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NIGÉRIA: Cristãos em jornada de oração “contra a violência”, uma semana depois do assassinato de mais um padre
A Associação Cristã da Nigéria, de que faz parte a Igreja Católica, convoca para sexta-feira, 28 de Maio, o início de mais uma jornada nacional de oração contra a violência e a “grave insegurança” que se vive no país.
Esta iniciativa, que se estende por três dias, procura, segundo os seus promotores, mobilizar a comunidade cristã para uma prece comum com o objectivo de fazer fracassar as actividades dos “terroristas, bandidos, raptores, homens armados e todos” os que estão contra a população, para que “a Nigéria fique em Paz”.
Sinal da instabilidade e violência que estão a afectar o país houve mais um ataque violento contra a Igreja Católica de que resultou a morte de um sacerdote e o sequestro também de um padre, ambos pertencentes à Paróquia de São Vicente Ferrer de Malunfashi, localizada na Diocese de Katsina, no norte da Nigéria, relativamente perto da fronteira com o Níger.
O ataque ocorreu a 20 de Maio mas continua a desconhecer-se o paradeiro do Padre Joe Keke, de 70 anos, que foi raptado durante o ataque de um grupo de homens armados à Igreja. Posteriormente foi encontrado o corpo sem vida do Padre Alphonsus Bello, 30 anos [à esquerda na foto], numa zona de terrenos agrícolas junto da escola de catequese que funcionava na paróquia.
Este ataque vem aumentar o clima de enorme insegurança que se vive na Nigéria e que atinge profundamente a comunidade cristã. Sinal disso, no mesmo dia ocorreu outro ataque, embora desta vez no estado de Kaduna, de que resultou a morte de oito fiéis e a destruição de uma igreja evangélica.
A violência contra os cristãos tem normalmente a marca do Boko Haram, um grupo jihadista que procura a instauração de um califado na região norte da Nigéria, e também dos pastores nómadas muçulmanos Fulani, que actuam mais no centro e sul do país.
A Igreja Católica tem erguido a sua voz na denúncia deste clima de insegurança exigindo às autoridades a defesa mais assertiva das populações que se sentem como que abandonadas face à forma relativamente impune com que os grupos armados actuam a espalham o terror à sua passagem.
Segundo o Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo, as perspectivas de futuro para a Nigéria não são optimistas. “Em 2020, 60 anos após o país ter conquistado a sua independência, o direito à liberdade religiosa na Nigéria diminuiu drasticamente”, pode ler-se no Relatório que aponta algumas causas para a violência terrorista, nomeadamente “a pobreza generalizada, a corrupção, a falta de segurança e uma população jovem sem direitos, bem como os conflitos étnicos e baseados em recursos, fornecem combustível para o aumento dos militantes islamistas extremistas tanto nos estados do norte como no centro do país”.
No Relatório da Ajuda à Igreja que Sofre escreve-se também que “a resolução não desejada ou ineficaz destes desafios por parte das autoridades resulta em incidentes brutais de terror e assassinato sem restrições”.
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