A irmã Inés Nieves Sancho foi assassinada na madrugada de 20 de Maio de 2019, há seis anos, na República Centro-Africana. O secretariado espanhol da Fundação AIS recordou nas redes sociais esta religiosa de 77 anos de idade, natural de Burgos, que dedicou a sua vida essencialmente à educação de raparigas pobres.
Fez ontem, segunda-feira, 20 de Maio, seis anos. Neste dia, em 2019, a irmã espanhola Inés Nieves Sancho seria assassinada brutalmente numa localidade da República Centro-Africana situada perto da fronteira com o Chade. Durante a noite, assaltantes entraram na sua casa, na aldeia de Nola, na província de Sangha-Mbaéré, arrastaram-na para o local onde dava aulas de costura a meninas locais, e cortaram-lhe a garganta.
Na altura, militantes ex-Seleka foram apontados como os autores do crime, embora nunca se tenham apurado as reais razões para o que aconteceu, não se excluindo que tenha sido um caso relacionado com rituais de feitiçaria ou, por exemplo, a prática cruel do tráfico de órgãos humanos.
Dois dias depois, o Papa Francisco haveria de homenagear esta religiosa espanhola da Congregação francesa das Filhas de Jesus de Massac. “Educadora de meninas pobres durante décadas, foi barbaramente morta na República Centro-Africana, precisamente no lugar onde ensinou as meninas a costurar, mais uma mulher que dá a vida por Jesus ao serviço dos pobres”, referiu Francisco durante a audiência pública semanal que reuniu, na ocasião, milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
MÁRTIR POR AMOR
A irmã Inés dedicou os seus últimos 23 anos de vida a uma comunidade no sudoeste da República Centro-Africana. A sua história seria dada mesmo como exemplo numa iniciativa da Fundação AIS durante a Quaresma de 2020.
Intitulada “Mártires e Heróis por Amor”, a fundação pontifícia reuniu nesse ano 44 histórias de homens e mulheres que deram a sua vida por Cristo, que deram a sua vida aos outros. E tal como a irmã Inés, assassinada de forma brutal, a Fundação AIS lembrava também, nessa campanha de oração da Quaresma, que noutros lugares da República Centro-Africana estão “outras religiosas que continuam a dedicar as suas vidas” aos mais desprotegidos da sociedade.
Entre essas religiosas destacava-se então, como exemplo do apoio da Ajuda à Igreja que Sofre, a congregação das irmãs do Instituto São José, presentes neste país desde 2017, e que colaboram activamente no trabalho pastoral da Igreja na Diocese de M’Baiki. Tal como a irmã Inés Sancho, estas religiosas também se dedicam à promoção das mulheres e jovens mais vulneráveis deste país de África.
Agora, ao assinalar-se mais um aniversário do assassinato da irmã espanhola, o secretariado da Fundação AIS do país vizinho lembrou-a nas redes sociais, citando as palavras de Francisco, como “mais uma mulher que deu a sua vida por Jesus ao serviço dos pobres”.
Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt