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REP. CENTRO-AFRICANA: Papa nomeia D. Jesús Molina, autor da ‘Via Sacra’ sobre África, como Bispo de Mbaïki
D. Jesús Ruiz Molina foi nomeado pelo Santo Padre como Bispo de Mbaïki, diocese na República Centro-Africana. Autor da ‘Via Sacra’ sobre África, que escreveu para a Fundação AIS, o missionário comboniano espanhol, até agora Bispo auxiliar de Bangassou, sucede a D. Guerrino Perin, 77 anos, que renunciou ao cargo por limite de idade.
Nascido em Espanha há 62 anos e ordenado sacerdote em 1987, D. Jesús Ruiz Molina conhece bem o continente africano onde há mais de três décadas tem vivido a sua vocação. Já esteve no Chade, na diocese de Sarh, durante 15 anos, antes de ter sido enviado para a República Centro-Africana. Em Julho de 2017, como contou à revista ‘Além-Mar’, “estava a fazer as malas para regressar a Espanha” para cuidar dos seus pais já idosos quando o Papa Francisco o nomeou “Bispo auxiliar da diocese centro-africana de Bangassou”.
Essa foi a sua casa até agora. E foi desde aí, desde a República Centro-Africana, que D. Jesús olhou para o drama de milhões de homens, mulheres e crianças e escreveu a “Via Sacra África” para a Fundação AIS. São 14 textos para ler e rezar e em que denuncia um continente escravizado pela ganância, violentado pelo terrorismo, mergulhado tantas vezes numa pobreza quase obscena. Um continente onde, de facto, “a vida vale pouco”.
Falando em nome “dos sem voz, dos excluídos, dos mais pobres”, o Bispo denuncia neste conjunto de textos as situações mais dramáticas, a começar pela fome de alimentos, mas também de justiça. D. Jesús Molina lembra a situação terrível das mulheres brutalizadas nos inúmeros conflitos que polvilham a história de África, onde é possível encontrar crianças-soldado, vítimas de grupos armados, de terroristas, de bandos de malfeitores. “Muitas crianças nasceram na guerra, crescem na guerra… A guerra roubou-lhes a inocência…”
D. Jesús, cuja nomeação para a diocese de Mbaïki foi conhecida a 10 de Março, fala essencialmente de países da África subsariana – Nigéria, Mali, Burkina Faso, Níger, Chade, Camarões, Moçambique, República Democrática do Congo, República Centro-Africana – e descreve o pesadelo que é o dia-a-dia de milhões de pessoas. Todos, no seu sofrimento, fazem-lhe lembrar a paixão de Jesus. E D. Ruiz Molina faz uma pergunta arrepiante: “Há vida antes da morte?”
As receitas da venda do livro “Via Sacra África”, da Fundação AIS, vão reverter na totalidade para projectos de apoio a milhares de cristãos neste continente, vítimas de perseguição e intolerância religiosa e que dependem totalmente da Igreja.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt