CAZAQUISTÃO: Inaugurado, em Astana, santuário mariano dedicado aos cristãos perseguidos no mundo

Foi inaugurado, em Astana, a capital do Cazaquistão, um santuário mariano dedicado aos Cristãos perseguidos no mundo. O país, situado na Ásia central, conheceu décadas de repressão religiosa, durante os tempos da ditadura comunista em que inúmeros crentes foram deportados para os tristemente famosos ‘gulags’.

O arcebispo de Astana, D. Tomasz Peta, presidiu, no dia 20 de Junho, à cerimónia de inauguração, em Astana, a capital do Cazaquistão, do santuário mariano dedicado aos Cristãos perseguidos no mundo. O santuário, na Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, faz parte de uma crescente rede internacional centrada no ícone de Nossa Senhora, Mãe dos Cristãos Perseguidos.

Na homilia, D. Athanasius Schneider, Bispo auxiliar de Astana, recordou, segundo a ACI, agência católica de informações, as palavras de São João Paulo II, que visitou o país em 2001 e falou então das “indizíveis provações” dos que sofreram “por não terem desejado renunciar à sua fé”.

O Cazaquistão faz fronteira com a Rússia e a China, tem quase 3 milhões de quilómetros quadrados, mas apenas 19 milhões de habitantes. Cerca de 69% da população é muçulmana. Os cristãos, na sua maioria ortodoxos, são aproximadamente 26%. Os católicos são uma pequena minoria.

O país fez parte da União Soviética e conheceu bem a repressão religiosa imposta pelo regime comunista. Nos tristemente célebres gulags, estiveram presos muitos padres, irmãs e fiéis, num tempo de intensa perseguição religiosa em que as igrejas foram encerradas e a fé das comunidades se manteve apenas clandestinamente.

VISITA DO PAPA FRANCISCO

Com a queda da União Soviética, desde 1991 que o Cazaquistão passou a ser uma nação independente, e reconheceu oficialmente a liberdade religiosa. É neste contexto em que perdura ainda uma memória forte dos tempos de repressão, que ganhou vida o novo santuário dedicado aos cristãos perseguidos.

Em Setembro de 2022 o Papa Francisco esteve no Cazaquistão, por ocasião do VII Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais, visita que deixou em festa a pequena comunidade católica. Na ocasião, numa conferência organizada online pela Fundação AIS Internacional, D. Luis Mumbiela, Bispo de Amaty, sublinhou a importância do culto a Nossa senhora neste país que viveu tempos de pura repressão durante a ditadura comunista.

“Os longos anos de ditadura comunista, durante os quais inúmeros crentes foram deportados para os ‘gulags’ construídos nestas terras, semearam sofrimento e luto. Quantos sacerdotes, religiosos e leigos pagaram com sofrimentos inimagináveis, e até com o sacrifício da própria vida, a sua fidelidade a Cristo! O Senhor escutou a oração destes mártires, cujo sangue regou a vossa terra. Mais uma vez ‘o sangue dos mártires foi semente de cristãos’, disse então o Papa, acrescentando que “dessa semente germinaram, como rebentos, as vossas comunidades cristãs, que agora olham para o futuro com confiança”.

Desde o colapso do regime comunista, as estruturas da Igreja Católica não pararam de crescer nesta ex-república soviética centro-asiática e a Fundação AIS tem desempenhado um papel de relevo nesse apoio. Nomeadamente na ajuda à subsistência das comunidades religiosas.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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