Cumprindo a tradição após cada viagem apostólica, o Papa Francisco esteve na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar e agradecer à Virgem Maria o sucesso da visita à Mongólia. Durante a viagem de avião, de regresso a Itália, o Santo Padre disse ter ficado “satisfeito com o resultado” da visita histórica que fez a terras de Genghis Khan… E daqui a duas semanas, Francisco volta a viajar, desta vez até Marselha, em França.
O avião que trouxe o Papa de volta a Roma, na passada segunda-feira, precisou de dez horas para fazer a viagem desde Ulan Bator, a capital da Mongólia, até ao aeroporto Internacional Leonardo da Vinci, na capital italiana, e pisou o solo às 16:01 horas [mais uma hora do que em Lisboa]. No final dessa tarde, o Santo Padre, “como de costume no final de cada viagem apostólica”, como recorda o Vatican News, “foi até à Basílica de Santa Maria Maior, no centro histórico de Roma, detendo-se em oração diante do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani”.
Foi o último gesto desta peregrinação de Francisco, desta viagem histórica a terras da Mongólia, onde nunca um Santo Padre tinha ido até agora. Uma viagem de quatro dias, iniciada a 31 de Agosto, e que permitiu o contacto do Papa com a “pequena, mas fervorosa comunidade católica concentrada na capital, Ulan Bator, acompanhada pela orientação acolhedora do jovem cardeal italiano Giorgio Marengo”, escreve ainda o Vatican News.
História e cultura
A longa viagem de regresso a Itália permitiu ao Papa fazer um balanço da visita à Mongólia. Falando aos jornalistas a bordo do avião, também como é hábito nestas ocasiões, o Santo Padre reconheceu que a ideia desta viagem veio-lhe à mente “pensando na pequena comunidade católica” local.
“Faço essas viagens para visitar as comunidades católicas e também para entrar em diálogo com a história e a cultura dos povos, com aquilo que é a mística de um povo”, disse Francisco, sublinhando que a evangelização não deve ser concebida como proselitismo.
O anúncio evangélico entra em diálogo com a cultura. Há uma evangelização da cultura e também uma inculturação do Evangelho. Porque os cristãos também expressam os seus valores cristãos com a cultura do seu próprio povo. Isso é o oposto do que seria uma colonização religiosa. Para mim, a viagem era conhecer este povo, entrar em diálogo com este povo, receber a cultura deste povo e acompanhar a Igreja no seu caminho com muito respeito pela cultura. E estou satisfeito com o resultado”.
Papa Francisco
Diálogo internacional
Respondendo a uma pergunta de um jornalista da Mongólia, o Papa admitiu que este é um país que, pelas suas características e posição geográfica, pode desempenhar um papel importante para o diálogo internacional.
E referiu-se expressamente à Rússia e à China. “Penso que sim”, respondeu Francisco. “Têm algo muito interessante, que também favorece este diálogo – permito-me chamar-lhe a ‘mística do terceiro vizinho’. Pensam que Ulan Bator é a capital de um país mais afastado do mar, e podemos dizer que o vosso território se situa entre duas grandes potências, a Rússia e a China.
“É por isso que a vossa mística consiste em tentar dialogar mesmo com os vossos ‘terceiros vizinhos’: não por desprezo por estes dois, porque têm boas relações com ambos, mas por um desejo de universalidade, de mostrar os vossos valores ao mundo inteiro e também de receber dos outros os seus valores para entrar em diálogo”, disse o Papa Francisco.
Próxima viagem a Marselha
No encontro com os jornalistas, o Papa referiu-se ainda às relações da Santa Sé com outros países, nomeadamente a China e o Vietname, e lembrou que daqui a duas semanas vai fazer uma nova viagem, desta vez mais curta, até Marselha, em França, onde entre os dias 22 e 23 de Setembro vai participar nos Encontros Mediterrânicos, um evento que contará com a presença de autarcas e bispos da região.
Nessa visita, em que se deverá encontrar com o presidente francês, Emmanuel Macron, o Papa vai incluir uma visita à Basílica de Notre Dame de la Garde. Os Encontros Mediterrânicos são reuniões que visam reforçar a fraternidade e o intercâmbio entre povos unidos pelo mar Mediterrâneo.
Anteriormente à reunião de Marselha já se realizaram encontros semelhantes em Bari e Florença, ambos em Itália, em 2020 e em 2022. Nesta viagem a Marselha, o Papa Francisco irá celebrar uma missa no Estádio Vélodrome local.
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