PAQUISTÃO: Comunidade cristã abalada com novo caso de rapariga violentada e forçada a casar com agressor

PAQUISTÃO: Comunidade cristã abalada com novo caso de rapariga violentada e forçada a casar com agressor

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PAQUISTÃO: Comunidade cristã abalada com novo caso de rapariga violentada e forçada a casar com agressor

Quarta-feira · 27 Abril, 2022

A história de Meerab Mohsin, de 16 anos, violentada e forçada a casar com o agressor, na cidade de Orangi, uma das favelas de Karachi, está a abalar a comunidade cristã paquistanesa. A jovem rapariga conseguiu fugir e o seu caso foi, entretanto, levado à Justiça pela advogada Tabassum Yousaf, estando agora nas mãos de um juiz do Tribunal Superior de Sindh. Segundo informações obtidas pela Fundação AIS, o agressor, identificado como Noman Abbas, terá antecedentes criminais também pelo rapto e violação de pelo menos duas outras jovens.

Meerab Mohsin, que está agora com a família, foi, entretanto, e por ordem do Tribunal, sujeita a exames médicos para se comprovar não só a agressão sexual de que terá sido vítima como para confirmar também a sua idade.

Este caso, que voltou a indignar a comunidade cristã, é sintomático de uma realidade dramática que afecta sobremaneira as minorias religiosas no Paquistão, e vem reforçar a importância do Relatório produzido pela Fundação AIS – “Oiçam os gritos delas” – que descreve situações em que mulheres e raparigas foram vítimas de violência, raptos, violações e casamentos forçados em vários países.

PAQUISTÃO: Comunidade cristã abalada com novo caso de rapariga violentada e forçada a casar com agressor
Este caso, que voltou a indignar a comunidade cristã, é sintomático de uma realidade dramática que afecta sobremaneira as minorias religiosas no Paquistão

Um dos casos em destaque nessa investigação da AIS é o de Maira Shahbaz, uma jovem cristã paquistanesa que foi raptada, torturada e violada em Abril de 2020, quando tinha apenas 14 anos de idade. Maira, que escreve o prefácio do Relatório, conta não só a sua história como revela também uma teia de cumplicidades e de silêncios entre as autoridades e os autores dos crimes.

Maira Shahbaz, que conseguiu também fugir dos raptores, como agora aconteceu com Meerab Mohsin, está a viver escondida desde Agosto de 2020 juntamente com a sua família mais próxima, pois todos têm sido alvo de ameaças de morte. A tal ponto que a Fundação AIS no Reino Unido promoveu uma petição pública e apresentou ao governo britânico um pedido para a concessão de asilo.

Ainda recentemente, a Fundação AIS deu eco também da denúncia de uma família paquistanesa com três filhos que pediu asilo em Espanha depois de anos de sofrimento e de perseguição pelo facto de serem cristãos. O casal, David e Marta, participou na Noite de Testemunhos, que decorreu em Março em Madrid.

O facto de estarem longe de casa não os desmobilizou face à necessidade de continuarem a denunciar ao mundo a situação que se vive no Paquistão. “Há muitos cristãos que enfrentam perseguições muito fortes, mas não podem sair do país por falta de recursos. No nosso país há raparigas menores que são raptadas e forçadas a converterem-se ao Islão, que são casadas à força e sujeitas a violação”, disseram perante cerca de três centenas de pessoas durante o evento que decorreu na Catedral de Santa Maria de Almudena, na capital espanhola.

No início de 2020, D. Sebastian Shaw, Arcebispo de Lahore, esteve de passagem por Portugal e comentou também para a Fundação AIS o drama do sequestro de jovens raparigas cristãs ou hindus, duas das principais minorias religiosas no Paquistão, e disse que esta realidade “significa que alguma coisa está errada na sociedade”.

Sobre a dimensão real destes casos, e referindo-se ao ano de 2019, o Arcebispo de Lahore não adiantou números concretos. “Não sei os números exactos, mas foram muitos, muitos casos. Talvez uma centena, talvez um pouco menos. Do Punjab, de onde eu venho, também houve casos e muitas [destas raparigas] são menores de idade.”

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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