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IRAQUE: “Situação no Médio Oriente continua a ser alarmante” para os Cristãos, afirma padre maronita
Segunda-feira · 15 Fevereiro, 2021
O Padre maronita Charbel Eid Rizkallah deixou uma mensagem de alerta para a situação difícil que os cristãos enfrentam no Médio Oriente, nomeadamente no Iraque, numa iniciativa do secretariado francês da Ajuda à Igreja que Sofre.
Segundo este sacerdote, que participou no final de Janeiro na ‘Noite das Testemunhas’, na Basílica do Sagrado Coração de Montmartre, é importante “sensibilizar as pessoas para facto da situação no Médio Oriente continuar a ser alarmante”. Diz o padre, de 41 anos, que “é preciso que não nos habituemos à linguagem da guerra”. “A guerra continua e é necessário criticar esta situação. Estou aqui para dizer às pessoas que os Cristãos do Oriente precisam delas…”
O padre Charbel, que é também parceiro de projectos da Fundação AIS no Médio Oriente, reconhece que a comunidade cristã iraquiana atravessa tempos delicados. “Os Cristãos no Iraque já foram 1,5 milhões. Agora restam apenas 90mil.” A Fundação AIS tem, apesar de tudo, números menos pessimistas, apontando, segundo várias fontes para cerca de menos 300 mil cristãos. De qualquer forma, diz o padre Charbel, “é uma hemorragia sem fim. Rezo por eles, estarei unido em oração ao povo Iraquiano, porque é um povo que já deu muito e que continua a sofrer. Para mim são um exemplo de esperança e de fé”.
O padre Charbel, que vai acompanhar a visita do Santo Padre ao Iraque entre os dias 5 a 8 de Março, afirma ainda que os Cristãos do Oriente têm uma mensagem a transmitir aos Cristãos do Ocidente. “Voltem para o Senhor. Chegou o tempo da conversão. Chegou o tempo de se afirmarem como cristãos. Não tenham medo de dizer ‘sou cristão’, mesmo que isso incomode, não tenham medo de amar, não tenham medo de ser exemplo de uma família que vive na unidade.”
Para este sacerdote maronita, o encontro em Paris, transmitido via internet por causa das restrições impostas pela pandemia do coronavírus, foi uma oportunidade para alimentar a coragem da comunidade iraquiana que vive na diáspora. “Os Cristãos do Oriente que foram expulsos do seu país e que estão agora no Ocidente, para mim, como padre, são o novo fermento para o mundo ocidental. Eu acredito no futuro dos Cristãos do Ocidente, graças aos Cristãos do Oriente.”
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