SERRA LEOA: “Os pobres vão morrer”, teme o director da Caritas de Freetown, face à vacinação contra a Covid19

SERRA LEOA: “Os pobres vão morrer”, teme o director da Caritas de Freetown, face à vacinação contra a Covid19

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SERRA LEOA: “Os pobres vão morrer”, teme o director da Caritas de Freetown, face à vacinação contra a Covid19

Terça-feira · 19 Outubro, 2021

Na Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo, situado em África entre a Libéria e a Guiné, a pandemia do coronavírus foi atacada desde o início pelos médicos graças à experiência do combate ao vírus do Ébola. Mas, para o Padre Peter Konteh, director da Caritas em Freetown, a guerra ainda não está vencida e será preciso esperar pela vacinação geral da população para que haja algum alívio das medidas entretanto impostas pelas autoridades.

Para se enfrentar esta crise de saúde evitando-se o egoísmo que nasce do dinheiro e do poder é preciso “uma solução global”, diz o Padre Konteh, já que “as vacinas estão indo para os países ricos e para as pessoas ricas, não para todos”. Ou seja, segundo o sacerdote, “a vacinação será feita por idade, mas também por classe social. A mensagem final é que os pobres vão morrer”.

Para o responsável da Caritas local, que esteve recentemente de visita à sede internacional da Fundação AIS, na Alemanha, isto é inaceitável. “A vida humana é a vida humana e cada pessoa é única. Cada um é especial para Deus, não importa a idade, dinheiro ou cor de pele.”

SERRA LEOA: “Os pobres vão morrer”, teme o director da Caritas de Freetown, face à vacinação contra a Covid19
Na Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo a pandemia do coronavírus foi atacada desde o início pelos médicos.

A pandemia do Covid19 trouxe dificuldades no dia-a-dia das populações da Serra Leoa e também implicou restrições à vida da Igreja, por causa das medidas impostas pelo governo, nomeadamente em relação às celebrações religiosas.

“As medidas foram injustas porque fecharam igrejas até mesmo quando tomámos precauções como o distanciamento social”, explica o sacerdote. Fecharam as igrejas mas mantiveram, por exemplo, restaurantes e escolas de portas abertas, numa decisão aparentemente incompreensível. Para o padre, “o governo não entendeu a importância das celebrações da missa, porque Deus fala-nos pela Palavra, e a Eucaristia é importante para a fé. Eles colocaram Deus de fora da solução quando Deus é a solução…”

As restrições impostas pelas autoridades acabaram, no entanto, por ter um impacto positivo na vida da Igreja. Durante todo este tempo, os padres da Serra Leoa levaram a Eucaristia a casa das pessoas. Apesar das dificuldades, explica o director da Caritas de Freetown, “um dos aspectos positivos do encerramento das igrejas foi que nos aproximou muito dos fiéis”. “Conhecemos as suas famílias e estivemos em suas casas. Isso aproximou muito as pessoas. Afinal, levar Cristo às pessoas é a principal função de um padre… e foi isso que fizemos.”

O Padre Peter Konteh aproveitou a passagem pela sede internacional da Fundação AIS na Alemanha para agradecer a ajuda que a instituição tem dado ao seu país. “Não posso deixar de expressar o meu sincero agradecimento à Ajuda à Igreja que Sofre e aos seus benfeitores pelo apoio e solidariedade. Além do apoio financeiro, sentimos que somos uma família na fé. As pessoas rezam por nós em diferentes partes do mundo. No meio das dificuldades, sabemos que as pessoas estão a rezar por nós e a ajudar a Serra Leoa.”

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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