quando saímos, já eles tinham entrado e, contam-nos mais tarde, que um dos alvos era mesmo a missão. Cercaram a aldeia, vindos de vários sítios e, tal como em 2022, voltaram a queimar capelas, um camião, extorquiram dinheiro, decapitaram pessoas… Os dias seguintes foram de silêncio e dor.”
“Vi rostos com fome…”
Os missionários de Ocua foram acolhidos no Paço Episcopal de Pemba. Estiveram por lá uns dias e, mal lhes foi possível, regressaram a Ocua. As pessoas com que Fátima Castro se foi cruzando no caminho eram o retrato vivo da Via Sacra do povo Moçambicano.

Vi o movimento simultâneo de milhares de pessoas que, numa viagem sem destino, seguravam a mão dos mais pequenos e, na cabeça, carregavam os seus poucos pertences.”
“Vi rostos com fome, enfermidades… e presenciei o desalento dos que pediam para ser acolhidos e daqueles que acolhiam com o coração, mas muitas vezes com umas mãos cheias de nada. Conheci crianças que nasceram pelo caminho e abracei famílias que choravam o desaparecimento de outras. Senti neles o medo e a insegurança, e contemplei a personificação da dor e do sofrimento. Fixei os rostos e os nomes que esta guerra feriu.”
Não esquecer Cabo Delgado
Tal como Fátima Castro, também Edegard Silva fala num “trauma avassalador” quando recorda todas as vítimas do terrorismo no norte de Moçambique. Um trauma que continua. “Muitas destas pessoas necessitaram de ajuda psicológica”, explica o sacerdote saletino.
A Fundação AIS tem sido uma presença constante junto da Igreja em Moçambique, ao lado das dioceses mais atingidas pela violência terrorista, como Pemba, Nacala e Nampula. Uma presença solidária que tem sido, ao longo destes anos, a certeza de que mesmo nos momentos mais duros, mais graves, os Cristãos de Cabo Delgado, os Cristãos perseguidos de Cabo Delgado não são esquecidos.
Transforme o sofrimento em Esperança!
Salvar vidas em Cabo Delgado, Moçambique
“Por toda a parte há medo e incerteza em relação ao futuro. Ainda há muito sofrimento. Muitas pessoas continuam a viver em campos para deslocados internos, embora hoje em dia com menos assistência humanitária”, disse-nos D. António Juliasse, Bispo de Pemba.
Não conseguimos sequer imaginar os horrores a que as famílias têm sido sujeitas. Há imensas histórias. Como por exemplo, a de um homem casado e com filhos que nos pediu para não o identificarmos. O dia em que a sua aldeia foi atacada será sempre uma memória trágica.
“Já tínhamos fugido quando eles chegaram à aldeia e queimaram tudo. Mataram dois dos meus filhos. Fugimos para o mato, andámos e andámos sem nada para comer. A nossa filha de 12 anos estava prestes a morrer… morrer de fome. Então, alguém nos disse para irmos até à paróquia, e lá recebemos um pouco de comida. Foi isso que nos permitiu sobreviver… é só graças a essa ajuda que hoje posso falar… Eu, a minha família e as outras famílias. Estamos muito gratos… sem essa ajuda, não teríamos sobrevivido.”
Apoie pelo menos uma destas famílias. Cada donativo será encaminhado para a Igreja local, e as famílias mais necessitadas receberão arroz, farinha, sal, óleo e feijão.
“A ajuda recebida da Fundação AIS foi a mais bela realização do que significa estar na presença de Deus, que acolhe e alimenta os famintos. Mais uma vez, muito obrigada pela vossa solidariedade, que transforma rostos de dor em rostos de esperança.”
Irmã Aparecida Queiroz

► Ajuda de emergência para alimentar os deslocados em Cabo Delgado.
» Com um donativo de 37€ ajudará a aliviar a fome de 1 família de 6 pessoas durante um mês.
É raro o dia em que não há algum ataque, rapto ou violência contra alguém da comunidade cristã no Paquistão. Por vezes, são incidentes com tal gravidade que é impossível de os apagar da memória. Foi assim em Jaranwala, em Agosto de 2023, em que 26 igrejas e mais de 80 casas de cristãos foram queimadas em apenas 12 horas.
O ano de 2025 começou com um mau presságio. Suleman Masih, um cristão de 24 anos, morreu no hospital não resistindo aos ferimentos de bala que sofreu quatro dias depois do Natal, em Rahawali, onde tinha um pequeno campo de trigo e arroz. Foi morto por vingança, por ódio. Na região onde vivia, o seu percurso como jovem agricultor gerou muitas invejas. Suleman era muito esforçado e tinha até comprado alguma maquinaria, como um tractor, para o auxiliar no trabalho dos campos. Estava a ter sucesso. Morreu por isso.
O ressurgimento dos ataques em grande escala contra esta comunidade religiosa, alimentados por acusações de blasfémia, tem atingido níveis alarmantes, com o episódio brutal de Jaranwala, a 16 de Agosto de 2023, a marcar um dos momentos mais chocantes desta escalada de intolerância.

Nesse dia, milhares de pessoas queimaram e saquearam pelo menos 26 igrejas e 85 casas de cristãos.
Para os Cristãos, é difícil esquecer a infâmia desse ataque em Jaranwala, embora praticamente todos os dias ocorra algum incidente, seja um rapto, uma acusação de blasfémia, ou simplesmente um episódio de violência.
Os Cristãos são uma minoria, são normalmente os mais pobres do país e estão quase sempre desprotegidos.
Alguns grupos extremistas exploram os sentimentos religiosos para justificar as conversões forçadas. Muitas raparigas são raptadas por homens muçulmanos para serem exploradas sexualmente com o pretexto do casamento.”
Raparigas raptadas para serem exploradas
Naeem Yousaf Gill, director executivo da Comissão Nacional Justiça e Paz do Paquistão tem sido uma das vozes mais activas na denúncia de todos os atropelos aos direitos humanos que a comunidade cristã sofre neste país asiático. E não se cansa de gritar ao mundo que no Paquistão os Cristãos vivem com medo. É preciso alertar para que os líderes das nações se inquietem com a sorte dos Cristãos e façam alguma coisa em seu favor.
A questão das mulheres e raparigas cristãs é assustadora. Se as mulheres paquistanesas são normalmente vistas como cidadãs de segunda classe no seu país, as cristãs estão ainda num patamar mais inferior. Vulneráveis, muitas vezes analfabetas, são vítimas constantes de raptos e violações. É um holocausto silencioso que percorre a sociedade
do Paquistão e que permanece quase ignorado. A Fundação AIS tem procurado dar voz a estas mulheres e raparigas cristãs que todos os anos são forçadas a casar com os seus raptores e a converter-se ao Islão. Mas outro medo percorre a comunidade cristã: a ameaça das falsas acusações de blasfémia…
Fazer ‘justiça’ pelas próprias mãos
No Paquistão, a vida dos Cristãos vale pouco. Existe mesmo uma lei que permite a condenação à morte de quem fizer comentários depreciativos contra o profeta Maomé ou, por exemplo, profanar o livro sagrado dos Muçulmanos. Mas qualquer coisa serve para incriminar os Cristãos, uma das comunidades religiosas minoritárias no Paquistão e que mais tem sofrido com a Lei da Blasfémia.
Ainda no ano passado, um homem cristão, Nazir Gill Mazih, de 70 anos de idade, foi brutalmente espancado a 25 de Maio por uma multidão depois de alguém ter afirmado que ele tinha queimado um exemplar do Corão.
Nem teve tempo de se defender. Foi acusado e a turba incendiada pelo ódio praticamente resolveu o problema ali, fazendo “justiça” pelas próprias mãos… Levado já inconsciente para o hospital, morreria dias depois. Mais tarde veio a saber-se que também neste caso foi a inveja dos vizinhos pelo seu sucesso no seu pequeno negócio de calçado que motivou a ira da multidão e que ditou a sua morte. Uma situação que é demasiado frequente no Paquistão.

As falsas acusações de blasfémia provocaram ataques de multidões, linchamentos, vandalização de igrejas e até ataques a cemitérios. Os problemas existentes continuam e geram insegurança na vida quotidiana de toda a comunidade cristã no Paquistão.”
Naeem Yousaf Gill
A situação é grave, muito inquietante e exige a maior atenção da comunidade internacional, pois está em causa um atropelo grotesco aos direitos humanos. Mas, mais do que toda a nossa solidariedade, aquilo que o director executivo da Comissão Nacional Justiça e Paz do Paquistão nos pede é que rezemos pelos Cristãos do seu país. “Por favor, rezem por nós.”
Transforme o sofrimento em Esperança!
Um futuro para Meninas e Jovens Mulheres em Risco, Paquistão
No Paquistão, milhares de meninas e jovens mulheres pertencentes a minorias religiosas enfrentam diariamente o medo de casamentos e conversões forçadas. Vivem em condições extremas de discriminação, sem acesso à justiça e expostas a abusos constantes. A sociedade patriarcal e as leis de blasfémia apenas agravam esta realidade cruel, tornando-as ainda mais vulneráveis.
A Comissão Nacional Justiça e Paz, com o apoio da Fundação AIS, tem sido uma luz de esperança para estas jovens, lutando pelos seus direitos e oferecendo apoio jurídico, psicológico e social. Mas, para continuar este trabalho vital, precisamos de si!
Como o seu apoio faz a diferença:
• Defesa legal para meninas cristãs forçadas a casar
• Acções de sensibilização para proteger todas as minorias religiosas
• Acompanhamento psicológico e assistência às vítimas
• Campanhas de consciencialização para combater esta injustiça
A luta pela liberdade e dignidade destas meninas não pode parar. Cada contributo ajuda a construir um futuro onde elas possam viver sem medo.
A luta pela liberdade e dignidade destas meninas não pode parar. Cada contributo ajuda a construir um futuro onde elas possam viver sem medo.

► Apoio jurídico e social para meninas e jovens mulheres vítimas de casamentos e conversões forçados.
» 74.000€
“Ou nos convertemos ao Islão ou somos chacinados.” A frase, arrepiante, foi escutada por Bader, um simples comerciante cristão em Raqqa, na Síria. Ele sabe que a sua vida está em risco, pois é considerado por muitos muçulmanos mais radicais como um inimigo. Infelizmente, esta hostilidade é comum a muitos outros países e lugares do Médio Oriente, como o Iraque, Egipto ou Líbano. Nestas terras bíblicas, ser cristão em pleno séc. XXI exige uma enorme coragem…
São terras bíblicas, por onde andou Jesus, a Sagrada Família, ou onde ainda ressoam, apesar de terem já passado cerca de dois mil anos, os passos dos primeiros cristãos, das primeiras comunidades. No entanto, estes países, que deveriam ser por isso como que um santuário de paz, são hoje em dia palco de enorme violência, de guerras, de ataques terroristas, de ódio e perseguição religiosa.
Na Síria, os Cristãos sabem o que significa a palavra “sofrimento”. A longa guerra civil, de mais de uma década, terá chegado ao fim em Dezembro do ano passado com a fuga de Bashar al-Assad perante o avanço para Damasco das forças de grupos rebeldes armados. Foi o fim de uma ditadura de 24 anos, mas muitos ainda se inquietam com a perspectiva de futuro.
Ninguém sabe se estes homens, formados na militância jihadista, vão garantir agora a plena liberdade religiosa no país, vão permitir a convivência entre credos, vão autorizar os Cristãos a rezarem sem medo nas suas igrejas, nas ruas, em qualquer lugar. E têm razão para temer o futuro. É que muitos, como Bader, um comerciante de Raqqa, sabem bem o que significa o medo, o que são as ameaças, o que representa o ódio que esteve à solta nos tempos da guerra civil em que vastas regiões da Síria foram ocupadas e governadas precisamente pelos jihadistas. Foi um tempo de terror.
Como cristão, sou considerado um inimigo. Por esta razão, muitos cristãos em Raqqa foram chacinados. Ou te convertes ao Islão ou és chacinado”.
Era o que lhe diziam e é o que agora recorda, ainda temendo pelo regresso desse tempo violento e trágico. Bader não conhece outra realidade a não ser viver a fé no fio da navalha.
Transforme o sofrimento em Esperança!
Curar feridas em Alepo, Síria
A assistência médica é uma das maiores preocupações das famílias cristãs, em Alepo, na Síria. Os custos das operações são extremamente elevados, podendo atingir o equivalente ao salário de 80 pessoas. Além disso, muitos hospitais foram destruídos, médicos qualificados abandonaram o país e a produção de medicamentos colapsou. A maior parte das famílias cristãs dependem totalmente da Igreja.
A Irmã Georgina e as Irmãs do Bom Pastor lideram esta missão com coragem e amor. Muitas ONG deixaram de financiar os programas médicos em Alepo, mas este projecto, apoiado pela Fundação AIS há vários anos, permanece activo, garantindo que as famílias cristãs tenham acesso aos cuidados médicos essenciais.
“Agradecemos profundamente o apoio dos benfeitores. A vossa generosidade tem salvado vidas de muitos cristãos que enfrentam condições extremamente difíceis em Alepo, após anos de guerra e de sofrimento."
Irmã Georgina

Rami Albahadrey é um jovem iraquiano. Sempre que pode, fala da história do Padre Ragheed Ganni, conta a história deste mártir cujo processo de beatificação está a avançar e que é exemplo maior do que tem sido o sacrifício dos Cristãos neste país do Médio Oriente. O Iraque foi atacado, invadido, e ocupado por milhares de terroristas do Daesh, o grupo Estado Islâmico e por várias outras organizações jihadistas.
A história do Padre Ragheed Ganni
Em Agosto de 2014, forçaram mesmo a fuga de cerca de 100 mil cristãos das suas aldeias e vilas na Planície de Nínive, berço ancestral desta comunidade religiosa. Foram tempos negros que duraram pelo menos até meados de 2017, quando alguns países fizeram avançar as suas tropas para acabar com a presença dos radicais islâmicos no Iraque. Mas antes ainda desse avanço jihadista já se fazia sentir a ameaça dos terroristas.

Sempre que pode, Rami Albahadrey pega no seu telemóvel para mostrar a fotografia de um jovem sacerdote. É o Padre Ganni. “Este é o Padre Ragheed Ganni. O Padre Ragheed e três diáconos foram assassinados.” Foi no dia 3 de Junho de 2007, um Domingo. O Padre Ganni tinha 33 anos e foi morto em Mossul por terroristas do grupo jihadista Alsar Al Suna porque se recusou, como eles exigiam, a encerrar a igreja onde tinha acabado de celebrar a Missa.
Na parede da igreja, escreveram: ‘Não haverá mais Cristianismo no Iraque’. Estavam a tentar forçar-nos a renegar a nossa fé.”
Provavelmente, nunca se saberá o número exacto dos que foram mortos, degolados, assassinados a sangue-frio, numa qualquer aldeia ou vila ou cidade iraquiana apenas porque ostentavam no seu bilhete de identidade a palavra “Masihi”, que significa cristão…
Transforme o sofrimento em Esperança!
Acolher as crianças em Ankawa, Iraque
Durante anos, o Iraque foi devastado pela guerra e, em particular, os Cristãos e outras minorias religiosas foram forçados a fugir do extremismo violento do Daesh. Como resultado, o berço do Cristianismo tem vindo a perder fiéis. No entanto, graças ao apoio dos benfeitores da AIS, centenas de casas, igrejas e escolas foram reconstruídas, trazendo uma nova onda de esperança para os Cristãos iraquianos.
As Filhas do Sagrado Coração de Jesus gerem o jardim-de-infância e a escola Bait Al Tifl, em Ankawa, apoiadas pela AIS. Actualmente, 260 crianças frequentam este centro educativo, tornando-se num verdadeiro exemplo de diálogo inter-religioso e convivência pacífica.
Agora, as Irmãs precisam de acabar de contruir um novo jardim-de-infância para acolher mais crianças, dos 3 aos 5 anos, mas necessitam de ajuda para o concluir. Os recursos são muito limitados, mas estas Irmãs têm uma grande esperança na generosidade dos benfeitores da Fundação AIS!
“Obrigado pelos vossos donativos. Esta ajuda fará uma enorme diferença, permitindo-nos continuar as obras após termos sido forçadas a parar por falta de dinheiro. (…) Que a paz e as bênçãos estejam sempre convosco. E que Deus abençoe todas as vossas obras.”
Irmã Samar Kamil Mikha

► Conclusão do novo edifício do jardim-de-infância, das Filhas do Sagrado Coração de Jesus.