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BURQUINA FASO: Fundação AIS destaca papel dos catequistas junto das populações vítimas do terrorismo
A recente decisão do Papa Francisco em estabelecer o “ministério laical do catequista”, veio dar relevo ao papel desempenhado por estes homens e mulheres em tantos lugares do mundo onde, muitas vezes, são praticamente as únicas presenças da Igreja junto das populações.
Regina Lynch, responsável de projectos da Fundação AIS, diz mesmo que “os catequistas são a espinha dorsal da Igreja”, em especial nos países massacrados pela violência, pela guerra e terrorismo.
No contexto da perseguição às comunidades cristãs é comum perceber-se o trabalho importantíssimo dos catequistas. “Por vezes – explica Regina Lynch – são responsáveis por serviços pastorais onde não há sacerdotes e chegam até a pagar com a própria vida essa coragem e dedicação.”
Esta é uma realidade cada vez mais comum em África. É o caso do catequista Philippe Yarga, da diocese e Dori, no Burquina Faso. No dia 16 de Fevereiro do ano passado, ocorreu um ataque por homens armados, de uma das várias milícias terroristas que atormentam o país, à aldeia de Pansi.
O ataque era, de certa forma, esperado. Dias antes, na pequena e vizinha vila de Sebba sete pessoas haviam sido raptadas. Apesar de Philippe Yarga ter sido avisado de que era melhor abandonar a região, decidiu ficar.
Os terroristas iriam certamente à sua procura. Philippe era não só catequista mas também líder comunitário da aldeia. Desde 2017 que tinha essa responsabilidade. Era mais uma das tarefas que assumia com entusiasmo. Philippe estava precisamente a organizar a sua partida e a de outras pessoas quando o ataque começou.
D. Laurent Dabiré, Bispo de Dori, resumiu o que aconteceu a meia dúzia de palavras: “os terroristas invadiram a aldeia e executaram 24 pessoas a sangue-frio”. Uma dessas pessoas foi Philippe Yargo. Foi um ataque indiscriminado.
Os terroristas varreram a aldeia a tiro alvejando todos os que encontraram pelo caminho. Philippe tinha 46 anos e deixou sete filhos. O mais novo iria nascer dali a mês e meio apenas.
O assassinato no ano passado de Philippe Yargo veio mostrar também a importância e ousadia dos catequistas que estão na linha da frente assumindo a sua missão nos locais onde impera a ameaça e o extremismo. A vida da Igreja em África seria impensável sem a coragem dos catequistas.
O Papa Francisco instituiu o “ministério laical do catequista”, destacando o trabalho que milhares de homens e mulheres realizam em todo o mundo na transmissão e aprofundamento da fé. Yargo foi um dos mais de 18 mil catequistas apoiados pela Fundação AIS só no ano passado. Também no ano passado, a Fundação AIS financiou 20 projectos para fornecer aos catequistas o equipamento técnico de que necessitam para realizar o seu trabalho, além de que apoia ainda mais de três dezenas de iniciativas focadas na formação e formação de catequistas em 18 países.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt