LISBOA: “A Igreja nunca se vai embora” nas situações de crise, garante a presidente internacional da Fundação AIS

LISBOA: “A Igreja nunca se vai embora” nas situações de crise, garante a presidente internacional da Fundação AIS

É o primeiro documento produzido com a chancela da Fundação AIS durante o mandato de Regina Lynch como nova presidente executiva internacional da instituição pontifícia. No Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que foi divulgado em Lisboa na passada semana, Lynch explica a importância do trabalho da Igreja em situações de crise extrema, e assegura que, “muitas vezes”, é mesmo a “única entidade” que fica ao lado dos que mais sofrem, das populações abandonadas.

No novo Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que foi divulgado oficialmente na passada quinta-feira, dia 22 de Junho, em Lisboa e em várias outras capitais do mundo, como Madrid ou Roma, por exemplo, são muitos os países marcados a vermelho, assinalando uma situação de crise extrema, de perseguição violenta, de opressão das populações por causa da religião.

A Igreja Católica tem não só alertado o mundo para esta realidade, como tem procurado ajudar, no terreno, as populações mais atingidas pela violência. Regina Lynch, que desde 14 de Junho é a nova presidente executiva internacional da Fundação AIS, reafirma, no texto introdutório ao Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, o papel insubstituível da Igreja junto não só das vítimas do terrorismo e sempre que possam ocorrer situações de crise extrema. “A Igreja nunca se vai embora porque ela é da terra”, assegura Lynch, dando o exemplo do que se passa na África subsariana.

De facto, o continente africano ganha um grande relevo no mapa da intolerância que é detalhado pelo Relatório da Fundação AIS, com a presença cada vez mais visível, em muitos países, de grupos terroristas inflamados pela ideologia jihadista, e que têm arrastado consigo morte, destruição e dor. Nesta região do globo, uma das mais problemáticas da actualidade, “quando as aldeias rurais são atacadas pelo Boko Haram ou pelo autoproclamado Estado Islâmico, os aldeões – tanto muçulmanos como cristãos – fogem para o local de refúgio mais próximo”, descreve a responsável da Fundação AIS. “Muitas vezes, onde não há militares nem polícia, estas vítimas procuram abrigo em Igrejas. Também aqui a Fundação AIS é chamada a ajudar os padres e as religiosas a oferecerem cuidados e consolo espiritual aos traumatizados.” A nova presidente executiva internacional da AIS recorda ainda, no texto, que “em situações de crise extrema, em que as ONG, os funcionários das Nações Unidas e os diplomatas não têm outra opção senão partir, a Igreja Católica acaba por ser a única entidade a fornecer cuidados materiais e pastorais, bem como uma voz solitária a defender as vítimas”.

 

O caso do Líbano

Mas a presença da Igreja e muito concretamente da Fundação AIS através dos parceiros de projectos apoiados graças à enorme generosidade dos benfeitores e amigos da instituição espalhados pelo mundo – e também em Portugal –, chega a muitos outros países, a muitas outras regiões do globo. Regina Lynch dá o exemplo do Líbano, um país crucial para a estabilidade do Médio Oriente.

Também aí chega a mão amiga da Ajuda à Igreja que Sofre através do apoio a projectos solidários que beneficiam não só os cristãos, mas também outras comunidades religiosas. “Embora estes projectos respondam a pedidos de bispos e de outros parceiros de projectos e sejam canalizados através da Igreja Católica, a ajuda da Fundação AIS beneficia frequentemente outras comunidades religiosas, tanto directa como indirectamente”, explica Regina Lynch, pormenorizando depois o caso do Líbano. Este é um país, descreve a responsável, “onde a Fundação AIS apoia escolas católicas, a maioria dos alunos é muçulmana. Estas famílias muçulmanas procuram o ensino católico devido à sua elevada qualidade. Este facto também promove o diálogo entre as várias comunidades religiosas.”

 

“Partilhar informação”

Sobre a importância do Relatório produzido pela Fundação AIS desde 1999, e em que os países são avaliados no que diz respeito à questão da liberdade religiosa – um dos direitos humanos mais fundamentais –, Regina Lynch sublinha a ligação estreita entre a informação e a acção. É preciso saber o que se passa para se poder agir. “As pessoas que se envolveram no relatório disseram-nos que querem saber se há algo que possam fazer para ajudar os sobreviventes de perseguição e evitar que ocorram violações da liberdade religiosa no futuro”, confidencia a nova presidente da AIS, explicando que “umas das principais respostas” que se podem mesmo dar é através da ajuda concreta.

E aí entra a Fundação AIS, uma instituição pontifícia que tem como missão apoiar as comunidades cristãs vítimas de violência no mundo, apoiar a Igreja onde quer que haja sofrimento. “Como instituição de beneficência católica, a Fundação AIS apoia mais de 5 mil projectos em 132 países de todo o mundo”, recorda, acrescentando que, “para além da ajuda pastoral e de emergência, este relatório da liberdade religiosa apresenta, pela primeira vez, sugestões de acções de sensibilização para os leitores.” E elenca algumas das coisas que as pessoas podem fazer em favor dos que mais sofrem no mundo, das vítimas de intolerância religiosa, dos que são perseguidos por causa da sua fé. A primeira é mesmo rezar. “Reze pelas vítimas de discriminação e violência”, diz Regina, acrescentando outras sugestões significativas, como “partilhar informação”, nomeadamente divulgando o relatório da AIS pelos amigos, família, comunidades, através das redes sociais e, muito especialmente, agindo junto dos organismos de poder para que a voz e a defesa das vítimas possa ser fortemente ampliada. “Informe e incentive os seus representantes políticos (por exemplo, deputados) a defenderem os direitos das pessoas que sofrem discriminação e perseguição devido à sua fé”, sugere a presidente da Fundação AIS, lembrando ainda que o Relatório é, acima de tudo, uma ferramenta, um instrumento de trabalho. Uma ferramenta que será tão boa, diz ainda Regina Lynch, “quanto aqueles que a utilizam a partilhem com outros e trabalhem para mudar a situação”.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

No período em análise não se registaram casos significativos de discriminação por motivos religiosos nem abusos da liberdade religiosa que pudessem ser imputáveis ao Estado ou a outras entidades governamentais. Além disso, certos fenómenos nas sociedades ocidentais chegaram a Portugal, nomeadamente a progressiva marginalização da religião na vida pública e a legalização de certas práticas, como a eutanásia, que são contrárias aos princípios de várias religiões.

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