MOÇAMBIQUE: Papa recorda religiosa assassinada em Chipene e diz que ela “serviu com amor” por quase 60 anos

MOÇAMBIQUE: Papa recorda religiosa assassinada em Chipene e diz que ela “serviu com amor” por quase 60 anos

O Papa Francisco lembrou ontem, no Vaticano, a religiosa italiana assassinada por terroristas na passada terça-feira, dia 6 de Setembro, durante um violento ataque à missão comboniana de Chipene, na Diocese de Nacala.

“Neste momento de oração, gostaria de recordar a Irmã Maria de Coppi, Missionária Comboniana, morta em Chipene, Moçambique, onde serviu com amor durante quase sessenta anos”, disse o Papa logo após a oração do Angelus. “Que o seu testemunho dê força e coragem aos cristãos e a todo o povo moçambicano”, acrescentou o Santo Padre antes de enviar “uma saudação especial ao querido povo da Etiópia”, que celebrava, ontem também, o seu tradicional Ano Novo.

As palavras do Papa Francisco revelaram, uma vez mais, que acompanha a situação de violência que afecta Moçambique desde Outubro de 2017. Horas depois do ataque terrorista à missão de Chipene, em que foi assassinada a religiosa e destruída a Igreja local, assim como a escola, centro de saúde, casa das religiosas, biblioteca, lar dos rapazes e das raparigas e as viaturas dos Combonianos, já o Bispo de Nacala estava a ser contactado pelo Cardeal Michael Czerny.

Como D. Alberto Verta explicou à Fundação AIS, o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral procurou não só inteirar-se dos pormenores do que tinha acontecido como transmitir a proximidade do Santo Padre à comunidade cristã local face a mais uma situação de violência terrorista. O ataque, recorde-se, seria reivindicado pouco tempo depois pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

O funeral da irmã italiana, de 83 anos de idade, realizou-se na sexta-feira, 9 de Setembro, e juntou largas dezenas de populares e religiosos não só da Diocese de Nacala como um pouco de todo o país. Só da Diocese de Pemba vieram vários missionários, apesar do risco da viagem.

“O clima era mais de silêncio e oração. Já perto da 12 horas, chega o carro conduzindo o corpo da Ir. Maria de Coppi. Não mais caminhando como fez tantas vezes naquele lugar, mas carregada, um corpo violentado por uma bala assassina de uma guerra sem fim. Da Diocese de Pemba estivemos em onze missionários[as] para agradecer a Deus por tudo o que ela representou para esta região”, descreve, em mensagem enviada para a Fundação AIS, o Padre Edegard Silva, missionário brasileiro actualmente em Miese, na região de Cabo Delgado.

A celebração foi presidida por D. Inácio Saure, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique e contou também com D. Alberto Vera, Bispo de Nacala. Foi um momento carregado de emoção e de silêncio. “No final, algumas pessoas fizeram uso da palavra. De forma variada, os testemunhos recordaram uma vida doada aos pobres”, diz o Padre Edegard, sublinhando que “as lágrimas escorriam dos olhos de muitas pessoas…”

A Irmã Maria de Coppi, que dedicou grande parte da sua vida a Moçambique, seria sepultada “na terra que escolheu para ser dela”, como lembrou ainda o missionário saletino. “E semeámos Maria… para que o seu corpo faça brotar novas vidas comprometidas com a causa dos pobres”, acrescentou ainda o Padre Edegard, na mensagem enviada para Lisboa.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Relatório da Liberdade Religiosa

Embora os líderes cristãos e muçulmanos continuem a denunciar a violência e a promover o diálogo inter-religioso, num esforço de deslegitimação do jihadismo, tal será insuficiente se não forem abordadas as desigualdades sociais e económicas subjacentes que afectam os jovens, especialmente nas regiões mais pobres. As perspectivas para a liberdade religiosa continuam a ser desastrosas.

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