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ÍNDIA: Festividades do Natal ensombradas por ataques de grupos radicais e destruição de símbolos cristãos
As festividades do Natal deste ano ficaram ensombradas com manifestações de grupos radicais que interromperam algumas celebrações religiosas e que, em certos casos, adquiriram mesmo uma expressão violenta com a destruição de símbolos cristãos.
Foi o caso da vandalização da Igreja do Santo Redentor, em Ambala, no estado de Haryana, em que uma imagem de Jesus Cristo foi derrubada pelos manifestantes. Em Agra, no estado de Uttar Pradesh, grupos de radicais hindus queimaram também imagens do Pai Natal junto a escolas dirigidas por missionários, acusando-os de estarem a usar as festividades natalícias para atraírem pessoas para a religião cristã procurando assim convertê-las. O mesmo se passou em Silchar, Nirmala, Mandya e Karnataka, onde missas ou outras celebrações foram interrompidas por manifestantes pertencentes a grupos radicais hindus.
No início deste mês, a 6 de Dezembro, após um ataque de cerca de meio milhar de extremistas à escola católica de São José, em Ganj Basoda, no estado de Madhya Pradesh, o padre Stephen revelava, em declarações à Fundação AIS, a sua preocupação pelo aumento dos episódios de violência contra as comunidades cristãs, apontando o dedo aos militantes do partido BJP [Partido Bharatiya Janata], no poder. “Eles têm medo dos cristãos. Os fundamentalistas sentem que a motivação por trás do nosso serviço social é converter os outros ao cristianismo.”
No mais recente relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, publicado em Abril pela Fundação AIS, refere-se que, no ano passado, a Comissão Americana da Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) recomendou ao Departamento de Estado Norte-Americano que designasse a Índia como ‘País de Especial Preocupação’. Esta foi a primeira vez, desde 2004, que a Índia se viu colocada nesta categoria. Além disso, o painel sobre liberdade religiosa recomendou “sanções específicas contra agências estatais indianas e funcionários responsáveis por graves violações dos direitos religiosos”.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt