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IRAQUE: Criado comité para a restituição dos bens expropriados aos cristãos ao longo dos últimos anos
Foi criado um comité para avaliar toda a informação referente aos casos de apropriação abusiva de bens pertencentes à comunidade cristã com vista à sua restituição aos legítimos proprietários.
A iniciativa é do líder xiita iraquiano Muqtada al Sadr, havendo já contactos para que os cristãos possam reclamar os bens que foram confiscados. Segundo o Vatican News, foram indicados já “os nomes dos colaboradores” do líder xiita que fazem parte do referido comité, bem como endereços de correio electrónico para onde “os cristãos podem enviar documentos” que atestem a sua propriedade de imóveis, casos ou terrenos que foram abusivamente ocupados ao longo dos últimos anos.
O objectivo, ainda segundo o portal de notícias do Vaticano, é “restaurar a justiça” face às violações de direitos de propriedade dos cristãos, “mesmo quando cometidas por membros do próprio movimento” liderado por Muqtada al Sadr, que detém uma forte representação no Parlamento de Bagdade.
Esta iniciativa engloba também as famílias cristãs que tenham abandonado entretanto o país e ganha relevância face à visita do Santo Padre ao Iraque, programada para os dias 5 a 8 de Março do corrente ano. Para a Fundação AIS, essa viagem apostólica que levará o Santo Padre até Bagdade, Ur, Erbil, Mossul e Qaraqosh, será “um sinal de esperança” para a comunidade cristã local que enfrenta, desde há décadas, uma autêntica via-sacra de “perseguição e discriminação”.
Segundo Thomas Heine-Geldern, presidente executivo da AIS Internacional, numa nota à imprensa quando foi anunciada a viagem, este “é mais um sinal de proximidade e preocupação” de Francisco para com os Cristãos do Médio Oriente, e que irá dar coragem para que eles “permaneçam na sua terra natal”.
A Fundação AIS tem procurado apoiar estas comunidades que tanto têm sofrido ao longo dos últimos anos. Quando se deu a invasão das terras cristãs iraquianas pelos jihadistas, no Verão de 2014, a Fundação AIS lançou de imediato uma ajuda de emergência para garantir a sobrevivência de quase 12 mil famílias. Uma ajuda que se materializou no apoio a necessidades básicas de higiene e de alimentação, habitação temporária, escolas para as crianças e ainda apoio médico.
Paralelamente, a Fundação AIS procurou que esta questão da ocupação das terras bíblicas e a expulsão violenta dos cristãos pelos jihadistas não fosse ignorada pela comunidade internacional. Em Fevereiro de 2016, com base em documentos elaborados pela Fundação AIS, o Parlamento Europeu e o Departamento de Estado dos EUA reconheceram o genocídio dos Cristãos neste país.
A Fundação AIS está actualmente a levar a cabo uma nova fase no seu plano de reconstrução para a comunidade cristã iraquiana. O objectivo principal é reconstruir as infra-estruturas das instalações administradas pela Igreja nas cidades e povoações cristãs da Planície de Nínive.
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt