Ao longo do ano passado foram assassinados, por vezes em contexto de muita violência, pelo menos 18 missionários. A lista, elaborada pela Agência Fides, do Vaticano, reporta que entre entre as vítimas estão leigos, sacerdotes, religiosas, seminaristas e também catequistas católicos.
O maior número de assassinatos ocorreu no continente africano, com nove casos – sete sacerdotes e duas religiosas –, logo seguido da América Latina, onde oito missionários perderam a vida de forma violenta. Na Ásia foi morto também um sacerdote.
No relatório apresentado, destacam-se os assassinatos de duas religiosas em África, situações que mereceram uma atenção particular também pela Fundação AIS. Foi o caso da morte da Irmã Marie-Sylvie Kavuke Vakatsuraki, uma religiosa médica que estava a trabalhar no seu posto de saúde, na República Democrática do Congo, quando a aldeia de Maboya foi atacada a 19 de Outubro por jihadistas. Nem o hospital foi poupado.
A irmã estava para operar uma mulher e não conseguiu fugir a tempo. A unidade hospitalar foi incendiada e a religiosa, da Congregação das Petites Soeurs del la Presentation de Notre Dame au Temple, morreu queimada no seu interior.
O outro caso destacado foi o do assassinato a tiro da irmã italiana Maria de Coppi, uma religiosa comboniana, de 83 anos de idade, que perdeu a vida durante o ataque, também por grupos jihadistas, à missão de Chipene, na Diocese de Nacala, em Moçambique, na madrugada de 7 de Setembro.
Segundo a Fides, entre 1990 e 2000 houve registo de 604 missionários mortos, incluindo as vítimas do genocídio do Ruanda (1994), que causou pelo menos 248 vítimas entre o pessoal eclesiástico.