PORTUGAL: Dioceses de Viana do Castelo e de Braga mobilizadas na defesa dos Cristãos perseguidos no mundo

Com a presença do Padre Hugo Alaniz, que vindo de Alepo, na Síria, veio testemunhar as dificuldades e desafios dos cristãos nesse país do Médio Oriente, a Fundação AIS está a promover em Portugal a Red Week, a Semana Vermelha de sensibilização para o problema da perseguição religiosa no mundo.

As Dioceses de Viana do Castelo e de Braga marcaram o arranque desta iniciativa que vai também acontecer hoje no Porto, amanhã em Évora, e domingo em Lisboa e Setúbal.

Foi num silêncio às vezes comovido que tanto em Arcos de Valdevez, na Diocese de Viana do Castelo, como em Lomar, na Arquidiocese de Braga, cerca de duas centenas de pessoas escutaram o testemunho do Padre Hugo Alaniz que, vindo de Alepo, na Síria, veio a Portugal testemunhar de viva-voz os desafios e dificuldades dos cristãos neste país do Médio Oriente.

O sacerdote argentino do Verbo Encarnado descreveu por vezes com minúcia alguns episódios dos duros anos de guerra civil na Síria e a crise económica que desde há muito tem estrangulado a vida das famílias neste país do Médio Oriente. “Na Síria normalmente só temos electricidade duas horas por dia”, disse, dando isto como um exemplo do dia-a-dia. “Há 15 anos os sírios viviam bem. Hoje são pobres e rezam para não adoecerem, pois não há medicamentos ou dinheiro para os comprar”, acrescentou o Padre Alaniz.

O seu testemunho, em ambas as dioceses, foi marcado por um apelo à oração de todos pela Síria, país que assistiu, há um ano, a 8 de Dezembro, à queda do regime de Bashar al-Assad. Desde então, é enorme a expectativa sobre o futuro, embora o quotidiano continue a ser marcado pela crise, pela pobreza, por vezes mesmo pela miséria. Dirigindo-se aos que o escutavam, tanto em Arcos de Valdevez como em Lomar, o Padre Hugo Alaniz pediu para os portugueses “acreditarem na missão da Igreja, rezarem pela paz, rezarem pelos que são perseguidos”. E pediu também para que cada um procure viver a sua fé sempre com intensidade. “Sejam em cada dia que passa melhores cristãos, melhores católicos”, disse.

“Perseguição religiosa não pode ser esquecida”

O encontro em Arcos de Valdevez contou com a participação de D. João Lavrador. Num breve testemunho, o prelado fez questão de agradecer esta iniciativa promovida pela Fundação AIS, “porque veio despertar a comunidade para a realidade da Igreja que, nos tempos de hoje, continua a transportar em si o mistério pascal de Cristo, e que, em tantas partes do mundo, continua realmente a ser sacrificada”.

O Bispo de Viana do Castelo lembrou que a questão da perseguição religiosa não pode ser esquecida, mesmo aqui, no Velho Continente.  “Como o Papa São João Paulo II afirmou tantas vezes, nesta Europa que parece estar a apostatar a fé e onde o cristianismo é erradicado de diversas formas, nós também temos de pensar, realmente, que há um martírio dos cristãos que querem ser fiéis.”

D. João Lavrador terminou sublinhando a necessidade de não se ter medo de afirmar a fé, a exemplo dos que, em tantos lugares do mundo, o fazem arriscando até a própria vida.

Gostaria realmente de louvar a acção desta Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, precisamente porque realça e traz-nos o testemunho de fidelidade de tantos e tantos cristãos, por nos ajudar também a nós, no nosso contexto, a sermos verdadeiramente fiéis ao cristianismo e a não termos medo, que é, realmente, aquilo que Jesus Cristo nos disse: não ter medo.”

Relatório da AIS “faz estremecer”, diz Arcebispo de Braga

Também D. José Cordeiro falou sobre a perseguição aos Cristãos no mundo, dizendo que a leitura do Relatório da Fundação AIS “faz estremecer”. E lembrou que neste século “já morreram mais pessoas a testemunhar a fé do que quase em toda a história da Igreja”. O Arcebispo de Braga referiu que “esses mártires são pessoas comuns que estão a contagiar o mundo com o seu testemunho, porque é o amor que vence, não são as armas”.

Falando para uma plateia que praticamente encheu a Igreja de Lomar, D. José Cordeiro referiu que todos os Cristãos podem, no lugar onde vivem, onde trabalham “com a sua conduta, com o seu testemunho, testemunhar também outros para [a construção] de um mundo mais humano, mais fraterno, e onde a perseguição religiosa não tenha lugar”.

E terminou a sua intervenção, em que agradeceu também o trabalho e a missão da Fundação AIS, apelando a que todos “possam erguer a sua voz na construção de um mundo mais fraterno”. Um mundo em que nunca estarão “uns contra os outros, nunca uns sem os outros, mas sempre uns com os outros”.

Red Week ainda nas dioceses do Porto, Lisboa e Setúbal

A Red Week vai continuar hoje na Diocese do Porto, com mais uma sessão de “Noite de Testemunhas”, à semelhança do que aconteceu nos últimos dois dias em Viana do Castelo e em Braga. O encontro, marcado para as 21 horas, vai decorrer no histórico Mosteiro do Divino Salvador de Moreira, no município da Maia.

Amanhã, sábado, será a vez de o Mosteiro da Cartuxa, na Arquidiocese de Évora, acolher o testemunho do Padre Hugo Alaniz. Será pelas 15h30.

No Domingo, as atenções vão centrar-se na Missa em São Domingos de Benfica, no Patriarcado de Lisboa. A celebração, com transmissão em directo pela RTP1, terá início às 10h30 e será celebrada pelo pároco, frei Mário Rui Marçal, o.p..

Ainda no Domingo estão agendados dois encontros do Padre Hugo Alaniz e da directora da Fundação AIS de Portugal com jovens em Lisboa e em Setúbal, organizados pelos respectivos Departamentos da Pastoral Juvenil. Toda a informação sobre estes eventos está disponível na página da Fundação AIS.

Paulo Aido | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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