LÍBANO: “Precisamos da boa vontade de todos”, diz Núncio Apostólico sobre o papel dos cristãos para se vencer a crise no país

LÍBANO: “Precisamos da boa vontade de todos”, diz Núncio Apostólico sobre o papel dos cristãos para se vencer a crise no país

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LÍBANO: “Precisamos da boa vontade de todos”, diz Núncio Apostólico sobre o papel dos cristãos para se vencer a crise no país

Quinta-feira · 5 Maio, 2022

“O Líbano é diferente de todos os outros países do Médio Oriente.” A frase é de D. Joseph Spiteri, Embaixador da Santa Sé, num encontro em Beirute com a Fundação AIS durante a recente visita a este país por uma equipa da directores de diversos secretariados da instituição, incluindo o de Portugal.

O Núncio Apostólico no Líbano fez questão de sublinhar a singularidade que caracteriza o país e a importância do apoio que tem vindo a ser dado à comunidade cristã para permanecer neste território. “Não é só porque temos mais cristãos, mas é o único país da região que se baseia numa constituição civil. A liberdade de consciência e de expressão sempre foram respeitadas aqui. É importante que o Líbano preserve esta identidade”, disse o responsável diplomático. Uma identidade muito própria que resulta de um equilíbrio também único entre religiões no país. “É difícil”, disse D. Spiteri, “preservar os direitos dos indivíduos e os direitos colectivos das comunidades. Mas foi feito, e pode ser feito, e precisamos da boa vontade de todos. Esta é a identidade do Líbano, é por isso que o Líbano é tão diferente.”

LÍBANO: “Precisamos da boa vontade de todos”, diz Núncio Apostólico sobre o papel dos cristãos para se vencer a crise no país
“O Líbano é diferente de todos os outros países do Médio Oriente.”

As palavras do arcebispo maltês ganham relevo também porque o Líbano vai a votos já no domingo, 15 de Maio, numas eleições que podem vir a revelar-se cruciais para o seu futuro. O Embaixador da Santa Sé aproveitou a ocasião para agradecer a ajuda que a Fundação AIS tem vindo a dar à comunidade cristã libanesa e explicou que é importante manter esse apoio, nomeadamente ao nível do ensino, para cativar as populações levando-as a permanecerem no país.

As escolas católicas, disse, “são muito importantes porque mantêm a presença cristã, mantêm as famílias nas aldeias e dão emprego aos professores e ao pessoal não académico”. O Núncio lembrou que a Igreja tem cerca de 330 estabelecimentos de ensino no país.

O Líbano está a atravessar uma das mais profundas crises da sua história e isso tem vindo a contribuir para o acelerar do esvaziamento da população cristã que se tem visto forçada a migrar face ao colapso económico e financeiro de empresas, famílias e do próprio Estado. A preocupação manifestada pelo representante diplomático da Santa Sé foi também manifestada durante a visita dos directores da Fundação AIS ao Líbano pelo líder da maior igreja cristã.

Patriarca Béchara Boutros Raï traçou um retrato bem negro da vida neste país onde pobreza e fome passaram a ser palavras comuns no quotidiano. “A população libanesa já não é o que era. Os libaneses viviam com dignidade, não dependiam de ninguém. O facto é que os nossos políticos tornaram a população pobre, mendigos”, disse, num encontro em que esteve presente também Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado português da AIS. “Todos os dias perdemos os nossos melhores médicos, os melhores professores universitários, os melhores engenheiros, os melhores financeiros, porque a perda de valor da libra libanesa contra o dólar destruiu o valor dos salários”, acrescentou o patriarca.

A questão da desvalorização da moeda, sinal da enorme fragilidade em que se encontra a economia, tornou-se dramática para o dia-a-dia das populações. “Imaginem, há 18 meses, que um dólar valia 1.500 libras libanesas, e agora ronda as 25 mil… Os salários perderam o seu valor, e todos ficaram pobres. Todos aqueles que podiam, emigraram”, afirmou ainda o Patriarca Raï, que aproveitou o encontro para enaltecer a ajuda que a fundação pontifícia tem vindo a dar à Igreja libanesa. “Quero destacar o que vocês e os vossos benfeitores estão a fazer. É verdadeiramente fantástico! É verdade que não resolve os problemas do Líbano. O problema económico é algo pelo qual o Estado é responsável. Mas os benfeitores praticam solidariedade, fraternidade, comunhão. E os libaneses, garanto-vos, estão muito gratos a todos. Gratos pela vossa proximidade, e por tudo o que estão a fazer”, disse o Patriarca da Igreja maronita.

Também o Núncio Apostólico fez questão de sublinhar o quanto tem sido importante a ajuda dada à comunidade cristã através da generosidade dos benfeitores da Fundação AIS em todo o mundo. “Devemos muitos agradecimentos à AIS. Obrigado por toda a ajuda que deram ao Líbano e aos cristãos do Líbano, para que eles possam continuar aqui e construir este muito maravilhoso país, que é um país único no Médio Oriente. Lembrar-me-ei de vós nas minhas orações, e peço-vos que se lembrem de todos nós, especialmente os cristãos libaneses, nas vossas orações. Deus vos abençoe”, disse Monsenhor Spiteri.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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