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IRAQUE: Evitem a “tentação da vingança”, pediu o Papa aos cristãos durante a missa em Erbil, perante milhares de pessoas
Na última celebração pública nesta histórica viagem ao Iraque, o Papa Francisco esteve em Erbil numa missa perante cerca de 10 mil pessoas. No estádio Franso Hariri, em Erbil, o Papa celebrou a eucaristia num ambiente de festa e pediu para que os cristãos evitassem a “tentação da vingança”.
“[Jesus] revigora-nos para sabermos resistir à tentação de procurar vingança, que nos mergulha numa espiral de retaliações sem fim”, disse o Santo Padre, destacando a importância do testemunho da misericórdia. “Esse é um dos motivos que me impeliu a vir em peregrinação – afirmou Francisco –, ou seja, para agradecer e confirmar na fé e no testemunho.”
Nesta missa, que foi o último compromisso público nesta histórica viagem ao Iraque, o Papa falou novamente nas feridas da violência que existem na memória e nas vidas dos cristãos que sobreviveram à barbárie jihadista.
“Aqui, no Iraque, quantos dos vossos irmãos e irmãs, amigos e concidadãos carregam as feridas da guerra e da violência, feridas visíveis e invisíveis! A tentação é responder a estes e outros fatos dolorosos com uma força humana, com uma sabedoria humana. Jesus, ao contrário, mostra-nos o caminho de Deus, aquele que Ele mesmo percorreu e por onde nos chama a segui-Lo.”
Antes da missa em Erbil, o Papa esteve em Qaraqosh num encontro com a comunidade cristã local na Igreja da Imaculada Conceição, onde voltou a falar da “violência, do ódio e da guerra” que sobressaltaram o Iraque quando vastas regiões do país estiveram debaixo do jugo jihadista.
O encontro ficou marcado também por vários testemunhos de sobreviventes da violência dos extremistas islâmicos, nomeadamente o de Doha Sabah Abdallah, que recordou o que aconteceu no dia 6 de Agosto de 2014, quando perdeu o filho, o sobrinho e uma vizinha durante a invasão jihadista.
Um testemunho forte que emocionou o Papa. “Comoveu-me uma coisa que disse a senhora Doha: o perdão é necessário por parte daqueles que sobreviveram aos ataques terroristas. Perdão: está é uma palavra-chave. O perdão é necessário para se permanecer no amor, para se permanecer cristão.”
Falando sobre esses anos negros da guerra, o Santo Padre pediu aos cristãos para evitarem a “tentação da vingança” depois da experiência terrível a que estiveram sujeitos às mãos dos extremistas islâmicos.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt
[com agência Ecclesia e Vatican News]