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MADAGÁSCAR: Construção de uma capela na prisão de Port-Bergé faz aumentar o número de conversões religiosas
Está a crescer o número de conversões religiosas entre a população prisional de Port-Bergé, em Madagáscar, desde que a Igreja, com o apoio da Fundação AIS, conseguiu realizar duas obras significativas no local: a construção de uma capela e de uma biblioteca.
A importância destas duas obras foi destacada por D. George Varkey durante uma recente visita à sede internacional da Fundação AIS na Alemanha. O prelado nasceu na Índia mas está em Madagáscar há 11 anos. É Bispo em Port-Bergé e muito do trabalho que tem vindo a ser realizado na sua diocese tem recebido o apoio da Fundação AIS. “Todos enaltecem as boas obras que a Ajuda à Igreja que Sofre fez por nós em Port-Bergé”, fez questão de dizer durante a sua passagem por Königstein.
É o caso do estabelecimento prisional. “Foi construída uma grande capela na prisão e todas as pessoas estão muito felizes”, disse o bispo. As obras foram de tal forma relevantes que a inauguração contou até com a presença das principais autoridades locais. “O ministro e o secretário-geral do Ministério da Justiça, e todas as autoridades regionais estavam lá para participar na inauguração e na consagração da capela, do pátio de recreio e também da biblioteca”, recorda o prelado, acrescentando que todos têm elogiado o trabalho realizado na cadeia, incluindo os próprios reclusos.
“Os presos estão muito felizes e agora têm um lugar muito agradável onde podem rezar e também podem sair um pouco da prisão para jogar e até ler ou aprender a ler e a escrever. Como muitos presos não sabem ler, há uma equipa da Igreja, da Igreja Católica, da Diocese Port-Bergé, liderada pelo padre Henryk Sawarskié, um missionário polaco”, explicou o Bispo na mensagem que gravou na sede internacional da Fundação AIS.
A capela e a biblioteca agora inauguradas eram duas obras há muito sonhadas pelo padre Sawarskié, a viver em Madagáscar há cerca de quatro décadas. Mas só quando foi nomeado capelão da cadeia, em 2015, é que o sacerdote polaco entrou pela primeira vez num estabelecimento prisional. E começou aí um trabalho que se tem vindo a revelar extraordinário, melhorando as condições de higiene da cadeia, levando cuidados médicos aos detidos, promovendo uma alimentação mais cuidada, sempre com a preocupação de devolver a todos a dignidade humana que merecem. E aos poucos foi testemunhando muitas conversões religiosas, a ponto de dizer com frequência que “Deus escreve direito por linhas tortas”. A construção da capela, que os próprios presos pediam como algo de muito importante, e de uma biblioteca, foram apenas duas das melhorias que o padre Sawarskié conseguiu para a cadeia de Port-Bergé.
O sucesso destas obras é importante também pelo simbolismo que representam numa sociedade que está a viver um processo de islamização crescente. Há dois anos, em Março de 2020, D. Georges Varkey Puthiyakulangara dizia, em declarações à Fundação AIS, que “o número de muçulmanos” estava a aumentar “rapidamente”, apesar de esta comunidade religiosa ser ainda bastante reduzida no país, com números que apontam para cerca de 7% ou menos ainda. “As pessoas vêm do exterior, não sabemos como, e também há recrutamento dentro do país”, explicava ainda o prelado, acrescentando então que estavam a construir mesquitas “em todos os lugares”.
“Somos confrontados com a islamização do país”, disse em 2020 o Bispo de Port-Bergé à Ajuda à Igreja que Sofre, dando o exemplo da sua diocese, onde mesmo não havendo quase muçulmanos, estavam “a ser construídas muitas mesquitas”.
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