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IRAQUE: Viagem do Papa mostra importância da “solidariedade para com os cristãos perseguidos”, diz directora da AIS em Portugal
A viagem do Papa ao Iraque, que se inicia esta sexta-feira, dia 5, e se prolonga até ao dia 8 de Março, “mostra a importância da solidariedade para com os cristãos perseguidos neste país, mas é também um sinal de afecto e de proximidade para com todas as pessoas que ao longo dos últimos anos colaboraram de alguma forma para a sobrevivência destas famílias”, diz a directora da Fundação AIS em Portugal. “E os benfeitores portugueses da Ajuda à Igreja que Sofre fazem parte desse grupo. Eles também ajudaram a secar as lágrimas destas famílias cristãs”, acrescenta Catarina Martins Bettencourt.
“De facto, para os portugueses, que têm sido tão solidários para com a sofrida comunidade cristã iraquiana, esta viagem do Papa Francisco é muito sentida e significativa”, afirma a directora do secretariado português da Fundação AIS.
“Todos os que ajudaram a alimentar e a vestir, que contribuíram para o alojamento ou a compra de medicamentos aos milhares de cristãos forçados a fugir quando as suas aldeias e vilas foram ocupadas pelos jihadistas no Iraque, todos eles vão seguramente acompanhar esta visita do Santo Padre com todo o carinho e atenção, como se estivessem na primeira fila”, diz Catarina Martins de Bettencourt.
A visita do Santo Padre ao Iraque – a primeira de um Papa a este país –, é particularmente importante para o futuro da comunidade cristã. Após a libertação das terras ocupadas em 2014 pelos jihadistas do Daesh, o auto-proclamado “Estado Islâmico”, milhares de cristãos começaram a regressar a suas casas. A visita do Papa é, para todos eles, um sinal de esperança após anos de perseguição e discriminação.
A Fundação AIS tem mantido desde a primeira hora um apoio permanente às comunidades cristãs iraquianas. Toda a organização – que depende do Vaticano – esteve envolvida em inúmeras campanhas para que fosse possível avançar com os complexos projectos de reconstrução das casas, mas também das igrejas, das paróquias e conventos e das infraestruturas das aldeias e vilas cristãs. Tudo para que o regresso a casa destas famílias possa ser uma realidade. Até agora, a AIS já financiou a reconstrução de 2.086 casas, especialmente em Baghdeda, Bartella, Tescop, Karamlesh, Bashiqa e Bahzani, Desse trabalho, do sucesso dessa missão depende o futuro da própria comunidade cristã. E os sinais não são positivos.
De facto, em 2003 havia cerca de 1,4 milhões de cristãos no Iraque. Hoje, esse número ronda os 250 mil. “O trabalho realizado pela AIS é essencial”, afirma a directora do secretariado português. “Se as casas, as igrejas, as escolas, os centros de saúde, as infraestruturas não forem reconstruídos, se não houver trabalho, se não se recuperar a segurança nessas regiões, os cristãos não irão regressar. E isso será trágico.”
A Fundação AIS apoiou até hoje a presença da comunidade cristã nas terras bíblicas do Iraque com mais de 48 milhões de euros. É uma ajuda importante mas que nunca traduzirá, pois isso não tem preço, o sofrimento de crianças e idosos, homens e mulheres que foram violentados, humilhados e ofendidos por causa da sua fé.
“Os benfeitores portugueses da Fundação AIS sempre manifestaram um profundo carinho pelo corajoso povo iraquiano e isso foi testemunhado pelo Cardeal Louis Sako, ou pelo Arcebispo Bashar Warda, apenas para lembrar duas das figuras da igreja iraquiana que estiveram em Portugal nos últimos anos a convite da Ajuda à Igreja que Sofre”, recorda ainda Catarina Martins de Bettencourt.
“Sinal do compromisso da Fundação AIS no nosso país para com o povo cristão do Iraque, temos em curso – diz ainda a responsável – uma campanha de ajuda para o regresso das famílias cristãs a suas casas, às suas terras de origem. Tenho a certeza de que agora, com a visita do Santo Padre, mais portugueses vão contribuir para esta causa tão urgente e tão importante para o futuro da própria comunidade religiosa na região”.
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