ÍNDIA: Autoridades ignoram apelos para libertação de padre de 83 anos, defensor dos direitos humanos, preso há 100 dias

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ÍNDIA: Autoridades ignoram apelos para libertação de padre de 83 anos, defensor dos direitos humanos, preso há 100 dias

Sexta-feira · 15 Janeiro, 2021

O padre jesuíta Stan Swamy foi preso há precisamente 100 dias acusado de ligações a grupos maoistas. Apesar de ter sempre afirmado a sua inocência, a verdade é que este sacerdote de 83 anos continua sob custódia da autoridade anti-terrorista da Índia, a National Investigation Agency.

Desde a sua prisão, a 8 de Outubro, quando se encontrava na residência da Companhia de Jesus na periferia de Ranchi, no Estado de Jharkhand, têm sido várias as vozes que se ergueram já em defesa desta sacerdote exigindo a sua imediata libertação.

A iniciativa mais recente partiu de um grupo de claretianos que trabalham junto das Nações Unidas e que lançaram uma petição dirigida a Michelle Bachelet, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, pedindo a sua intervenção neste caso.

Também a Fundação AIS já exigiu às autoridades indianas a sua libertação imediata. “Defendemos a libertação deste padre que passou os últimos 40 anos a trabalhar com tribos indígenas (Adivasi) no estado Indiano de Jharkhand, tribos que foram expulsas à força das suas terras nativas para dar espaço a projectos agrícolas mineiros ou industriais”, afirmou o presidente executivo internacional da AIS num comunicado emitido em Königstein, na Alemanha, no início de Dezembro.

ÍNDIA: Autoridades ignoram apelos para libertação de padre de 83 anos, defensor dos direitos humanos, preso há 100 dias
A iniciativa mais recente partiu de um grupo de claretianos que trabalham junto das Nações Unidas.

Segundo Thomas Heine-Geldern, “o único crime” deste padre jesuíta foi “exigir justiça e denunciar os abusos” que estas populações tribais têm sofrido nesta região. O responsável pela fundação pontifícia recordou que as autoridades negaram desde o primeiro momento, e de forma incompreensível, a libertação sob fiança ao sacerdote jesuíta, apesar da idade avançada e do seu estado de saúde precário, situação que terá tendência a agravar-se ao fim de 100 dias de detenção.

Numa breve nota enviada esta semana para o secretariado português da Fundação AIS, o padre José Maria Brito, do gabinete de Comunicação da Companhia de Jesus, reafirma que o padre Stan “sofre de Parkinson, apresentando actualmente um estado de saúde de enorme debilidade”.

“Desde que foi preso tem sido difícil assegurar-lhe as condições mínimas de dignidade”, diz ainda o padre José Maria, acrescentando que o padre Stan, apesar da idade avançada, “foi forçado a dormir no chão durante vários dias e, só depois de vários protestos que se prolongaram por mais de um mês, lhe foi dado um copo com palhinha, utensílio de que necessita para conseguir beber água autonomamente”.

O pedido de libertação deste sacerdote que passou décadas da sua vida junto dos povos mais marginalizados da Índia tem mobilizado organizações e pessoas um pouco por todo o mundo, tendo havido já manifestações nesse sentido nos Estados Unidos, Itália, Filipinas e Reino Unido.

Para o presidente executivo internacional da Ajuda à Igreja que Sofre, o caso do Padre Stan Swamy “é apenas a ponta do icebergue”, afirmando que haverá “outros casos de padres e catequistas que foram injustamente acusados com o objectivo de espalhar o medo e intimidar” os que trabalham procurando dar “melhores condições de vida para os Adivasis e os Dalits”, ou intocáveis. A tomada de posição da Fundação AIS em defesa da libertação do padre Stan Swamy mereceu o aplauso da Companhia de Jesus em Portugal.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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