EUA: Administração Biden pressionada para designar Nigéria como “país de particular preocupação”

EUA: Administração Biden pressionada para designar Nigéria como “país de particular preocupação”

A questão da perseguição aos cristãos na Nigéria foi um dos temas principais em discussão na terceira cimeira anual da Liberdade Religiosa Internacional, que decorreu em Washington DC. A Fundação AIS esteve presente neste encontro que poderá levar a Administração Biden a agir de forma mais proactiva na defesa das populações.

Um grupo de dirigentes republicanos e democratas no Congresso dos Estados Unidos avançou com uma resolução no sentido de exortar o Departamento de Estado a colocar a Nigéria como um dos países que violam a liberdade religiosa. O documento, conhecido durante a terceira Cimeira Anual da Liberdade Religiosa Internacional, que decorreu em Washington DC, entre 31 de Janeiro e 1 de Fevereiro, apela ainda para a nomeação de um Enviado Especial para monitorizar as questões relacionadas com os direitos humanos neste país africano.
Entre os signatários do documento, que foi anunciado durante uma reunião organizada pela Fundação AIS, à margem da Cimeira, estão os republicanos Chris Smith, de Nova Jersey e French Hill, do Arkansas, e ainda o democrata Henry Cuellar, do Texas. “A Administração Biden deve agir imediatamente e voltar a designar a Nigéria como um país de particular preocupação para mitigar a alarmante e crescente ameaça à liberdade religiosa” neste país, explicou Chris Smith na ocasião. De facto, apesar de todos os indícios e provas de massacres, assassinatos e raptos que têm vindo a ocorrer na Nigéria nos tempos recentes, o Departamento de Estado norte-americano retirou, em 2021, a Nigéria da lista dos países de Preocupação Particular e continuou a manter essa decisão durante o ano passado.

A voz dos que não têm voz
Falando por videoconferência para o encontro em Washington, D. Jude Arogundade, Bispo de Ondo, uma das dioceses mais afectadas pela violência terrorista, saudou esta decisão, em que se pretende que o governo norte-americano volte a colocar a Nigéria sob vigilância, recordando que este país, devido ao seu peso económico e demográfico, “é a âncora da África”. “Se a Nigéria cair, toda a África cairá”, acrescentou. A resolução, que detalha muitas mortes violentas de cristãos na Nigéria, exige que os EUA nomeiem imediatamente “uma pessoa de reconhecida distinção nos campos da liberdade religiosa e dos direitos humanos como Enviado Especial para a Nigéria e para a Região do Lago Chade”. O modelo proposto inspira-se no trabalho do antigo Embaixador dos EUA na ONU, John Danforth, que foi nomeado Enviado Especial para o Sudão em 2001 e que teve o mérito de ter conseguido interromper a campanha sangrenta do Governo sudanês contra o povo Nuba.
Os representantes da Fundação AIS participaram em seis painéis e eventos paralelos durante a cimeira de dois dias, sublinhando tendências relevantes que restringem a liberdade religiosa no mundo. Os oradores da Fundação AIS também realçaram como a opressão afecta particularmente as mulheres e as raparigas. Edward Clancy, responsável de comunicação da Fundação AIS nos Estados Unidos, elogiou a resolução sobre a Nigéria como resultado da frutuosa colaboração entre organizações no terreno e o governo federal. As organizações presentes no terreno, por testemunharem o sofrimento dos Cristãos e cuidarem das vítimas, estão a providenciar também informações aos responsáveis governamentais, disse Clancy. “Contamos as histórias dos sobreviventes e dos ameaçados”, levando assim os governos a agir em nome de uma população que de outra forma não teria voz.

Campanha “SOS Cristãos da Nigéria”
A situação que se vive na Nigéria no que diz respeito aos direitos humanos e muito concretamente em relação à comunidade cristã, alvo constante de ataques, é tão preocupante que levou a Fundação AIS a promover, com inicio nesta Quaresma, uma campanha internacional denominada precisamente “SOS Cristãos da Nigéria”. Sensibilizar a opinião pública para esta realidade, que é quase desconhecida e ajudar a comunidade cristã é o grande objectivo desta iniciativa que congrega todos os 23 secretariados da Fundação AIS incluindo o de Portugal. “A Campanha da Fundação AIS – explica Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado nacional – procura ser uma chamada de atenção para a existência, neste país de África, de uma comunidade cristã que sofre, que é perseguida. É uma Igreja de mártires que resiste e que conta connosco. Não os podemos abandonar. Os cristãos da Nigéria precisam muito de nós, das nossas orações, da nossa solidariedade. Nesta Quaresma, lembremo-nos deles, rezemos por eles, ajudemo-los”, pede a directora da Fundação AIS.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

A liberdade religiosa na Nigéria está gravemente ameaçada. As vítimas são predominantemente cristãs, mas também muçulmanas e de religiões tradicionais, líderes religiosos e fiéis que sofrem às mãos dos terroristas, grupos armados jihadistas e criminosos nacionais e transnacionais.

NIGÉRIA

918 125 574

Multibanco

IBAN PT50 0269 0109 0020 0029 1608 8

Papa Francisco

“Convido-vos a todos, juntamente com a Fundação AIS, a fazer, por todo o mundo, uma obra de misericórdia.” 
PAPA FRANCISCO

© 2024 Fundação AIS | Todos os direitos reservados.