IRAQUE: Cardeal Sako deixa sede patriarcal em Bagdad em resposta a decreto presidencial

IRAQUE: Cardeal Sako deixa sede patriarcal em Bagdad em resposta a decreto presidencial

O Cardeal Louis Raphael I Sako anunciou que se vai retirar da sede patriarcal em Bagdad, a capital iraquiana, depois de o Presidente do país, Abdul Latif Rashid, ter revogado o decreto oficial que o reconhece como líder máximo da Igreja Católica Caldeia e, consequentemente, como administrador máximo dos seus bens eclesiásticos.

O Cardeal explicou esta decisão num comunicado enviado à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) e publicado em árabe no sítio oficial do Patriarcado Caldeu, tendo afirmado ainda que irá estabelecer-se num dos “mosteiros no Curdistão iraquiano”.

Em causa está a revogação de um decreto emitido em 2013 pelo antigo presidente iraquiano, Jalal Talabani, que reconhecia formalmente o cardeal como o líder da Igreja Caldeia e, com isso, o direito também à supervisão das propriedades e bens da Igreja.

No referido comunicado, o patriarca e líder da Igreja Caldeia – em plena comunhão com Roma – reage à “campanha deliberada e humilhante” contra ele, caracterizando a decisão agora tomada pelo actual presidente Abdul Latif Rashid como um acto “contra a comunidade cristã que sofreu muito”.

De facto, tem sido muito dura a vida dos cristãos no Iraque ao longo dos últimos anos. Na memória de todos está ainda a ocupação pelos jihadistas do Estado Islâmico das terras bíblicas da Planície de Nínive, no início de Agosto de 2014, o que levou ao êxodo de milhares de famílias, abandonando as casas e aldeias onde sempre tinham vivido.

Apesar da posterior derrota dos jihadistas e do paulatino regresso a casa, que se iniciou em 2017, a verdade é que no último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação AIS e publicado a 22 de Junho, é referido que “os cristãos continuam a abandonar o país a um ritmo de vinte famílias por mês”, o que dá bem conta do sentimento de insegurança e de falta de esperança que existe. Se em 2003 havia cerca de 1,4 milhões de cristãos no Iraque, hoje esse número não ultrapassará os 250 mil.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

O Iraque permanece numa encruzilhada e as minorias religiosas continuam vulneráveis. Com uma cidadania igual para todos os Iraquianos ainda por implementar, a plena liberdade religiosa não está garantida. As perspectivas de gozo da liberdade religiosa e muitos outros direitos humanos continuam a depender da estabilidade política e de segurança do país. Ambos parecem duvidosos e devem permanecer sob observação.

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